Flávio Gikovate

Encontrados 24 pensamentos de Flávio Gikovate

Amor implica depender, estar na mão da outra pessoa. Por isso, amar alguém que não nos transmite confiança é ser irresponsável para consigo mesmo.

Os seres humanos mais felizes suportam bem a dor e costumam ter uma rotina mais criativa e alegre. Seu otimismo leva ao sucesso, pois consideram eventuais derrotas um aprendizado que os tornará ainda mais fortes.

Não iremos a parte alguma se não formos capazes de correr o risco de fracassar. Logo então percebemos que o sucesso dependerá em grande parte da nossa persistência diante de questões que nos parecem muito difíceis. Aqueles que forem mais determinados e não desistirem com tanta facilidade ante os obstáculos da vida terão maiores chances de ser os mais bem-sucedidos na atividade a que se dedicarem.

Sobre estar sozinho…

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio. As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo e assim por diante. Uma ideia prática de sobrevivência e pouco romântica por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa.
As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.
Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo e não a partir do outro.
Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.

Um dos requisitos fundamentais do verdadeiro cientista é a humildade. Ela se baseia na certeza de que as nossas mais sólidas convicções se diluirão em algum momento do futuro.

Ser honestos e sinceros não nos dá o direito de dizer tudo que pensamos.

O discurso da separação amorosa.

Um dos sentimentos mais comuns depois de uma separação amorosa é a enorme curiosidade em relação ao destino do outro.

Mesmo o parceiro que tomou a iniciativa fará de tudo para saber como o abandonado está passando. Esse interesse raras vezes resulta de uma genuí­na solidariedade. Decorre, na maioria dos casos, de uma situação ambivalente que lembra o mecanismo da gangorra.

Por um lado, ver o sofrimento de uma pessoa tão íntima nos deixa tristes; por outro, satisfaz a vaidade. Num certo sentido, é gratificante saber que o ex-companheiro vive mal longe de nós e teve prejuízos com a separação. Esse aspecto menos nobre da personalidade humana, infelizmente, cos­tuma predominar.

Se o outro está se recuperando com rapi­dez, se busca novas companhias, mostran­do-se à vontade na condição de descasado, ficamos surpresos e deprimidos. Percebemos que não somos tão indispensáveis quanto pensávamos. Nosso orgulho, então, é atingido, pois precisamos nos sentir importantes, precisamos saber que nossa ausência provoca dor.

Se o outro estiver feliz, duvidamos de nós mesmos e isso é desgastante. "Como é possível que alguém se ajeite na vida mais rapidamente do que eu?", indagamos, e a certeza de que seme­lhante absurdo aconteceu nos deixa tristes.

Muitas pessoas confundem essa tristeza com amor. Será que ainda estamos apaixonados? Será que a separação foi precipitada? Pode até ser. Mas o ingredi­ente principal de nossas emoções é a vaidade, o orgulho ferido. Às vezes, procu­ramos disfarçar esse sentimento menos nobre, escondendo-o por trás de uma ines­perada dor de amor. É uma forma de negar pensamentos que não gostaríamos de ter.

Serenidade pode ser definida como um estado de alma próximo do ponto de equilíbrio: nem euforia e nem tristeza, nem excitação e nem apatia..
Serenidade é conquista difícil, derivada de grandes avanços subjetivos.
Os mais serenos se desgastam menos e são mais agradáveis no convívio.
Um elemento básico para alcançarmos alguma serenidade consiste em livrarmos das mágoas e ressentimentos que povoam nossa subjetividade.
Nem sempre é fácil reconhecermos os fatos que nos provocam enormes ressentimentos: muitos foram causados por nossos entes mais queridos.
O maior problema é conseguirmos nos livrar das antigas mágoas e ressentimentos: qualquer pequeno avanço nessa rota já trará um grande alívio.
Conseguir esvaziar totalmente nosso "pote de mágoas" talvez seja tarefa impossível.
Porém, penso que é essa a direção que deveríamos seguir.

O ato de se vangloriar, de querer se destacar sempre, é algo que fica mal para qualquer pessoa: indica vaidade excessiva e caráter duvidoso.

Querer se separar não é egoísmo:é um direito legítimo.Infelizmente o que toma iniciativa é visto como o vilão e não é essa a verdade.

"Os solteiros que estão mal são os que ainda sonham com o amor romântico. Pensam que precisam de outra pessoa para se completar. Como Vinicius de Moraes, acham que que 'é impossível ser feliz sozinho'. Isso caducou. Daí, vivem tristes e deprimidos."

Tornamo-nos efetivamente tolerantes e entendemos o que significa respeito humano justamente quando aceitamos, de modo definitivo, sem dor e até com crescente sensação de alegria, que somos todos diferentes e que, lógico, viveremos de forma menos padronizada. Trata-se de um grande privilégio, uma conquista resultante dos avanços que temos podido fazer tanto nas áreas da ciência e da tecnologia como na do autoconhecimento. Não tem o menor cabimento sequer fazermos levianas avaliações de ordem moral pela análise das diferenças. Refiro-me ao fato, usual ao longo dos anos que já passaram, de considerarmos "mau-caráter" aquele que não pensa como nós (...). A análise de qualquer tipo de diferença entre as pessoas tem de ser feita com o máximo critério e com a consciência de que tendemos ao erro por sermos naturais - e indevidos - defensores de nosso ponto de vista; isso deveria nos levar a uma postura de desconfiança em relação aos julgamentos que fazemos daqueles que não pensam como nós.
Outro desdobramento derivado da consciência e alegre aceitação das diferenças que nos distinguem de nossos semelhantes é que não teremos nenhuma informação útil nem vantagem alguma se continuarmos a nos comparar uns com os outros. Se somos todos diferentes, SOMOS ÚNICOS (...)

Nada afasta mais as pessoas da agradável e cobiçada sensação de liberdade do que as belas idéias falsas. A luz renasce para as pessoas que não se obrigam mais a ser o que não são apenas para estarem de acordo com certas convicções e teorias que desprezaram a verdadeira natureza humana...

A pessoa legal é a que trata bem aqueles com quem convive. A expressão "no fundo é boa alma" é uma hipótese que jamais poderá ser confirmada

"Uma pessoa humilde de verdade tem ciência de que seu saber é limitado e que a arrogância e altivez intelectual correspondem a um grave engano.
Quem é intelectualmente arrogante se acha portador de um saber inquestionável: ao ser contestado, não ouve o interlocutor com real respeito.
As pessoas que acham que sabem muito se afastam da 'porosidade' psíquica: seus diálogos visam apenas fazer prevalecer seus pontos de vista.
A pessoa arrogante não se interessa pelo que o outro diz: ao ouvi-lo, só está se municiando de argumentos para desqualificar seu raciocínio.
A humildade corresponde a um estado de alma em que predomina o respeito pelas outras pessoas: pelo modo como vivem, pensam e se comportam.
Uma boa definição de pessoa humilde consiste na real disposição de ouvir e de aprender sempre, inclusive com aqueles que sabem menos que ela."

Acredito que é direito legítimo de cada um falar ou não com qualquer outra pessoa. O fato de ela querer muito nossa atenção não nos obriga a aceitar sua aproximação. E isso independe das intenções de quem deseja o convívio.
Posso, se quiser, recusar a aproximação de uma pessoa, mesmo que ela venha me oferecer o melhor negócio do mundo. E o fato de uma pessoa me amar também não a autoriza a nada! Não pode, apenas por me amar, desejar que eu a queira por perto.
Ao forçar a aproximação com alguém que não esteja interessado nisso, a pessoa estará agindo de modo agressivo, autoritário e prepotente. (...)

Quando as pessoas falam e fazem o que querem, sem se preocupar com a repercussão sobre o outro, é porque nelas predomina o egoísmo ou o desejo de magoar.

"Flávio Gikovate"

⁠"Feliz é aquele que perde o menor tempo possível nas partes tristes do filme da vida."

Todo elo é embrião de uma potencial ruptura.

"A generosidade não é virtude mas sim falta de coragem de dizer “não”e enfrentar o conflito."

A inveja é um sentimento humano quase inevitável. Apesar disso, é talvez aquele do qual mais as pessoas se envergonham e tratam de esconder.
A inveja tem a ver com a vaidade: prazer erótico que sentimos ao nos destacarmos, ao chamar a atenção e atrair os olhares dos que nos cercam.
Se estivermos diante de alguém que admiramos e que se destaca mais do que nós, a tendência é experimentarmos a dor que chamamos "humilhação".
Quando nos comparamos com outra pessoa e admiramos nela propriedades que chamam a atenção das pessoas e que gostaríamos possuir, a invejamos.
A inveja deriva da admiração: nos comparamos, nos sentimos por baixo, humilhados (ofendidos na vaidade) e desenvolvemos uma reação hostil.
Como invejar implica sentir-se por baixo, inferiorizado, quase sempre o invejoso evita manifestar claramente a intensidade do seu sentimento.
A regra é que a inveja se manifeste de forma sutil, sob a forma de alguma ironia ou brincadeira de mau gosto que deprecie o que é invejado.

⁠“As reflexões sobre a imprevisibilidade da vida, mostram que o momento presente é sempre uma ficção”.

⁠Em matéria de relacionamento, você pode estar ultrapassado, sofrer com isso e não se dá conta. "A ideia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século."

⁠"O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável."

⁠"Não iremos a parte alguma se não formos capazes de correr o risco de fracassar."