Edna Frigato
Seu riso me chegou tão solto, tão leve, que mais parecia o bater de asas de um beija-flor, voando livre pelo infinito azul do céu.
Tanto a palavra quanto o silêncio podem ser interpretados de maneira errada. Na dúvida, eu ainda escolho o silêncio.
Amas gêmeas se reconhecem numa simples troca de olhares, e com apenas um toque renovam o pacto de amor eterno.
Que esse amor tão doce e puro se sinta acolhido em minha alma, e como pássaro que procura abrigo, faça ninho no meu peito.
Teu amor transbordou doçura, delicadeza, ternura e, inundou meu coração de tal forma, que a única alternativa que me restou foi me render aos seus encantos, e como uma gueixa resignada e obediente deixar-se alagar por ele.
Ao contrário da borboleta a metamorfose do amor é no fim. É no final que ele se torna uma sombra imprecisa, um espectro triste e pálido do foi. É nesse tempo indefinido e tardio que ele se arrasta como um verme multiforme entre migalhas, restos e sobras putrefeitas e mal cheirosas.
Reforça teus alicerces mesmo em dias de bonança pra quando a tormenta chegar não levar teu mundo embora.
Invista em você mesma, se ame, cuide-se, se admire, porque será contigo que terá de conviver durante toda a sua vida.
Olhar que rasga o infinito e se queda suave aos meus pés, como pétala prateada em minhas fases de lua.
Pecadora sim senhor
Nunca tive vocação pra ser santa
Já que trago na pele o estigma
do pecado, e na boca o
gosto da tentação
Não cultivo a loucura da culpa
ao contrário me rendo e
ao pecado me entrego
sem a menor pretensão
de redenção.
(Edna Frigato)
Ela sempre foi meio esquisita e avessa a convenções sociais, mas tinha textura de flor, um arco-íris no olhar e cheirinho de jasmim.
Gosto de pessoas simples com alma de passarinho, pois essas por onde passam espalham o pólen do carinho.
Hoje acordei com as mãos cheias de ternura, e vou deixar que escorram por meus dedos suaves gotas de doçura.