Alexandre Cezar Fh
O esforço de educar pessoas brancas sobre o racismo estrutural assemelha-se, em sua exaustão epistemológica e afetiva, à tentativa de convencer sujeitos adultos — quaisquer que sejam suas origens — de que jogar lixo ao chão não é apenas infração ambiental, mas gesto simbólico de desapego ético e desordem civilizatória.
Ensinar a quem se recusa a escutar é como implorar a um adulto para não sujar a casa que todos habitam:
o mundo já fede, mas ainda assim me encaram como se o odor fosse meu.
Maisha Luzolo me ensinou a olhar para quem te escuta como se cada pessoa fosse uma criança à espera de um segredo bonito.
...aprendi com
AleMentor e ConscienciAle:
São muitos eixos existenciais que te constituem, seja VOCÊ em todas as suas camadas.
...Zé e Áquila Quilombo, Maisha Luzolo cruzaram olhares sob o brilho das estrelas...
Sonhei com um mundo onde corpos negros sejam complexos, contraditórios, mágicos, e além dos sonhos: humanos;
onde a ciência aprenda a respeitar o silêncio, a fé, a experiência e a esperança;
onde a gente possa ser não só resistência, a luta contra a carência e os triunfos da potência, mas também o des-can.so e a celebração.
...nunca fui indivíduo, sempre fui coletivo_
Zé: quilombo;
Dr. Ayo Navrro: Aldeia;
Eu mesmo: o tudo, o todo e o povo.
Carrego as marcas do racismo e a dor de não ser visto, a saudade da minha mãe e a solidão de quem busca respostas na própria mente. Mas também sinto pulsar a força da reinvenção, o alcance infinito da polimatia, e como aprendi com a Dra. Shaira Zion, o alento da minha - quarkiana, leptônica e bosonica - fé. Faço do meu trauma um testemunho; da minha dor, símbolos; da minha perda, poesia.
Talvez um dia minha tristeza dê dinheiro, o triste disso... é que talvez não esteja mais vivo, mais triste que é isso, é pensar (as-sim) nisso.