Gabito Nunes

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Sem traumas. Sem dramas. Sem dores. Seria exagero dizer que você faz o mundo melhor. Você não é pra tanto, mal dá pro gasto. Mas que fica tolerável, não posso negar. É que… já não estamos nos falando direito mesmo, então acho que preciso aproveitar que nós dois não somos uma aposta segura a longo prazo e que também não sou assim, tão louca por você. Nada parece fazer diferença agora e tudo indica ser uma boa hora pra largar mão disso de qualquer forma

"Ok, não vou mentir, tenho sentimentos de amor por você. Mas estou deixando de alimentá-los. Um dia eles morrem.[...]
É assim, tudo que não gera felicidade, degerenera, morre na impermanência. Nem pra sempre, nem nunca mais."

A questão é evitar experimentar uma das dores que mais dói: a de não ter destinado valor suficiente ao que não se tem mais, quando se tinha. Como diz um velho ditado chinês: ‘perderá os pombos das mãos se tentar pegar os que estão voando’.

"A gente já foi fundo demais, não há mais como cair. De agora em diante, o maior risco que a gente corre é ser feliz."

"Sempre que paro pra me ouvir, boto fé em nós. Ontem eu pensei seriamente em aceitar suas vírgulas, se você não encucar com minhas reticências. Quem sabe assim a gente permaneça cada dia mais perto, e tão longe de um ponto final."

E amanhã será um novo dia igual a este. Mas, de que adianta desejar um novo dia se, ao mesmo tempo, desejo também um mesmo e velho erro? O relógio devia me dar um tempo ou parar até eu me resolver. Por isso vim. E, também por isso, quase não vim. Entre nós, a verdade é que ninguém tá nem aí pra ninguém.

Bastam uns dias sem te ver pra eu já não saber o que fazer com os próximos.

Quando vê a gente se perde. É só tudo perder o sentido e a gente se separa. É só a gente se separar pro sentido voltar. O brabo é toda hora ficar procurando uma nova canção que sirva pra nós.

As coisas que acabei de dizer, leve em consideração só até a meia-noite. Eu sempre tento virar a página sem grifar as partes importantes com alguma caneta de cor alarmante. Mesmo num amor de linhas tortas como o nosso, o fim parece um erro, como um ponto final no meio da frase.

Quando uso o humor como escudo, é ironia. Quando uso o humor como arma, é sarcasmo.

Não quero jogar tudo fora a não ser que seja realmente obrigada, mesmo que muitas vezes ele ponha em prática esse plano subliminar de me perder.

Ele tem um jeito de me tocar, de caminhar com as mãos no espaço entre minha pele e a roupa, sem parar de me analisar o corpo, cheio de fome e ternura e calor. Eu sei que foi por isso que voltei, que volto, toda vez. É quando eu fico por baixo que a verdade se esfrega nos meus olhos e se infiltra pelos meus poros. Com o mapa do meu corpo, ele me prende nos meus becos e dança nas minhas avenidas. Eu não tenho saídas.

Já sei, vamos ficar acordados pensando em como consertar tanto estrago e vamos falhar mais uma vez.

Como algo pode ser tudo e tão pouco ao mesmo tempo? Como pode alguém não saber viver sem e nem com?

O curioso é que ele ainda consegue me surpreender. Sempre arruma um novo jeito de me machucar.

Garota, sabe, tenho uma saudade do cheiro da sua pele, tanta, que às vezes me dá uma vontade ridícula de chorar. Não só pelas vezes que minha memória olfática retroativa seu perfume de talco e amêndoas. Mas porque me vem uma certeza que eu ainda tinha mais pra amar, muita coisa pra admirar, outros pontos epidérmicos pra jamais esquecer. Você tinha alguma coisa, um segredo, uma receita que as outras não têm, não sei.

As pessoas não se apaixonam muito hoje em dia. Elas preferem estudar, ganhar dinheiro e viver outras experiências. Faça uma enquete rápida e concluirá que quase ninguém crê no amor. Quando mais você sabe da vida, menos você se apaixona. A paixão nasce da ignorância: quanto menos sei sobre você, e mais eu quero saber, mais vulnerável eu fico. Só que atualmente ninguém mais quer saber de ninguém, além de si mesmo. Todos uns cínicos.

Mas agora acabou. Sei que valeu a pena quando me pego sorrindo lembrando as loucuras que fizemos.

A verdade, o que
realmente importa
mora dentro de mim,
longe do binóculo
alheio. O resto é
cena, ego, poeira.

Parece exagero, mas é que você, poxa vida, só você conseguiu pular o muro de dificuldades que levantei em volta de mim quando as palavras dor, saudade, ausência, falta e despedida fizeram de mim uma menina de lata.

Não entendo. Tem gente que não consegue se afeiçoar à própria mãe e acha que vai amar até a morte um sujeito qualquer que conheceu no banheiro de uma festa idiota.

E estou pouco ligando, na verdade. Muito cedo eu aprendi a perder. E me saí bem, eu acho. Tanto que talvez eu não saiba fazer outra coisa

“De agora em diante, o maior risco que a gente corre é ser feliz.

Às vezes não parece, mas você é adorável, garota. E se o mundo não tem dado a mínima pra você, o azar é do mundo, e não seu.

É o jeito, o cheiro, o modo de vestir. Como caminha, como olha, como para. Não sei, eu amo.