DMC
A insanidade tem faces.
Por vezes, se revela na esperança de resultados diferentes de ocasiões iguais.
Outras vezes, prefere livros novos em histórias iguais.
Às vezes, mudanças em dias que permanecem iguais.
Em alguns, ouvindo músicas diferentes que ressoam iguais.
E, no meu caso, insiste em esperar aplausos que nem existem.
Se isso é insanidade, então tempo não existe.
Serei louco?
Se a consciência é um espelho,
então o ‘eu’ é apenas o reflexo daquilo que escolho acreditar.
Talvez uma construção.
Talvez ilusão.
Talvez nenhuma das duas.
Mas uma coisa é certa:
andamos todos no mesmo barco —
cada qual guiado pela sua única verdade.
Maldade pura não é um ato em si, mas o grau de consciência que o indivíduo tem da própria maldade.
Não sintas medo daquele que não sente; teme aquele que sente com convicção e faz o vazio refletir, pois isso é aterrador.
Reconhecer que a ignorância é uma bênção é como renascer de novo num dia ensolarado; já o saber arranca a ilusão, pois só quem ousa refletir entende como é ser consciente. Dito isso, se a inteligência ‘explodir’, talvez nem nos pertença mais, eheheheh. No entanto, é mais divertido quando aprendemos com os erros… isso, se entenderes, claro.
Não existe meio-termo entre bondade e maldade. Considerar Deus como a personificação do absoluto leva-me à ideia de um entendimento total sobre cada ação e sobre tudo o que existe, tornando desnecessário qualquer confronto com a ordem já estabelecida. Ainda assim, o entendimento divino parece mais acessível à nossa imagem, pois somos capazes de atribuir protagonismo e encontrar coerência dentro das nossas próprias lógicas. No fim, concluo: a única verdade sólida é a curiosidade — mas, mesmo diante dela, na limitação da minha percepção, carrego dúvidas.
Demasiadas certezas, num mundo com tanta ignorância e dúvida. Críticas em demasia, onde plantas nunca argumentam. A quietude é sólida - assim como o conhecimento e a sabedoria. Pois eu… nada sei.
O ruído do mundo corta o crepúsculo,
com crueldade e corrupção.
E o silêncio do campo desabrocha,
com pássaros cantando,
onde a terra responde sem palavras —
mas com honestidade, cercada de vida.
Viver sob expectativas sociais cria um segundo eu, um reflexo:
uma voz de perturbação e comparação.
Já a solitude permite-nos ver
um vislumbre da paz,
sem precisar de alguém —
bastando um único eu.
Uma paz que não é compartilhada,
mas vivida com amor.
Orgulho ou não,
não existe solidão:
apenas o sol, a chuva
e a felicidade nascida da simplicidade.
A educação é responsável pelo que nos molda.
Mas são as narrativas e a sentimentalidade que trazemos connosco que despertam quem realmente somos.
Não se tratam apenas de histórias, jogos ou filmes,
mas daquilo que sentimos com eles.
Cada experiência, seja no sentido literal ou simbólico,
traz consigo uma parte do que devemos ser.
No fim, somos um livro moldado por emoção e memória.
Cada um flutua como deveria flutuar.
Seria o destino real ou mera ilusão?
Será que a falta de autenticidade mudaria as regras do destino,
ou essas normas nunca se aplicariam a um indivíduo que não possui autenticidade?
Intrigante… Se todos nós fizéssemos parte de um sistema maior,
seria a fé um segredo — ou apenas uma mentira para quem não possui emoção alguma?