Flávio Júnior Ferreira Alexandre
"Seria demasiado fácil condescender-me com tudo o que há de vil e desprezível em minha corrupta natureza humana, mas eu pergunto: Que mérito haveria em toda uma existência? Que frutos colheria? Que glórias lograria? Em verdade, crescemos na medida em que conhecemos o próprio eu e a partir disso fazemos renúncias, em outras palavras, é por meio das experiências que somos moldados, que percebemos a necessidade de negar a nós mesmos, tomarmos nossa cruz e seguir o Mestre. Para os diligentes estudantes das Escrituras é revelada a bem-aventurada vida no porvir dos que assim proceder, a vida do próprio Salvador é um testemunho fiel disso".
Jovens, dediquem suas vidas àquilo que exerça influência enobrecedora sobre vosso caráter, a tudo o que for de boa fama, que os possam elevar acima das correntes da popularidade e das influências corruptoras e perniciosas deste mundo escuro. Procurem entesourar em vossos corações os princípios que farão de vós homens e mulheres de discernimento são e de nobres aspirações. Demorem na oração e estudo da Bíblia a fim de que vosso espírito se fortaleça e tenham poder moral para resistir ao poder da tentação, fujam de toda aparência do mal, mesmo à mais aparentemente pífia, sujeitai-vos a Deus. Permaneçam firmes pelo que é reto, puro e santo.
"Não deixo de observar que toda pessoa de inteligência superior tende a orientar os cérebros inferiores quanto a, pelo menos, três aspectos, os quais considero os mais importantes: a busca incessante pela Verdade, em Deus; os perigos da vaidade, aos quais toda alma acha-se vulnerável, bem como de sua imanente obra de ruína; o insistente rogo a que se desperte da indolência intelectual, a fim de se apropriar da realidade da vida".
"Na medida em que vou amadurecendo espiritualmente, mais me dou conta do quão dessemelhante sou de Cristo e do quanto mais dEle necessito".
"Penso que importa muito mais a sinceridade de mim para mim mesmo do que a mera expectação da dúbia sinceridade advinda de avaliações exteriores e superficiais. Por isso, à semelhança do filósofo Olavo de Carvalho, digo que 'não adianta me criticarem por defeitos que não tenho e me elogiarem por qualidades que eu também não tenho'. Não é sábio submeter-se ao juízo de outrem".
Como vejo a vida intelectual
"Eis o observador do céu de uma noite cálida e outonal, tecido de milhares e milhares de estrelas, contemplado desde um lugar retirado, rodeado pela muda Natureza que recolhe-se sob o manto noturno e lôbrego, silêncio aterrador. O observador experimenta o dissabor de uma antítese que se deslinda na realidade de uma glória distante, mas que, ao mesmo tempo, parece tão próxima dele. Então, ele percebe o abismo entre sua pessoa e aquela glória, contudo seu espírito é impelido por aquela aparente proximidade".
"Sob lampejos da Inteligência Divina, ao iniciar-me na senda da vida do espírito, ouso afirmar: a linguagem, mais que um mero meio de comunicação, é o poder concedido ao homem para a educação de seu próprio espírito."
O meu orgulho é tão grande que eu me recuso a falar sobre gramática da Língua Portuguesa com quem a concebe como coisas do tipo:
Regrinhas chinfrins e idiotas, vestibular, concurso público, ascensão social, conseguir um emprego, e tutti quanti. Aos que se afeiçoam a estas aberrações, dou-lhes um conselho: dediquem-se ao estudo sério da Educação Clássica, especialmente a que se refere à arte da linguagem, o Trivium; estudem filosofia da linguagem e filosofia da gramática. Essa coisa de uso funcional e social da linguagem é sinal de incultura.
Que no Brasil a alta cultura é quase impensável, ninguém pode negar. No entanto, os fabricadores de simulacros criaram aquilo a que posso denominar “fetiches culturais”, destinados a ludibriar os mais profundamente imbecilizados. Dentre esses fetiches figuram diplomas, bolsas, sapatos, roupas, trejeitos, sinecuras — à custa da própria dignidade, se necessário —, a fala pomposa, sibilante até, e a retórica de papagaio metido a gênio; em suma, tudo aquilo que substitui a cultura da alma por vaidades acadêmicas e estéticas.
"Todo aquele que se diz mestre, mas não ensina que o mundo é um vale de lágrimas e a vida, um mar de incertezas e provações — exigindo, portanto, o cultivo das virtudes: amor, humildade, sabedoria, prudência, fortaleza, fé e esperança — é, em verdade, um corruptor de almas. O coração de sua falsa missão é o próprio ego, e suas aspirações estão nas glórias e louvores deste mundo."