Katiana Santiago
A alma é feita de” partes”, mas deve estar inteira, cantos dela guardam histórias, pensamentos da aurora onde alguns “escalam” a madrugada.
A alma tem suas necessidades, uma delas é a liberdade, e essa tem asas que nos ligam ao “coração” de Deus.
Nenhum fracasso é capaz de ditar o tamanho de uma alma, ela é eterna, se encanta e se renova a cada amanhecer.
Escolhemos então o que guardar nas partes de nós, quais os altares que erguermos, quais as batalhas que lutaremos, quais os ideais que valem a pena?.
A alma pode ser “moldada”, o alimento dos pensamentos é dado por nós e sua mais extrema dimensão é o desejo.
O espírito tem sua beleza, desde que do belo venhamos dar a ele.
A alma é uma “conjectura” que se definirá do “altares” que levantarmos para ela…
Desenganos, ideais de amor, verdades.
As “oferendas” da alma podem livrá-la ou torturá-la.
Meus altares, as partes da minha alma devem saber o que desejam…
Minha alma hoje quer amor e Deus, na mais profunda dimensão e absoluto de tudo.
O conhecimento promoverá sempre a transformação; e esse desconhecido que nos é chegado atua e é “atuado”, modifica e é modificado em nossas bases mais profundas. Por isso estamos sempre em construção.
O mesmo conhecimento, o mesmo conteúdo, detalhe: caindo em subjetividades diferentes, em tempos diferentes, em culturas distintas…
Com a palavra de Deus é assim, recebemos em nosso coração – o “terreno” que irar frutificar e toda forma de desenvolvimente dependerá de como regamos a semente.
Eis o mistério, o tesouro. A mesma palavra toca pobres e ricos, letrados e indoutos, culturas e povos.
O mistério é a palavra, a luz para o caminho, para esse revestido de graça, e eis o consolador, iluminando cada transformação, cada recomeço…
Por isso a “transformação” será sempre um desconhecido que vai chegando…a metamorfose ou “produto” que não tem final, inacabado. A transformação esta em constante “transformação” não se pausa para avaliar.
Há um mistério na palavra, a luz para o caminho, para esse revestido de graça, e eis o consolador, iluminando cada transformação, cada recomeço…
Deus amou a diversidade, portanto respeitemos o solo de cada um, o terreno de cada um e a forma como a “planta” cresce.
Temos repertórios únicos e isso é suficiente para compreender a palavra como “agente” transformador, caindo em terrenos individuais e com respostas também exclusivas, sem perder a essência para a qual ela se propõe.
Se a porta esta fechada, ainda há janelas…
Vitrais do horizonte, paisagens tão belas!
Caminhos são trilhas que aos pés envelhecem.
Aceitar a despedida conduz a verdadeira vida.
Entende o começo, sente o meio e espera o fim.
Pois ele só não existe para querubins e serafins.
Uma boa vida consiste em perceber as janelas, não há portas mais sedutoras e nem tão belas…
Um olhar por trás do quadrado, a madeira pode ser velha, mas os vitrais sempre serão novos pela “lente” que os espelha.
Quem precisa de portas, quando se tem um olhar que atravessa as janelas?
Há de se encontrar quem se perde…
As entrelinhas do amor não vivido adoece, estremece, enfraquece, enlouquece…
Não há privações de palavras, a própria linguagem são fugas da alma, do “fraquejoso” coração…Um dia achou uma morada, parecia até que era metade da alma, repartida, recalcada vivida em outro coração…
Não há sonhos mais bonitos, se avista labirintos que se perde o coração…
Há amores que maltratam, ferindo o corpo e ate os “pelos” da pobre alma sem direção…
A poesia pode ser de dor e agonia…mas também pode ser canção de verão…
Pode-se sonhar e dormir de novo… pode-se ver a ilusão de um rosto iludindo um coração
Aparecem os desejos inadequados, inapropriados, as demandas de amor ou as “vontades” de amar…
Os pecados guardados no absoluto de tudo, afogados no mundo que foge da imaginação…
Nos sonhos a alma está encantada, suspira é inspirada, pela inquietação… Os sonhos podem trazer os vulcões e erupções
Em sua simplicidade ocultam desejos e vontades, medos e muita insensatez
calor frigidez, santidade ou profanação de vez…
No sonho aparece: o desconhecido, o estrangeiro, e os cheiros … Como aquele anjo mal de Descartes…
Se vai onde nunca se foi capaz… As dimensões escondidas do sujeito aparecem e o carregam para longe nas esferas pessoais, que nem ele mesmo conhece…
Somos um avião ou meros passageiros… e os pensamentos prisioneiros decolam na pulsão…
Nos sonhos há versos sem trilha, sem rima, nem nexo, mas é o ouro, o próprio tesouro da constelação… os rabiscos da linguagem dão forma, daquilo que a gente não conhece…, dos traumas aprisionados, escravizados que enlouquecem no inconsciente da razão… o que floresceu no jardim regado das paixões.. do desejo solitário, escondido e bem guardado no linear das emoções
E é nesse inconsciente que se trabalha, onde abriga e esconde grandes afetos adoecidos, memórias de uma aurora que brilhou, nunca brilhou ou não brilha mais… onde mora as fantasias… a escassez, a loucura e um sentimento que não cura!
Há um estado alterado necessitando de uma ponte, uma locução, uma intervenção…
A tirania da vida priva e censura a emoção apenas os pensamentos guardam a ocasião…
Dentro do sonho da liberdade o sujeito se prende no cárcere do amor que ousou o aprisionar…
A alma essa é uma faminta e quanta escassez…
Ao terapeuta cabe de vez promover o encontro dessas emoções…