Hilton Brasil

Encontrados 4 pensamentos de Hilton Brasil

⁠Uma Prece de Deus aos Homens
Oh, Homem! Tu que és soberano, que dominas sobre o universo, que retens o vento, que provocas as nuvens, que armazenas o sol. Eu vos peço, humildemente, em meu nome e em nome dos anjos, que a mim me suplicam, tende piedade de nós.
Nós estamos no pequeno animal que vive na floresta, nas flores que nascem nos campos, nos insetos que as fecundam, nos grandes animais da savana. Estamos na seiva da árvores, no leito dos rios, no orvalho sobre a relva.
Não nos castigue com a praga da vossa soberba, com peste da vossa cobiça, nem com a desolação da vossa altivez.
Nós confessamos e estamos arrependidos do nosso pecado. O pecado de um dia termos vos criado e dado a vós todo o poder e livre vontade.
Novamente vos peço, tende piedade de mim, eu que sou um Deus que tenho devoção a tempo inteiro, tenho feito, em tempos, todas as tuas vontades.
Tende piedade! Amém.

⁠Viço do Amor
Dias de inverno trouxeram ventos de discórdia que destelharam minha alma revelando a nudez da minha tristeza. As águas encharcaram a manta das lembranças. que escorriam da minha lucidez. molhando o lençol onde meu coração repousava lânguido.
Um broto de esperança, que surgia na fresta do chão das minhas certezas, aproveitou-se da chuva de lágrimas e entregou-me uma flor amor-perfeito. O perfume tomou conta do ambiente ácido que impregnava minha emoção.
No quadro fixado na parede, junto à estante de recordações, o sorriso daqueles lábios brilhou intenso, aquecendo o viço do nosso amor.

Inserida por hiltonbrasil

⁠Te Fiz Minha Poesia
Numa esquina da vida,quando eu andava de mãos dadas com a solidão, tu me encontraste.
Eu tinha uma ferida de amor aberta para a rua, de onde eu contemplava o vazio do campo de tristeza que floria em cinza e negro.
Foi como ver o sol pela fresta entre as tábuas que vedavam minha alma, protegendo-me da fria noite do abandono.
Lentamente abri a porta do meu coração e tu entraste, sem pedir licença. Abriste o meu guarda-mágoas e deitaste fora toda a amargura que eu teimava em guardar, para me vestir na tentativa de conter o frio que me acolhia.
O vento do teu arfar soprou toda o pó e assim se revelou a folha sobre a mesa onde, antes, eu escrevia versos de amor.
O teu perfume invadiu o ambiente mofado do meu ser.
Inebriado eu te fiz minha Poesia, e a ti dedico, agora, todos os meus dias.

⁠Olhos nos Olhos
Quando pelo caminho passei e nos olhos avistei uma janela, encontrei aquelas que se abriram para minha alma.
Antes de sermos um só corpo, já éramos uma só alma. Minha alma não era mais minha e a dela não era mais dela.
Aqueles olhos perdidos, cegos das ilusões, são agora olhos achados, que avistam flores à berma da escarpada estrada da vida.