Autran Dourado

26 - 44 do total de 44 pensamentos de Autran Dourado

Nosso idioma é um manancial inesgotável.

Inserida por autran1956

Às vezes vou escrevendo tão calmo e tão vagaroso, tão simples e silenciosamente, que penso atingir a morte, a nulificação, o Nirvana oriental.

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Sou dividido, ora sou platônico, ora aristotélico.

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Ser antigo é para mim um estado de espírito, um pensamento desejoso. Cada um deseja o que pode.

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Não adianta se esconder sob mil disfarces, a realidade sempre aparece.

Um autor só é autor no momento exato em que escreve. Depois, passa a ser um leitor a mais de sua própria obra.

Autran Dourado
DOURADO, A., O Meu Mestre Imaginário, 1982
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Se, após a escrita, um autor diz alguma coisa sobre o que escreveu, nada mais está fazendo do que um novo escrever.

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Entre a obra e o autor se faz um mundo.

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A única coisa que um autor tem de verdadeiramente próprio é o corpo; o seu texto talvez não passe de paródias entrelaçadas, acumuladas...

Autran Dourado

Nota: citado por Raimundo Carreiro em "Os Segredos da Ficção"

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Em cada autor há uma série de pequenos autores. O produto final é uma incógnita - o próprio autor, a suma.

Autran Dourado
DOURADO, A., O Meu Mestre Imaginário, 1982
Inserida por autran1956

A obra é um mito, fio de meada em direção ao incógnito final. O autor nunca vê, senão como um sonho (mito de um mito), o panorama do que fez.

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Quem é que se escolhe, o autor ou a obra?

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O leitor perfeito é um autor em gestação.

Autran Dourado
DOURADO, A., O Meu Mestre Imaginário, 1982
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A obra escreve o seu autor?

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O autor lê sempre a (sua) mesma obra?

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Nada é igual nas aparências, mas tudo se identifica.

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O que não é um mal em si, pode até se transformar numa virtude.

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De antemão não sei escrever qualquer coisa, vou no vai-da-pena.

Autran Dourado
DOURADO, A., O Meu Mestre Imaginário, 1982
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A minha máscara se colou tanto à minha pele que virou o meu outro eu visto de dentro. Vale a ambiguidade.

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