Ausencia William Shakespeare Amor
O desejo é um farol, um registrador, prova incontestável, apontando uma vontade quase orgânica. Que por vezes ardia e arde sem ninguém ver...
Engraçado como sentimos aquela necessidade de dizer o que se passa por dentro. A gente olha e pensa: “como a gente se apega tanto assim a um estranho?”. E escapa o pensamento, mas não com palavras ditas, é o olhar que muda. E quando temos a chance de dizer tudo (exatamente quando pergunta em que se está pensando), só sabemos responder: “não é nada.”. E por fim disfarçamos a agonia com um sorriso torto, por não saber se dentro do outro acontece o mesmo.
Ah, meu bem! Ainda vai chegar o dia que não me restará dúvidas que suas expressões de riso me pertencem.
Mesmo tendo uma ideia do que me esperava, fui ver a peça. E logo no começo, na segunda ou terceira troca de cenário, lá estávamos. Uma senhora com a pele marcada pelo tempo, e um senhor de cabelo branco, entregando que também passou por ele. Com toda delicadeza desembaraçava o cabelo daquela senhora enquanto cantarolava uma canção na qual nunca deixou de pôr no repertório da vida. Começava mais ou menos assim: “Que o tempo carregue tudo, menos quem me deu felicidade…” Éramos nós, ou melhor, seríamos… Se soubesse que a porta entreaberta era à sua espera.
Passe os olhos nesta frase. Mas com carinho, por favor. Aqui não está nem a metade do que chamo de amor.
“suporte o ódio e a violência com fé; suporte o fracasso e a falta de compreensão com paciência, porque no final o amor é a força para você nunca desistir”
Eu estive reparando a lua e pensando nos muitos olhares que já percorreram por ela. A lua é a junção dos separados, dos apaixonados, dos desesperados… Numa noite há tantos que se amam e a convidam ao compartilhamento. E a lua, sempre educada, se doa, e se divide com os demais olhares de casais de namorados que antes nunca aperceberam-se do quão bonita é! A lua sempre desculpa os dispersos. Às vezes se exibe com confiança, em outras, acanhada. A lua pela manhã se despede com saudade. Há os que não se contentaram em admirá-la apenas de longe; e por isso as pegadas nela. Ontem eu olhei no céu a mesma lua que Cecília, que Machado, que Drummond contemplaram e a que o moço que conserta os meus sapatos ainda observa. Pensei no meu amor por ti e então descobri que certas coisas Deus fez para serem eternas.
Sentimento equivalente:
e se em minha ida deixei-te uma saudade sem fim foi porque levei de ti um amor perpétuo.
Nesta tarde lembrei-me de você, mas a realidade é que tenho que te esquecer.
Esquecer, porque o teu amor pertence a outro.
Alguns sofrem mais intensamente, outros mais alcoolicamente. Tem até os que mudam de religião, de time, de casa.
E cada um faz o que faz, como atitude desesperada pela dor latente, pela confusão entre querer de volta e não querer nunca mais.
Sou de pegação, mas também sou de apegos. Cada beijo, uma paixão, mas também uma nova esperança de amores longos, pra vida toda, por que não? Enquanto não dá, vou amando um pouco, um pouco lá. Porque o que não sei é viver sem amar.
Se quero casar? Quero. Se não der, tudo bem. Não porque eu não queira ser de ninguém, porque já sou de mim mesma, mas porque não sei se quero mesmo abrir mão do que tenho hoje, que são essas asas abertas e prontas para voar. Mas uma hora posso querer um ninho, sim. Só não vamos também chegar ao ponto de achar que quero procriar…rs
Sou tão cheia de crises e tormentas com meus pensares, sentires e fazeres. Sempre sei o que devo fazer, mas nem sempre sinto o que deveria sentir ou penso o que deveria pensar. Essas dúvidas alimentam meu mundo, pois são elas os combustíveis para eu nunca parar de sonhar.
Sabe? Sou menina faceira, sim, e esse é só um lado meu de tantos que tenho e que cada dia descubro mais e gosto, porque percebo ser muito mais do que sempre pensei.
Sinto saudades, mas não quero ninguém de volta
Sinto saudades de muitas coisas que vivi. Sinto saudades de momentos, de sentimentos, de sensações. De pessoas, de lugares, de conexões. Na verdade, sou um poço de saudades.
Adoro relembrar meu passado, contar minhas histórias, chorar minhas tristezas, rir minhas alegrias. Vira e mexe, lembro de algumas situações com ex, com amigos do passado, com inimigos…rs
E gosto de dividir essas histórias com quem faz parte do meu presente. De contar como aconteceu, o que senti, como entendi o comportamento do outro. De rir, de chorar, de sentir raiva de novo. De relembrar os sorrisos, os olhares, os abraços, as demonstrações de afeto, de solidariedade.
Mas nem de longe desejo voltar ao passado. Gosto do que sou hoje, mesmo com todas as minhas dores e dessabores. Gosto de quem me tornei, de carregar comigo as lembranças do passado, os amores acabados, os choros engolidos e os sorrisos de lado.
Sempre conto histórias de meus ex. Ex-amores. Mas falar dos ex de forma carinhosa, terna pelo que me proporcionaram nem de longe quer dizer que os quero de volta. Porque realmente não quero.
Para ser bem sincera, quando me apaixonei por cada um dos meus ex, era mais pelo que eles eram na época somado ao que eu era na época, ou seja: não teria nem como eu me apaixonar por algum deles hoje. Primeiro porque não sou mais quem eu era na época. Segundo porque nem quero mais o que eu queria. Mas, acima de tudo, porque muitos deles ainda são o que eram, e é justamente o que eu não quero para mim hoje. Mesmo os que evoluíram, seguiram por caminhos que não poderiam ser traçados ao meu lado.
Quero seguir a vida sem ter que apagar minhas memórias, sem deixar de contar minhas histórias. Mas não quero ninguém de volta. Que sejam felizes ao seu modo e no que eu puder ajudar, o farei. Sou grata por tudo o que vivemos juntos de bom e de ruim, pois foram essas vivências que me fizeram ser quem sou hoje. Lembro com carinho de cada detalhe, mas não haveriam meios de um dia isso se tornar de novo um “nós”.
Tudo isso se tornou uma saudade lúcida, gostosa, consciente. Sem o menor anseio de virar realidade no presente.
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