Lucia Carmen Peixoto Fonseca

Encontrados 4 pensamentos de Lucia Carmen Peixoto Fonseca

Em busca de mim mesma, sigo caminhando todos os dias.

Imagem própria

A imagem própria é a que temos de nós mesmos, é o que sabemos ou pensamos que sabemos sobre nós mesmos.

Muitas vezes nos espantamos quando percebemos que as pessoas não nos percebem como nos percebemos; ficamos perplexos quando ouvimos de outra pessoa uma descrição nossa que não corresponde àquilo que enxergamos em nós mesmos.

Somos, sempre, muito condescendentes conosco, superestimamos nossas qualidades e subestimamos nossas deficiências. Psicologicamente isto é provado fazendo simplesmente uma auto-análise, quando somos induzidos a enumerarmos dez de nossas qualidades, escrevemos coisas que nem sempre correspondem às verdades que não admitimos. Quando somos induzidos a enumerarmos dez de nossas deficiências, temos muita dificuldade, ao passo que tudo se torna mais fácil quando enumeramos as dez, ou mais, deficiências de outrem. Mas isto é inerente ao ser humano, criticar sempre, reconhecer, dificilmente.

A nossa auto-imagem é superficial, colocamos debaixo do tapete as nossas deficiências e gritamos como a vida é injusta conosco.

Às vezes maquiamos a nossa imagem própria, mas é um artifício que não dura para sempre, um dia “casa cai”.
Não sei se não nos conhecemos realmente ou se nos conhecemos o suficiente para mascararmos nosso verdadeiro eu.

Nesse momento, eu não sei quem sou eu. Não sei se sou o que penso que sou. Nesse momento não tenho nada para oferecer, somente dúvidas.

Gostaria de saber se há alguém que sinta assim, que vasculhe dentro de si e diga: eu não sei. Não quero ser analisada, pois os conceitos da psicologia eu conheço, só quero alguém leigo mesmo, que não sabe nada, mas que me leia e me diga o que realmente quer dizer, que me perdoe a fraqueza ou simplesmente ignore ou compreenda o meu sofrer. Estou misturando emoções. Na verdade só quero escrever.

Será que é o desmoronamento de mim?

Inserida por LuciaCarmen

Ainda há.

Ainda há lugares para se olhar, ainda há olhares para se ver, ainda há sorrisos a cativar, ainda há montanha para subir, ainda há mares para se mergulhar, ainda há brincadeiras de crianças, ainda há divertimento sem gastar, ainda há abraços e aconchegos, ainda há amor para se dar, ainda há aquela esperança que espera a caminhar.

Ainda há os frutos a saciar, ainda há a relva para se arrastar, ainda há as fontes da natureza, ainda há caminhos a caminhar, ainda há solidariedade em cada ser, ainda há mãos para se dar, ainda há aquela gargalhada, ainda há passado para aprender e futuro para sonhar.

Ainda há amigo de verdade, ainda há receitas a copiar, ainda há gestos de cortesia, ainda há enxovais para bordar. Ainda há de Deus a misericórdia, ainda há tempo para mudar. Ainda há família muito unida na mesa de jantar, ainda há escolas que acreditam e ajudam a caminhar.

Ainda há a pura honestidade, jóia tão preciosa, ainda há atitudes de amizade sem nada em troca esperar. Ainda há “nós” na conjugação dos verbos, ainda há coisas a se doar. Ainda há médicos pela causa, ainda há fé e dom de lutar.

Graças a Deus muita coisa boa ainda há.

Inserida por LuciaCarmen

À mesa com feras

Almoço com e janto com feras;
ursos, tigres, leões, zebras,
girafas e elefantes.
Gorilas também e até rinocerontes.
Sento-me a olhar, olho tudo em volta e fico a pensar:
quando é que meus filhos vão crescer para seus brinquedos arrumar?

Mas na vida, tudo fossem essas feras.
Calam-se, não rugem e não atacam.
São feras domadas, feras manipuladas.
Pior são as feras da vida,
Pessoas desalmadas e sem amor.
Pessoas que precisam conhecer o Criador.

Inserida por LuciaCarmen