Christinny Olivier

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No cajá-manga
Azedinho, o doce
Sabor de infância.

Inserida por Christinnyolivier

É tarde...

Agora é tarde...
Lágrimas cristalizaram
O sal desandou o doce
Os cristais se quebraram.

Agora é tarde...
O vento disseminou o verbo
Entre o certo e o errado
O tempo pediu passagem.

Agora é tarde!
A chuva cessou o canto
O sol não secou o pranto
Seu calor é miragem.

Será que é tarde?
O galho que não floresceu
Só agora entendeu:
Sempre foi paisagem!

Inserida por Christinnyolivier

Mergulho da Garça
Em lagoa misteriosa
Desnuda olhos d'água.

Inserida por Christinnyolivier

Corta o verbo em luz
E cor, borboletando
A flor da poesia.

Inserida por Christinnyolivier

Em metamorfose
Crepuscular, cordeiro nu
Veste um lobo urbano.

Inserida por Christinnyolivier

SUBLIMIDADE DE UM MOMENTO

Na semântica do amor, nossos corpos
Desafiam os limites da exaustão.
Momento sublime é ver-te cingindo
O calor dos meus braços,
Arrefecendo no abraço,
No fulgor em minhas mãos.
Quebramos paradigmas e anelos desvalidos,
Tingindo as entranhas do mundo paralelo...
Cruzando as linhas do verbo desconhecido,
Rasgando segredos e decretos
Em nosso universo alumiado em luz neon.
Aqueço-te e sonho em teu cobertor de infindos sonhos,
Encobertos nos penachos de cílios
Que resguardam o repouso dos olhos inânimes.
Enlevados, sentimos os vestígios de felicidade
Em repouso, próximo as paragens
Do rio opimo que corre em virtude do mar.

Inserida por Christinnyolivier

__NOITE FELIZ!

Ares divinos perfumam ruas, avenidas e residências rendidas aos encantos da noite de natal, a guirlanda ornamentada com o trançado de balas que serão disputadas ao findar a festa, atrai olhares repletos de admiração dos convidados, embalados no manancial de pureza que flui das ondas, nas canções natalinas...penetram a raiz dos sentimentos.

O pinheiro verdinho como a esperança que nos é avivada,
acolhe inúmeros enfeites e ostenta a belíssima estrela dourada, tão brilhante quanto os olhos marejados, que acompanham atentos
cada detalhe do presépio, devidamente montado na estante. Sininhos espalham boas energias e os presentes demonstram sua pequenez ante a motivação da data, aguardando o momento de entrar em cena silente ao pé da árvore.

Pisca-piscas refletem as tantas e tantas cores que vibram em nossas expectativas para o novo ano...
O bom velhinho também tem sua representação nos bonecos dançantes e renas animadas que fascinam os pequeninos.

Rabanadas adoçam corações e iluminados votos, contagiando o ambiente. O forno que aquece os abraços e assa delícias marinadas no tempero do amor, sopra o aroma especial que invade os cômodos da casa, passeia por íntimas recordações...

O clima de união atrai a sublime presença do coral de anjos, que envolvem o palco das emoções com resplandescente graça.

Nesta hora, a brisa celestial penetra os reflexos da alma e o mover do Espírito-Santo torna-se tão perceptível... Quase palpável a todos nós!... Capaz de desnudar a visão do homem mais incrédulo.

Meia-noite a família se reune em volta da mesa farta, entoando ao céu a oração que sobe ao trono do todo poderoso Deus;
acende a chama da paz em nosso lar.

Nosso Senhor Jesus Cristo estende suas mãos ungidas, abençoa nossas vidas, conosco vem cear.

_____FELIZ NATAL!!!

Inserida por Christinnyolivier

__LUA VERMELHA

Na fome, o peso da sede
em alívio confuso
esparja na boca,
contamina músculos
contundidos na face
toldada por fascínio
de híbridos, sentenciados
ao destino de fênix.

Sete estrelas do paraíso
emprestam seu brilho
ao olhar dos amantes,
em comunhão do tempo.
Corre água... Verte sangue!...
Escorre veneno na saliva.
Corre suor no vício lacrimejante...
E o riso copula com o pranto
leve, denso, adocicado.

No embate de vozes vorazes,
GRITO tudo!... Tudo
que o desconhecido supunha,
rasgando o céu a unha
na imensidão do proibido.

Piso na lua vermelha,
deixo meu rastro de libido.

Inserida por Christinnyolivier

O perdão adoça as
Rabanadas do ano todo...
É noite de natal!

Inserida por Christinnyolivier

Reminiscências
Natalinas à mesa...
Eu e as frutas secas.

Inserida por Christinnyolivier

PÁGINA SOLTA DE UM DIÁRIO


Corujas cansadas da vigília, soltam meu sono e batem suas asas... A noite que calou meu mundo passou antes do último gole de chá, mas esqueceu de devolver as vozes do dia.
Os anos espreitam meu sorriso claustrofóbico na espreguiçadeira da varanda tediosa... Apontam meu destino com ares inquisitórios, acoando os solfejos d'uma prece em construção.

O despertador emudeceu prematuramente a pressa matutina, não há mais brinquedos ou toalhas espalhadas pela casa; a mesa tornou-se figuração esquecida de uma novela que teve o fim antecipado. O café perdeu seu gosto, as torradinhas perderam a graça, o forno se aposentou e as tradições hibernam nos armários da copa. Agora virou rotina engasgar-me com a transparência infinda na piscina impenetrável.

O relógio avança, algo em mim parte, logo dissolve. Pétalas do livro da vida somem naturalmente a cada segundo... Vou perdendo centelhas mudas a cada hora que passa!
Rostos disformes contam fatos inéditos, avivam ilusões inauditas nas fotografias desgastadas por gotas de arrependimento e amargura.

Poemas e cartas que nunca serão enviados acumulam na gaveta sentimental, com travas e trancas desnecessárias...

Quebro todos os espelhos!... Mas o tempo ainda me acusa a cada tropeço no tapete da sala.

Inserida por Christinnyolivier

COMPLEXO INDÔMITO

Não reconheço mais a ponte...
Nem a dimensão dos sinais
Translocados no frio
Permeado em meus ossos,
Instalado no estalo
Dos dedos, dos passos
Trôpegos nas ruas anuviadas.

A razão estoura seus desígnios
Em poça d'água lamacenta,
Resvalando a placa de saída
Que insinua-se descaradamente...

Mas você não vê!
Não entende!
Não crê!

Desfaz asas de papel
Em chuva de sentenças
Inexistentes.
Tua carranca imersa
Em teimosia,
Prefere ladrar em campo abstruso,
Ignorando anseios
Em minhas mãos estendidas.

O lago congelou...
Travas enferrujaram
Tantas flores secaram...
A árvore renegou o fruto!
Um borrão consolidou o nada...
O silêncio castiga os isolados.

Pessoas temerosas se encondem
Do bicho homem,
Em suas cadeias residenciais.
Somente os lobos avançam...
Tomam de assalto a cidade,
Buscando sangue para
Grafar heresias em muros calcificados.
E você...
Preso a insistência de morar no escuro,
Tropeçando em musgos e raízes
Remotas da natureza esquecida.

No vórtice de palavras,
Tudo que sinto é exposto,
Como se pudesse abarcar
Teu inextricável oculto.
Sentimentos enclausurados
Nos cacos da noite,
Transitórios em teus olhos duros
Relutam - lutam - relutam!

Todos os augúrios da língua,
Sumida a sombra
De demônios despertos,
Agigantados ao som da meia-noite,
Tentam me afugentar
Diuturnamente.

Eu não temo!...
Não vou recuar!

Conheço bem a essência
Embutida as defesas
De tua casca dura,
Posso ler as entrelinhas doridas
Nos lábios sombrios, confusos
No riso forçado, intermitente.

Enxergo perfeitamente
A flor branda no esmalte
Dos teus dentes.

Inserida por Christinnyolivier

ENCONTRO

O brilho da minha procura
Encontra em teu olhar
Nuances da alma
Em complexidade
Com o tempero inerente.

Adere a cor vital
Em sublime simplicidade
No brilho natural da gotícula
D'água cintilante
Que transpassa o raio de sol
Na folha denominada vida.

Inserida por Christinnyolivier

ACORDES DA ALMA

Uma música corre solta
No ar, nos lábios, nos poros
Magnetizados...
No enigma intrínseco
Da alma enlevada.

Notas do perfume
De liberdade no campo
Espraiam-se
Nos acordes da aurora
Em comunhão
Com a transparência peculiar
Do olhar carregado de emoções.

Na balsa de sentimentos distintos
Vagueiam cores da essência
De um céu particular.
A memória devota um rosto
Desperto na menina dos olhos
De uma mulher pronta pra amar.

Inserida por Christinnyolivier

NOTURNO

Perfil agudo, dissecando
O pêndulo da meia-noite
Na ventura da neblina dissipada
Em voz rebenta.
Sombra adversa, inquietante
Na palavra desvendada.
Fio da navalha
Pólvora do filho da noite
Ofício do verso oculto
Desmistificado.
O verbo se inteirou açoite
Flexas abortaram na espada.

Ele estava lá!...
Ainda posso ouvir o tambor
Sentir o tremor das palmas.

Inserida por Christinnyolivier

Bruma nostálgica...
Força estranha, rege entranhas
Da noite mística.

Inserida por Christinnyolivier

"Rio Quarenta Graus"
Cantou a cigarra.
Ela é profeta!

Inserida por Christinnyolivier

O sol derrete
Na onda fugaz da Sereia...
Ela é carioca!

Inserida por Christinnyolivier

Que seja eternizado na boca da alma
o sabor do fruto de um amor concreto,
e exterminado todo aquele
que limitou-se a meras palavras.

Inserida por Christinnyolivier

MEIAS VERDADES

A habilidade da mentira
aquecida em meias verdades
calça falsos argumentos...
Perfaz pegadas astutas
em marcas da traição
no sentimento pisoteado
de quem manteve os pés descalços
em passos de ilusão.

Inserida por Christinnyolivier

Flores e frutos
de inspiração... Ornatos
de um pé de poesia.

Inserida por Christinnyolivier

Viaja no tempo
livre, um grão de pólen
nas mãos do acaso.

Inserida por Christinnyolivier

Que o vento carregue
na infinitude do silêncio,
toda promessa de amor fajuta.

Inserida por Christinnyolivier

Só desejo ser o eco do teu corpo
no calor de um abraço!...
Reflexo do amor em teus braços.

Inserida por Christinnyolivier

Olha amor... A lua
cheia de inveja do molejo
em nossas curvas.