Fiódor Dostoiévski

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O dinheiro é uma liberdade sonante e valiosa, inestimável ao homem privado da verdadeira liberdade.

O advogado é uma consciência que se aluga.

Fiódor Dostoiévski
O adolescente (1875).

Existe no homem um vazio do tamanho de Deus.

Com o amor consegue-se viver mesmo sem fellicidade.

Não há nada mais desesperador para o homem do que, vendo-se livre, encontrar a quem sujeitar-se.

É claro e evidente que o mal se insinua no homem mais profundamente do que supõem os médicos socialistas. Em nenhuma ordem social é possível escapar ao mal e mudar a alma humana: ela própria é a origem da aberração e do pecado.

Amigos, peçam alegria a Deus. Sejam alegres como as crianças e como os pássaros no céu.

Partindo de uma liberdade ilimitada chega-se a um despotismo sem limites.

Não procures um prêmio, pois tens uma grande recompensa sobre a terra: a alegria espiritual que só o justo possui.

Há homens que nunca mataram e que, no entanto, são piores que os que mataram seis pessoas.

A tirania é um hábito com a propriedade de se desenvolver e dilatar a ponto de tornar-se doença.

Depois do insucesso, os planos mais bem pensados parecem-nos tolos.

Nós somos cidadãos da eternidade.

Ninguém se salva sozinho.

Para a mulher, toda reforma, toda salvação de qualquer tipo de ruína e toda renovação moral está no amor.

O homem gosta de contabilizar os problemas, mas não conta as alegrias.

Alguém que se conhece, pode se estimar o mínimo que seja?

A mentira é o único privilégio do homem sobre todos os outros animais.

No início do verão às vezes faz dias encantadores em Petersburgo - claro, mornos, serenos. Como que de propósito aquele dia era um desses tais dias raros. O príncipe perambulou algum tempo a esmo. Conhecia mal a cidade. Às vezes parava nos cruzamentos das ruas diante de outros edifícios, nas praças, nas pontes; em certo momento entrou em uma padaria para descansar. Vez por outra olhava atentamente para os transeuntes com grande curiosidade; contudo, o mais das vezes não notava nem os transeuntes nem aonde exatamente estava indo. Estava em uma tensão angustiante e intranquilo e ao mesmo tempo sentia uma necessidade inusual de estar só. Queria estar só e entregar-se a essa tensão sofredora de modo absolutamente passivo, sem procurar a mínima saída. Com asco negava-se a resolver a pergunta que desabara sobre sua alma e seu coração. "E daí, por acaso eu tenho culpa de tudo isso?" - balbuciava de si para si, quase sem ter consciência das suas palavras.

Não é o cérebro que mais importa, mas sim o que o orienta: o caráter, o coração, a generosidade, as ideias progressivas

Ora veja… é o que sempre acontece às pessoas românticas: enfeitam uma criatura, até o último momento, com penas de pavão, e não querem ver, nela, senão o que é bom, muito embora sentindo tudo ao contrário. Jamais querem, antecipadamente, dar às coisas o seu devido nome. Essa simples idéia lhes parece insuportável. A verdade, repelem-na com todas as forças até o momento em que aquela pessoa, engalamada por elas próprias, lhes mete um murro na cara.

É curioso: de que será que as pessoas têm medo? O que mais temem é o primeiro caso, a primeira palavra...

Agora mesmo tinha que reconhecer que, às vezes, os seus pensamentos se confundiam e se sentia fraco.

O mais espantoso é a realidade .

O homem está sempre pronto para distorcer aquilo que dizem seus sentidos, simplesmente para justificar a sua lógica.