Augusto Galia Fernandes

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⁠Ecos do Inexplorado
Sob olhares desconfiados, somos julgados,
Em um mundo onde as mentes são mares inexplorados.
Nas ondas do desconhecido, navegamos sozinhos,
Nossas vozes, ecos distantes, em caminhos sem vizinhos.

Nas profundezas do ser, onde os sensores traçam,
Linhas e ondas, mapa de uma alma que não se encaixa,
Cada pico, cada vale, um universo a desvendar,
Nas sinfonias elétricas de histórias a contar.

E na busca por alívio, na química encontramos abrigo,
Quietados numa chave misteriosa, portas do desconhecido.
Em cada molécula, uma promessa, um novo amanhecer,
Um convite para a mente, suavemente, se entender.

No silêncio das tempestades, a fumaça sussurra calmaria,
Como um bálsamo suave, trazendo paz ao dia.
Nas correntes do sentir, um elixir para a dor,
Um toque gentil, um caminho para o amor.

Somos viajantes de um cosmos vasto e singular,
Cada estrela, uma história, em um céu a brilhar.
No espectro singular, cada luz, uma cor,
Cada vida, uma poesia, um eterno explorador.

Inserida por AugustoGalia

⁠Soneto das Recordações Imaginárias

Nas festas só de memórias imaginadas,
Vivo eu, limitado em existencialismo.
Caprichos meus, fantasias aladas,
Loucura e ingenuidade em abismo.

Serpente sou, em harpas melódicas tocadas,
Nobiliárquico em desgraças, sem otimismo.
Das sensações humanas, já fatigadas,
Nas veredas antigas, encontro o cinismo.

Meus deuses, iníquos, tecem a fábula da vida,
Onde cada ato é farsa, cada dor é conhecida,
E a verdade se esconde, velada e esquecida.

Em minha alma, ecoam vozes, perdidas,
Nesse palco de sonhos, onde a fé é partida,
Sou espectro vagando, em jornadas extintas.

Inserida por AugustoGalia

⁠Filho intra-uterino
Sou filho intra-uterino do desgosto!
Recebi na infância o decrépito conselho.
Fixo e funcional, pulcro aparelho,
Do qual passei a vida todo oposto.

Que sobras da minha alma escarnecida,
Na boca de um espectro embriagado,
Descansa seu vil pútrido delgado,
Cadáver de epiderme enfraquecida?

Que obscuro ventre pesticida,
Do verdadeiro inóspito advogado,
Nutri o sofrimento imaturo e prolongado,
Que a humanidade vive envaidecida?

Confiam em mim com a própria desconfiança,
Sempre incrédulos com minhas novas crenças,
Questionam a pureza das crianças,
Como se fosse uma terrível ofensa?

Inserida por AugustoGalia