Ana Santé

1 - 25 do total de 30 pensamentos de Ana Santé

"Mas faltava descobrir o que vinha por detrás da arte. Respiração ofegante. Sangue a correr nas entranhas das palavras. Um pacto. Confiança? Eu te amo porque hoje é um novo dia".

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"Ah, sim. Um verdadeiro escândalo. (...) Um alvo perfeito para quem a odiasse. As senhoras não somente lhe virariam a cara, como o corpo inteiro. 'Bom dia' não lhe diriam mais os senhores, e a 'boa noite' seria com os livros de Shakespeare de vez".

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"Flutuar além da cidade, daquele povoado e do mar... E ia ser agora. O encontro com a coisa que ela sentia ultrapassar em pensamento".

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"Ela então parou. E enxergou-se pela primeira vez. Imprevisível, porém natural (...). E soube-se: desde sempre aquele sentimento se apresentava forte e insistente".

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"Passei por algumas capitais. Roma, Madri, Paris, Berlim... Estive de frente com ela, ‘A Monalisa’, de Leonardo. Fixei meus olhos na ‘Gioconda’ e ela me disse: ‘Eis que me penso. Ninguém o sabe. Estás diante do abismo’ ".

"Seria desejo? O fato era: um olhar a havia absorvido por inteiro – sua alma estava pronta para algo, assim como se sabe que um dia se há de morrer, e por isso vive-se".

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“ 'Poderia prosseguir, se não fosse pelo corpete'. Mas por que o ainda usava?... Fechou os olhos: toda a sua propriedade orgânica, plástica, sensorial estava lá. Mas o corpete, no apuro dos sentidos, imobilizava-lhe o instinto; atrapalhava o prelúdio, limitando movimentos, desafiando-a para sempre... Eis o modismo e o massacre, através dos séculos".

"E não mais haveria de querer a morte, mas desvendar os mistérios que a levaram até ela".

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"Leal, guardava segredo, como um sarcófago que se compactua com a vontade do cadáver".

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"Conhecê-la: eis o caminho. Mergulhar em sua personalidade ambígua".

"Inevitável. O passeio de barco. Não quis ir. Inevitável, aqueles bilhetes. Toda manhã. Estou aqui, te espero. Estou ali, te encontro. Correndo por entre as árvores. O verde e a terra, a doce paragem. O cheiro de umidade. O céu cintilante. E de repente, ela tocou a sua mão".

"Era de manhã. Não havia maldade. O sol tilintava. A brisa assoprava. Os pássaros cantavam. A água corria por entre as fontes e a nascente brilhava. Fixou-se em seus olhos. Como se nada acontecesse, como o vento, ou mesmo a brisa, como uma serpente, uma víbora, um pecado, um sinistro movimento, sobre as trevas do medo e do inconsciente, sob as luzes da vida, num acorde de instrumento... Lá estava. Um filete – marulhando. A tentação lhe invadindo... Sol após sol. Quando a lua surgia, encontravam-se de novo, desastrosamente, no quarto".

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"Como lhe amava a caligrafia... Ainda mais aquela flor! A primeira, dos incontáveis ramalhetes que viriam, sentiu. Tão jeitosa. Gostaria de tê-la nos braços; protegê-la, dar-lhe todo o seu amor. Mas somente amor? Não. Dar-lhe-ia o seu ensinamento".

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" 'Doenças têm sua causa no mal. Por que a síndrome que me acomete fez-me arriscar a própria vida para salvá-la? Se fosse o mal a base dos meus atos, poderia eu a amar tanto?...'. Contudo Felícia jamais tentaria a morte, se não tivesse sido adoentada simbolicamente".

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"Cabe ao mundo enxergar a doença em seu próprio discurso, em suas regras sarcásticas, em sua falsa moral!... Pobre mundo! Todos são obrigados a mentir, a sufocar seus desejos e personalidades, colocando-se abaixo da linha do respeito e da autocomiseração. Sim, percebi-me reprimida, controlada, mutilada por essa enfermidade social que nos assola como uma gangrena. Porque somos todos discriminados, perseguidos e alijados pelo mundo afora. Escondemo-nos por detrás de casamentos e conventos, sacristias e oratórios; por detrás de nossos filhos; de nossos modos e medos... Tornamo-nos invisíveis. Por que nós não gostamos de sermos vistos? Ou por que nossas diferenças não lhes são agradáveis aos olhos?".

"Somos uma vaga minoria que não se dá conta do que é, ou que jamais fora. Estamos pulverizados no meio de tantos que se calam, a fim de nos calarmos também e nos sentirmos satisfeitos de não sermos notados. Porque, além da própria tez, vestimos outras peles: a membrana da mentira, da hipocrisia, da ignorância e do medo. Reprimidos, ridicularizados, obrigados a uma espécie de vida cheia de artifícios... O homem é o centro, e a mulher nada é. Mas se esquecem: de que sem este ‘nada que é’, não existiria o todo que não é. O homem que é produto de nós, mães. Os homens que, como nós, mulheres, não são ‘nada’ afinal".

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"Sim, livres. Pois todos possuem certo grau de amadurecimento para realizar escolhas. Mas qual a melhor decisão? E como mesmo se escolheram? Não havia resposta. O espaço-tempo é infinito, indefinido... O sabor da vida é mais que íntimo, independe da vontade. Essa dá as cartas, indica a direção... 'E o que nos levou à reciprocidade? Como a tentação adivinhou o desejo? O que nos diferencia dos animais é a capacidade que possuímos de sermos livres e dizermos não ao que não queremos e sim ao nosso coração, o que os outros não compreendem' ".

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"A causa do gênero está acima de tudo. Convenceremos a todos desse fato. Nosso princípio consiste em dar apoio a todas que se manifestem".

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"Uma imagem luminosa surgia nos céus: papéis e mais papéis saindo das nuvens, pousando como silfos sobre o solo do Brasil... Eram as 'borboletas de Lutz', prometendo a revelação da esperança por uma transformação justa e progressiva das mentes petrificadas".

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"Há muito se tivera os olhos fechados para a edificação do mundo novo. O 'velho' deveria se adequar às novas tendências que visavam à soberania da igualdade. Assim continuou a intensa campanha nacional pelo sufrágio. Uma longa luta, iniciada antes mesmo da Proclamação da República".

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"Mediante novas luzes projetadas pela política getulista, devemos abrir o ensejo para comemorar a retirada dos primeiros entraves do exercício da cidadania da mulher no Brasil".

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"Assim, por entre as rochas, onde a brisa assopra com vigor, uma mulher mergulhou nas próprias torpezas. E uma longa noite se deu, permitindo-lhe o alvorecer da consciência".

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"É de sorte do ser humano existir em meio a tanta dor; ainda que não compreenda o próprio amor e a sua razão, no tempo".

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"Em ti, meu barco navega lentamente. Tenho o leme nas mãos e uma tripulação a guiar. Um bando de pássaros... Sem bússola nem mapa. Não me prendo a nada, nem ao vento que me indica a direção. Não me prendo ao azul, nem ao negrume das águas... É profundo o meu ser, no silêncio das vagas. Não se alcança chão, pois me encontro sobre as fossas. Como é fundo o meu ser, inacessível a mentes pequenas e perigosas...".

Inserida por AnaSante

"Apenas adiante, entregue, ao sabor dos segredos que precipitam sobre as águas...".

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