Jean de La Fontaine

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A ausência tanto é um remédio contra o ódio como uma arma contra o amor.

Quem julga caçar é caçado.

Seja no que for, temos de ter em conta a finalidade.

Pela forma como trabalha se avalia o artista.

A amizade é como a sombra na tarde - cresce até com o ocaso da vida.

Sobre as asas do tempo, a tristeza vai-se embora.

Há que, na medida do possível, prestar favores a todos: quantas vezes não precisamos de quem é menos do que nós.

Evita julgar os outros pela aparência.

Quando desejamos pomo-nos à disposição de quem esperamos.

A avareza perde tudo ao pretender ganhar tudo.

Nenhum caminho de flores conduz à glória.

A dor é sempre menos forte do que a lamentação.

Sirvo-me de animais para ensinar o homem.

Paciência e tempo dão mais resultado do que a força e a raiva.

A vergonha de confessar o primeiro erro leva a cometer muitos outros.

A desgraça é o vínculo mais estreito entre os corações.

Se quiser falar ao coração dos homens, há que se contar uma história. Dessas onde não faltem animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim – suave e docemente que se despertam consciências.

Mais vale a doçura que a violência.

Cada um transforma em realidade tanto quanto pode seus próprios sonhos.

Porque jurei jamais ir
A qualquer casa ou lugar,
Vendo só por onde entrar,
E não por onde sair.
Foi reflexão mui sabida
Esta que fez a raposa;
Que é loucura desmedida
Entrarmos em qualquer coisa
Sem ver se tem saída.

Jean de La Fontaine
Fábulas de La Fontaine

Toda força será fraca, se não estiver unida.

É um prazer dobrado enganar aquele que engana.

Jean de La Fontaine
O Gato e a Raposa

Falar é bom, calar é melhor, mas ambos são desagradáveis quando levados ao exagero.

Fábula: O Lobo e o Cordeiro

Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte. Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.

- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.

- Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.

- Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.

- Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.O lobo pensou um pouco e disse:

- Se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.

- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.

- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue. Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.

MORAL: A razão do mais forte é sempre a melhor

Fábula: A Raposa e a Cegonha

A Raposa convidou a Cegonha para jantar e lhe serviu sopa em um prato raso.

-Você não está gostando de minha sopa? - Perguntou, enquanto a cegonha bicava o líquido sem sucesso.

- Como posso gostar? - A Cegonha respondeu, vendo a Raposa lamber a sopa que lhe pareceu deliciosa.

Dias depois foi a vez da cegonha convidar a Raposa para comer na beira da Lagoa, serviu então a sopa num jarro largo embaixo e estreito em cima.

- Hummmm, deliciosa! - Exclamou a Cegonha, enfiando o comprido bico pelo gargalo - Você não acha?

A Raposa não achava nada nem podia achar, pois seu focinho não passava pelo gargalo estreito do jarro. Tentou mais uma ou duas vezes e se despediu de mau humor, achando que por algum motivo aquilo não era nada engraçado.

MORAL: às vezes recebemos na mesma moeda por tudo aquilo que fazemos.