Emil Cioran

76 - 100 do total de 207 pensamentos de Emil Cioran

⁠A duração e a consistência de uma coletividade coincidem com a duração e a consistência de seus preconceitos.

Inserida por PensamentosRS

⁠Nada é indefensável, desde a proposição mais absurda ao crime mais monstruoso.

⁠Assim ocorrerá com o homem: continuará suas proezas, mas seus recursos espirituais se esgotarão, da mesma forma que o vigor de sua inspiração.

⁠Destrua os pecados: a vida murcha bruscamente.

⁠As loucuras da procriação desaparecerão um dia, mais por cansaço do que por santidade.

⁠A saúde: arma decisiva contra a religião.

⁠Sonho com um universo isento de intoxicações celestes, com um universo sem cruz nem fé.

⁠A posição do descrente é tão impenetrável quanto a do crente.

⁠O dia é hostil aos pensamentos, o sol os obscurece; só florescem em plena noite...

⁠O universo começa e acaba com cada indivíduo, seja Shakespeare ou joão-ninguém; pois cada indivíduo vive no absoluto seu mérito ou sua nulidade.

⁠É preciso uma considerável dose de inconsciência para entregar-se sem reservas a qualquer coisa.

⁠⁠Infeliz de quem não tenha segredos sexuais!

⁠Instaura-se uma crença? Mais cedo ou mais tarde a polícia garantirá sua “verdade”.

⁠Todas as autoridades têm sua bastilha: quanto mais poderosa é uma instituição, menos humana.

Inserida por PensamentosRS

⁠Os valores não se acumulam: uma geração só produz algo novo pisoteando o que havia de único na geração precedente.

Inserida por PensamentosRS

⁠Incapaz de alcançar as claridades da morte, rastejo na sombra dos dias, e ainda existo somente pela vontade de deixar de existir.

⁠A vida é um milagre que a amargura destrói.

⁠O espermatozoide é o bandido em estado puro.

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
Inserida por Claudineidias

⁠O pessimista deve inventar cada dia novas razões de existir: é uma vítima do "sentido" da vida.

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

⁠Só nos tornamos cúmplices da vida quando dizemos – de todo coração – uma banalidade.

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
Inserida por Claudineidias

⁠Só se suicidam os otimistas, os otimistas que não conseguem mais sê-lo. Os outros, não tendo nenhuma razão para viver, por que a teriam para morrer?

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

⁠Como gostaria de ser uma planta, mesmo que tivesse de velar um excremento!

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

⁠O conhecimento em pequenas doses encanta; em grandes doses, decepciona. Quanto mais se sabe, menos se quer saber. Pois aquele que não sofreu do conhecimento não terá conhecido nada.

Emil Cioran
Nos Cumes do Desespero. São Paulo: Hedra, 2012.
Inserida por Claudineidias

⁠Uma constatação que posso verificar, para meu próprio pesar, a cada instante: somente são felizes aqueles que não pensam – ou, dito de outra forma –, aqueles que pensam apenas o estrito necessário para viver. O verdadeiro pensamento se parece com um demônio que atormenta as fontes da vida, ou antes, com uma doença que afeta as sua próprias raízes. Pensar o tempo todo, colocar-se problemas capitais a cada instante e experimentar uma dúvida permanente quanto ao seu destino; estar cansado de viver, esgotado por seus próprios pensamentos e por sua própria existência para além de todo limite; deixar atrás de si um rastro de sangue e fumaça como um símbolo do drama e da morte do seu ser – isto tudo é ser infeliz a ponto de que o problema do pensar dê ânsias de vômito e a reflexão apareça como uma danação.

Emil Cioran
Nos Cumes do Desespero. São Paulo: Hedra, 2012.
Inserida por Claudineidias

⁠O poeta: um espavitado que sabe atormentar-se sem motivo, que se dedica com ardor às perplexidades, que as procura por todos os meios. E depois, a ingênua posteridade se apieda dele...

Emil Cioran
Silogismos da Amargura. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.
Inserida por Claudineidias