jorcelia pariz

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⁠PÍER DA VIDA

Sentada no píer observando as ondas
Que nas pedras incansavelmente batiam
Iam, e voltava, voltava e iam.
E assim entre dia e noite esses movimentos repetiam.

E ali eu me via. Como aquelas ondas
Que insistentemente não desistiram.
Minha vida e assim, nesse momento
Todos os dias os mesmos movimentos.

Assim vou levando os meus sentimentos.
Como as ondas sufocadas naquele píer
E lutando contra tudo que me faz mal
Assim vou eu todos os dias.

Tentando me libertar por igual.
De uma vida mal resolvida.
Lutando como as ondas, e com toda força
Que tenho dentro de mim.

Tomando tudo que é meu por natureza.
Libertando minha alma que foi quebrada
Por almas invejosas e mal amadas.

Inserida por JORCELIAPARIZ

Eu dizia que nunca seria professora, Mas me formei duas áreas E encontrei meu lugar na sala de aula Aos 30 anos
Aos 45, publiquei meu primeiro livro E descobri que amo escrever Histórias infantis que fazem sonhar.
Antes, eu não gostava muito de ler, E nem de escrever...
Hoje, me pego ansiosa por uma nova ideia, Transformando pensamentos Em histórias que encantam e inspiram crianças.
A vida me mostrou que nunca é tarde, Que tudo tem seu tempo, Seu momento.
Cada queda me ensinou: São oportunidades de fortalecimento E recomeço.
Eu não estou atrasada.
Estou vivendo, Me descobrindo, E me tornando uma pessoa melhor A cada dia.

Inserida por jorcelia_pariz

⁠A Caixa Que Há em Mim

Às vezes sou caixa esquecida,
Com tampa que nunca se encaixa,
Não é falta de querer fechar,
Mas a dor que pesa e não disfarça.

Faço força contra o invisível,
Como quem tenta calar o mar,
Mas tenho medo que, ao forçar,
Essa caixa venha a rasgar.

O que mora dentro é tempestade,
Segredos, gritos, confusão,
E se escaparem pelo ar,
Quem vai entender meu coração?

Seria alívio ou fim de mim?
Peso solto ou alma exposta?
O medo diz: “Fique aí dentro”,
Mas a alma já não gosta.

Talvez seja só um grito preso,
De alguém que quer se libertar,
Cansada de viver com medo
Daquilo que os outros vão julgar.

Sou prisioneira de mim mesma,
Da mente que insiste em calar,
E nesse cárcere tão discreto,
Vivo a vida sem me mostrar.

Mas sinto... a caixa está rasgando,
E o que há em mim vai se espalhar.
Quem sabe então, nessa explosão,
Eu aprenda enfim: me libertar.

Inserida por jorcelia_pariz