Charles Canela
Às vezes consideramos como inimigo alguém que simplesmente apareceu numa circunstância que não pode ser evitada.
Você acha que está sendo fiel com quem, ao querer preservar sua imagem vendida de ontem, se hoje você é outro?
Aceitar que o amor mais lindo do mundo pode não ser eterno é algo que dói, mas temos que saber queimar etapas, mesmo sabendo o quanto é doloroso ter que recomeçar quando se encerra o melhor ciclo de nossa vida.
O amor existe, claro, mas é preciso que você crie circunstâncias para que ele se faça presente na sua vida. Não fique deitado, de barriga pra cima esperando um príncipe encantado, num cavalo branco, arrombar a porta da sua casa e lhe prometer um amor eterno.
Amar uma pessoa, carregando dentro de si resquícios do amor anterior, é amar a mesma pessoa tomando o corpo de outra, emprestado. Amar assim é prostituir.
Concreto
Amor é meu tijolo,
Paixão é meu cimento.
Se não for para morar numa casa assim,
Prefiro morar no relento.
Coração calado
Sufocado
Aceitando as regras
Cansei
Declarei
Se for crime te amar
Pequei, pecarei
Para sempre fora da lei
Saí da sua vida e ainda não conseguiu o sorriso frouxo? Vai ver que é o diabo que está lhe protegendo de mim.
O “antes era ruim” era melhor do que o “é melhor do jeito que está”, mas seu orgulho e medo não deixarão você mudar para ser melhor do que tudo que já foi um dia.
Quantas e quantas pessoas que passam por nós pelas ruas e com um olhar faz um pedido mudo implorando carinho?
Às vezes o “desconfiômetro” poderia dar um sinal de alerta. Quantas vezes não temos mais o que oferecer e ficamos só tomando tempo de alguém?
Ficamos presos ao nosso passado, carregamos, inconscientes, mágoas e ressentimentos de amores passados e trazemos todos os nossos problemas para o amor atual, não nos dando a chance de encontrar a verdadeira identidade da pessoa que está do nosso lado. E, assim, como antes, tudo acaba. E ficamos com a mesma sensação de que nada realmente foi vivido, compartilhado, trocado e aprendido com o nosso novo amor e sofremos... Cheios de razões.
Ah, como somos ingênuos quando nomeamos Isso de amor, aquilo de paixão, Isso de ódio, aquilo de indiferença.
Há um segredo absoluto nos sentimentos. Poucos são explícitos.