Fabio de Melo
Existem acontecimentos que não combinam com as palavras. Foram feitos para o silêncio, porque não podem ser tocados na sua inteireza. Qualquer descrição seria uma forma de empobrecimento.
"Até que a morte nos separe." Antigamente era mais fácil dizer isso. Havia mais disposição para ver o tempo passar, menos pressa, porque as distâncias eram maiores. Quanto menor a distância, maior é a pressa e a ansiedade de chegar.
A experiência normativa do processo: depois da tristeza, a alegria. Não a manifestação eufórica, irreal, mas a serena alegria, aquela que, antes de ser externada, nós construímos no silêncio do coração.
Relato de um sobrevivente:
Parece que o mundo está em obras. Menos eu, que também preciso de reforma, mas não agora. Gostaria de fugir daqui, mas estou sem disposição para sair. Gostaria de chegar a um lugar tranquilo, mas sem ter de ir. Estou sem coragem até mesmo para respirar.
Hoje chorei. Como havia muito tempo não chorava. Não havia razões claras. Apenas chorei. Talvez por razões passadas, histórias ancoradas no porto do meu ser, ali onde a dor não se ossificou, não se fez concreta, não mostrou a face, mas pairou soberana e silenciosa.
Talvez por razão nenhuma. Nem sempre a dor tem razão. Dói por doer, por não ser outra coisa, por ser dor apenas.
Organizar o luto talvez seja isso: recolher o que da vida restou. E como é belo recolher o amor e suas respectivas saudades. É uma forma de afirmar que a vida não foi em vão. Não foi uma experiência que passou pelos vãos dos dedos, mas registrou-se nas cordas do coração.
A palavra é uma forma de benção. As flores também. Flores são palavras. De Deus.
"Acredito em Deus, acredito na proteção dele, mas eu olho para os dois lados da rua antes de atravessar. Eu não dou a Deus a responsabilidade de cuidar daquilo que eu sei que é um cuidado meu"
"Mulher, acredite que tudo pode ser diferente, que a felicidade está ao seu lado, só esperando uma chance, acredite quando outro alguém disser que vai ser você, só você a pessoa que vai fazê-lo feliz, acredite quando ele disser que o amor ainda existe, que ele está aqui para provar isso dia após dia e que você será feliz novamente diante de todas as dificuldades que irão enfrentar para ficarem juntos. Acredite quando ele disser que nunca sentiu tanta felicidade na vida e que você mexe com ele de uma maneira que palavras não podem explicara explicar tamanho sentimento. Acredite quando ele disser que lembra de você toda vez que escuta planos impossíveis ou qualquer música romântica, é... aquela música que vocês escutaram um olhando para os olhos do outro. Acredite também quando ele disser que cada momento com você é mais do que especial e que você não tem ideia da felicidade que ele sente em estar ao seu lado, fazendo carinho ou até mesmo com você deitada no peito dele, enquanto sente seu cheiro ou desliza a mão pelo seu corpo... Aquele momento em que o coração bate até mais forte, e a vontade de te beijar, é a maior de todas. Por isso, permita-se ser amada, de verdade."