Douglas Figueiredo
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O abandono
é descaso pleno.
Nada do que sei
torna-se um saber
absoluto.
Sou capaz de dizer
que nada ainda
já está ganho.
Meias verdades
ainda não são
verdades inteiras.
Se a cada dia
Eu cultivar o amor-próprio,
No fim das contas
Nunca sairei
Com um saldo devedor.
Certamente a arrogância
É o câncer
Dos que se acham
Mais espertos.
A incoerência
É lápide tresloucada
Em mãos de tolos.
Ao desistir
Nem me dei conta
Que automaticamente
ainda
Estava tentando.
Estive só,
sem graça,
como um cão
que deseja
o osso,
feito um poeta
que não consegue
escrever uma linha.
Eu
que fiz
de ti
um mundo pequeno:
Agora não
posso mais trafegar.
Não bastassem
as feridas:
o agravo
da soma
das cicatrizes.
Tudo
é fornido
de luz
quando o sol
resolve "dar as caras".
Mais um poema
da liberdade
em cena.
É complicado
descomplicar,
pouco sobra,
muito se perde,
quase nada
ganha-se.
Se vacilando
vier ao cochilo:
Vez por todas
será irremediável
o irredutível desejo
que queira amar.
Têm dias
que dói
até o simples respirar.
Tu
sendo a poesia,
eu prossigo
sendo a rima.
Se eu
soubesse mais:
Por força
da natureza,
ainda seguiria confuso.
Teimosia:
É prosa conturbada.
Satisfeito
mas não
de todo contente.
Reclamar
nem sempre
melhora a situação.
A doçura
do momento
certamente é:
Encontra-se em paz.
Passando-se
pela melancolia,
todo dia
é dia
de fazer acontecer.
Deduzo
que o melhor
está por vir,
assim como
está por vir
tempos afáveis,
de melhores compreensões.
Pelo visto
ainda sonhas:
Transpirando poesia,
fez da rima
tua fiel aliada,
para conseguir expressar
o que dificilmente
as mãos tangiam.