Diderot

Um única demonstração impressiona-me mais do que cinquenta fatos.

Só precisam de moral e de virtude os que obedecem.

Quando o padre apoia uma inovação, ela é má; quando se lhe opõe, ela é boa.

Para se alcançar, quanto mais não seja, a fama do pai, é preciso ser-se mais hábil do que ele.

Ignoro o que sejam princípios, a não ser que se tratem de regras que se prescrevem aos outros para nosso proveito.

Se tudo cá na terra fosse excelente, não haveria nada de excelente.

Em geral, quanto mais um povo é civilizado, educado, menos os seus costumes são poéticos; tudo se atenua ao se tornar melhor.

A razão sem paixões seria quase um rei sem súditos.

Não se é sempre estúpido por havê-lo sido várias vezes.

Abalar a nação para consolidar o trono; saber suscitar uma guerra; foi o conselho de Alcibíades a Péricles.

Só Deus e alguns génios raros continuam a avançar pelo campo da novidade.

Clama-se incessantemente contra as paixões; imputam-se-lhes todos os males do homem, esquecendo que elas são também a fonte de todos os seus prazeres.

Em matéria de moda, são os loucos que ditam a lei aos sensatos, as cortesãs que a impõem às mulheres honestas, e o melhor que temos a fazer é respeitá-la.

O espírito diz coisas deveras belas, mas só faz banalidades.

É que há tantos malvados neste mundo, que nem vale a pena reter aqueles a quem apetece sair dele.

Estou mais seguro da minha capacidade de julgar do que dos meus olhos.

A natureza não criou amos nem escravos, eu não quero dar nem receber leis.

O homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre.

Ser sensível é uma coisa e sensato é outra. Uma tem a ver com a alma, a outra com a razão.

Erra tanto o que suspeita demais, quanto o que demais confia.

Logo que os ódios rebentam, todas as reconciliações acabaram.

Como mal quando tenho apenas o pão possível.

Existem, hoje, cinquenta mil patifes que dizem o que lhes apetece a dezoito milhões de imbecis.

Dizem que o desejo é produto da vontade, mas dá-se o oposto: a vontade é produto do desejo.

A prosperidade revela os vícios - a adversidade, as virtudes.