Christiano Marques

26 - 42 do total de 42 pensamentos de Christiano Marques

Vida de estudante.

Estrutura Textual,
Regras cartesianas.
Morfologia, Fonemas,
Pitágoras e seu Teorema...
Tudo isso é um saco furado adicionador de problemas.

E eu vou vivendo a minha vida como um velho rabugento,
Fedorento, sorriso nos lábios
Porém Ódio por dentro.

Olho o tempo passando lento bem na minha frente,
Deixando no ar um sorriso irônico pra torturar ainda mais esse coração demente.

Saudades da minha cidade.

Um vento forte atravessa as folhas do meu quintal e bate com ímpeto contra o meu peito,
Parece levar um pouco de mim.
E realmente leva,
Toda dor, toda incerteza, toda saudade.
Saudade de cada detalhe de cada esquina da minha cidade.

Do inspirador túnel verde.
Que nos inspira à poesia e nos ensina a canção da esperança.
Do meu venerado rio Amazonas que sempre esteve ali,
Inerte ao meu olhar.
Exibindo sua dança sem músicas.

Saudades dos meus amigos mais íntimos,
Dos amores, das amizades e dores.
Das conversas jogadas ao vento,
Do louco desejo de segurar o tempo.

O vento se foi,
Despertou em mim antigas lembranças,
Que sei que vale a pena lembrar.
Lembranças que me ajudam viver,
E acima de tudo, sonhar.

Inserida por kiki25

O meu Rio.

Eu vi o rio,
Fugindo em sua vazante.
Seguindo triste seu caminho errante.

Procurava por outros rios para "dar a mão" e continuar o seu passeio.
Serpenteia ligeiro entre lagoas e igapós,
Saudando garças e socós.
Foi-se o meu rio,
Deixando em mim as gotas de um vazio.

Inserida por kiki25

Rimas de dor.

Continuamente sangra em mim essa dor,
Ferida causada pela perca do meu grande amor.
Pela insípida vida que um dia ja teve sabor
É que prossigo firme e forte em meu labor.

Enquanto sou vítima desse sentimento de horror,
Pinto em minha mente tua beleza sem cor.
Paro e observo meu jardim arruinado sem flor,
Suportando no peito a tragédia desse amor.

Compartilhando com o meu velho e experiente avô,
Todas as dores que essa vida maldita me causou.
Sim, ele que é capaz de materializar qualquer vapor,
Fiz dele meu mestre e senhor.
Pratico esporte tentando me recompor,
Futebol, natação, judô.
E ainda brinco com armas de horror:
Bilhar, armas de fogo, jogos e tarô.

E assim rabisco uma poesia de amor
Exaltando teu nome em louvor.
Que Deus sinta pena dos meus gemidos que bradam como tambor,
E desse pobre menino que no palco da vida não soube ser ator.

Calvário.

Estou sentado à mesa olhando o vinho e o pão,
E já sinto na boca o amargo gosto da traição.
Me vejo subindo um monte, ansioso, suado e cansado.
Como uma pobre ovelha ao seu matadouro desgraçado.

Estou cercado por pessoas estranhas,
Alguém que me jurou lealdade já me beijou com o gelado beijo da morte.
Meus próprios súditos estão despedaçando minha sorte.

Já não sou rei, nem colecionador de flores.
Sou réu, escravo, o pior dos malfeitores...
Açoites arrancam minha carne,
Mulheres gritam, homens cospem em minha face.
Meu Deus! Que crueldade, quanta maldade.

É a minha via crucies, a via da humilhação.
Devo passar sozinho esse caminho até que chegue o sagrado bálsamo em meu coração.
Estou em um novo monte, inédito e inerte aos seus pés.
Um madeiro me aguarda, é o presente da ingratidão.

Estou sendo ungido na amargura, meu vinho transformou-se em sangue.
Vejo três pregos no chão, percebo que são meus,
Hão de atravessar minha carne e também meu coração.

Tenho sede. Alguém poderia me trazer água?
Uma rosa vermelha serve...
Estou atravessando meu calvário,
Lento como uma viagem à remo e vela.
Com uma dor não fingida.
A morte está ao meu lado,
Vou inspirar o meu ar, o de missão cumprida.

Inserida por kiki25

Morre lentamente.

Morre lentamente quem não vive.
Quem cai na armadilha da Internet,
Da vida, do destino.

Morre lentamente quem tem medo do amanhã,
Quem escravisa a si mesmo,
Quem não sabe o valor de um abraço, de um toque, de um beijo.

Morre lentamente quem opta pelo ódio,
Pela raiva, pelo rancor.
Quem sequestra o dissabor e foge da Paixão e do amor.

Morre lentamente quem não aprendeu o valor de uma amizade,
Quem ama apenas seu ego,
Quem trai e despedaça o elo.

Morre lentamente quem não teme ao juramento,
Quem duvida de tudo
E não confia nem em si mesmo.

Morre lentamente quem abandona seus amores,
Quem idolatra seus dissabores.

Morre lentamente quem não sabe que viver vai muito além de existir.

Inserida por kiki25

Vi o tempo.

Hoje vi o tempo irritado.
Animal, indomável e irracional.
Devorando um relógio feito um canibal.

Olhei o tempo, e o tempo olhou para mim.
Vi o tempo brincar de pintar cabelos,
De desenhar rugas e descortinar lembranças.

Vi o tempo segurando o passado e o presente num futuro deslavado.
Vi o tempo sarando feridas e apagando lembranças.

Vi o tempo furtando a inocência de crianças.
Arrebatando sonhos,
Devendo esperança.

Vi o tempo atravessando a e eternidade,
Ignorando a gravidade,
Percorrendo célere pela cidade.

Vi o tempo em sua idade jovial,
Saudosista, com fantasia de carnaval.

Vi o tempo sorrindo,
Preso na sua própria alegria,
Preso no seu próprio tempo.

Inserida por kiki25

E nos dias frios, abraço os meus fantasmas.

" E se quiserdes ouvir sobre o Amor,
me chame.

Inserida por kiki25

Solidão

Ontem ela dormiu comigo,
Deitou-se lentamente em nossa cama.
Me fez carícias,
Fingiu ser você,
Tentou me amar.
De manhã ela se foi mas ameaçou retornar,
A solidão, a maldita solidão.

Inserida por kiki25

Meu rio Amazonas,
Eu também choro tuas águas.
Suas ondas ainda se movem em meu peito".

Inserida por kiki25

Na ausência de elogios, o homem elogia a si mesmo.

Inserida por kiki25

" Se puder, viva sem mágoas.

Inserida por kiki25

Tenho tantas coisas pra ler e outras tantas para viver. Não sei se leio ou se Vivo.

Inserida por kiki25

O tempo é um leão faminto me devorando.

Inserida por kiki25

O que tortura o pobre não é a pobreza é a inveja .

Inserida por kiki25

1° Carta de Amor

⁠Manaus, 14 de Fevereiro de 2021

Para: Querida Rebeca

Querida Rebeca . Hoje faz 12 anos que não vejo você. A última vez foi em uma certa viagem que fiz a sua cidade , era período de campanha política e você estava segurando bandeira para um certo candidato , lembro que você sorrio tímidamente . Achei legal você estar ali descolando uma grana , temos algo em comum : não negamos fogo quando o assunto é trabalho .

Pois é , talvez você não saiba, mas , duas vezes fui na sua antiga casa . A primeira vez você havia saído às compras , a segunda você não estava mais morando lá . Quem me conhece sabe que adoro reencontros, então ainda aguardo pelo nosso . Tenho tantas perguntas a fazer , tipo:
" você casou " ? "Como está seu filho" ? Cursou Faculdade ? ...

Rebeca , você lembra do seu natal de 2006 ? Aposto que não . Mas, eu lembro de cada detalhe . Aquele ano foi cansativo demais para mim , meus pais estavam em crise no casamento e brigavam muito , e o pior é que quem mais se feria naquele tufão era eu e meus irmãos . Você sabe que na época eu era muito religioso, quase um santo .

Naquela noite Cristo estava renascendo em muitos corações e morrendo no meu , liguei o foda-se pra religião e fui. Queria viver algo novo, foi então quando te encontrei.

Você me desejou um feliz Natal com um abraço apertado e demorado, parecia que já nos conhecíamos a muito tempo , e cá entre nós , nem éramos íntimos .

Conversamos sobre nossas famílias , escola, trabalho , coisas superficiais. Eu amava o jeito que você falava , parecia a Priscila Fantini dando entrevista . O jeito que você falava só perdia em beleza para o seu par de olhos castanhos , parecia um pântano abandonado , e naquela noite eu desejei me afogar nele.

Na lacuna de suas palavras e de seu olhar, eu vi uma carência tímida , escondidinha no porão da sua alma , percebi que você não queria passar o natal sozinha , nem eu .

Eu sei que não foi elegante o que fiz , mas eu tinha sede de você , era natal e queria o vinho do teu amor . Fui muito direto, lembra ?
" Rebeca, quer ficar comigo essa noite " ?
Nossa! Você precisava ver sua cara de espanto, você não esperava aquele convite assim do nada . Você não esperava um Cross, no máximo esperava um Jab.
"Tem certeza "? Você perguntou . É claro que eu tinha certeza Rebeca , eu queria ser teu aquela noite .

E foi assim que te arrastei pra casinha da árvore . Era minha primeira vez , não poderia ser melhor e nem mais romântico que aquilo . Então subimos a escada como os anjos de Betel , ou melhor , como anjos decaídos sedentos por prazeres.

Nunca vou esquecer seu beijo , e nem a forma lenta e carinhosa em que soltei os botões da sua blusa, pela primeira vez eu me entregava pra uma mulher de corpo e alma . E cá entre nós , foi tudo perfeito . Posso até dizer aqui que não lembro de um Natal melhor que aquele .

Pois é, querida Rebeca , espero que leia a minha carta. De alguém que lembra de você com carinho ,

Christiano , o Poeta .

Inserida por Christiano_Marques