Fernanda Myamoto

Fui ser feliz em segredo, pra ninguém atrapalhar. Aconteceu que não sei ser feliz sozinha.

“Vou engolindo dor e funciona que nem droga, no começo faz bem e depois vai machucando aos poucos, por dentro.

Por onde andou? Se for pra se perder assim, que seja dentro de mim.

E o que eu achava que era meu, na verdade, nunca foi.

Às vezes é mais ou menos dor, mais ou menos amor, coração decide.

Não é você menina, é coração que às vezes meio teimoso, gosta de quem não gosta da gente.

E me levanto de todas as quedas, porque sei que se paro de lutar por mim, ninguém mais luta.

E percebi que decorei o teu cheiro, por Deus, que pessoa normal decora cheiros?

E tentar, tentar sempre, para talvez, depois, se dar o direito de desistir, por ter tentado.

‎"- Você é cheia de mistérios, ai não tem graça menina!
- Você se engana! A minha graça é ser segredo.
- A tua graça é não saber quem é?
- A minha graça é poder saber que me procuro, é saber que tem mais alguém aí, tentando me descobrir."

A partir de agora, exijo felicidade.

A gente se culpa pelo o que deveria ter sido, pelo o que a gente queria ser, mas não foi.

Eu ainda mando sorrisos aos céus, jogo risadas aos ventos, tenho pensamentos bons, e nunca me esqueço de agradecer.

“Porque até o silencio dele, olhando pra mim, é bonito.”

E se me disseram que o amor traria paz, me enganaram, ele só trouxe uma bagunça. Ainda bem que nunca fui lá das mais organizadas.

Quem não te afoga de amor, não te merece. Pensa bem.

Haja o que houver, a vida sempre vai acabar esbarrando em corações bonitos, você só precisa estar pronta.

Às vezes a gente acha que sente, mas esquece de sentir.

Acho que os temporais que andaram por perto foram ótimos, a gente acaba colocando mais intensidade nas coisas boas quando ele passa.

“Eu me doía toda hora, sei lá, achava que o problema era comigo, que era eu que não fazia as coisas da forma certa, que era eu que errava, era eu que não pensava antes de falar, até que chegou uma hora que eu parei pra pensar, repeti pra mim mesma, que não era possível, eu não poderia ser tão incapaz assim, mesmo com tanto esforço, até eu pensar mais uma vez, eu estava certa, às vezes o problema era eu, mas na maioria das vezes que doía mais, o problema era os outros.”

Vou bordar minha vida com a tua, com ponto bem apertadinho, pra ninguém descosturar

Você não sabe, mas eu vivo montando umas historinhas bobas sobre você estar me cuidando e eu te sentindo sempre por perto.

E se você gosta mesmo de mim, não vai me deixar gostar de você.

Alô Zé, tô amarga, tô com uma saudade dele que não cabe mais em mim, tô descontando tudo em cartas, já vou logo avisando pra não vir aqui, você não consegue andar pela casa sem pisar em poesia, lembra da época do alecrim Zé? Que eu te disse que quando ele sorria tudo me cheirava a alecrim? Então, fiz um jardim no fundo de casa, inteiro de alecrim e eu só paro de cuidar do jardim, se ele voltar. Pede Zé, pede pra ele voltar? Nunca fui boa com jardinagem, você sabe, sou meio sem jeito pra isso, pra tudo, sei lá.

Diz pra ele que ele pode ir, que eu prometo me cuidar, que eu já aprendi a pular poças sozinha, que eu já sei de que lado que o cabelo fica melhor, que o batom vermelho é a cor que mais combina comigo, diz pra ele que eu já sei como parar choros sozinha! Diz, diz pra ele sair! Diz pra ele que ele já não pode mais fazer parte de mim, diz! Diz pra ele que eu espero, espero que ele vá pra longe, diz que eu deixo, diz que eu sei, diz que eu já não sinto mais.