Assustador
O mundo pode ser cansativo, as vezes. E sem querer parecer dramática, eu diria até assustador. Maior parte do mundo, hoje em dia, está baseado no exterior, no plastificado, no descartável. Somos todos números de estatísticas, somos corpos lutando para conseguirmos ocupar o mesmo espaço sem haverem guerras e desentendimentos. Seria bom se mais pessoas aqui conseguissem nos enxergar por trás e por baixo disso; o nosso coração, entende? E que tratassem o nosso coração como se fossem os deles, como se estivesse exposto.
Entre o medo de agir e a coragem de enfrentá‑lo existe um abismo assustador, e é nessa travessia que não apenas descobrimos quem realmente somos, mas também revelamos nossa determinação diante daquilo que desejamos.
Quando não se acredita em aniversário, a ideia de envelhecer torna-se um tanto estrangeira. Você não cai em traumas ao fazer dezesseis ou trinta, ou o assustador cinquenta ou o mortificante centenário. Você passa a medir sua vida pelo que aprendeu, não por ficar contando calendários.
Algumas pessoas acreditam que se contarmos uma história várias vezes ela se torna real. Ela nos torna quem somos. E isso pode ser assustador.
Olha, eu sei que é assustador para você colocar seus sentimentos para fora, porque nunca sabe se a pessoa que você gosta vai gostar de você de volta. Todo mundo se sente assim, mas você nunca saberá o que pode acontecer se não... Tentar.
Quando você não sabe para onde está indo, qualquer estrada serve. Medo de encruzilhada. É assustador para sair. Medo de voltar. As perguntas, as respostas são assustadoras. Se você não sabe para onde está indo, é melhor deixar ir, flutuando no vento.
Às vezes você tem que deixar ir de bagagem, e como uma pena, se deixar levar pelo vento.
Como o poeta disse González Tuñón, "de modo que a cada passo, uma paisagem, uma emoção ou desilusão com a vida nos reconciliou pequeno, e pequena morte".
Por um dia, ainda temos algumas memórias, para dizer "Eu estava naquele canto", para dizer "eu estava em tanta paixão," para dizer "Eu estava nessa cidade fantasma, de uma amizade, fazer uma coisa dessas." Para dizer "eu estava lá".
Para fazer isso, você não precisa ter medo de ir, ou de retornar. Porque estamos em uma encruzilhada partida e regresso, se não sabemos para onde ir, se deixar levar pelo vento.
O vento carrega, enquanto ele traz. O vento pode nos levar a lugares inesperados. Flutuando no ar, são todas as perguntas e todas as respostas. E soprando no vento, nós vamos para onde devemos ir.
É um pouco assustador desconstruir coisas que sempre achamos ser verdade. Olhar com olhos de amor, e não de dor. Perdoar o outro, e a gente mesmo, por tanto tempo perdido cultivando mágoas bobas. Então a gente descobre que ainda dá tempo de ser feliz. E descobre que ficar sem chão é o mesmo que voar.
É assustador como todas as histórias da nossa vida nos leva a único desfecho: sempre alimentamos o monstro que vai nos atacar.
É assustador ser complemento forçado de um tempo em que o amor parece ser o inimigo. Promessas e feitos com o mesmo peso do que é material descartável ou produto com validade prolongada. Um mundo que automaticamente se conclui, se desfaz e refaz com a mesma "virtude". Um mundo com pessoas ocas que escolhem e produzem o mesmo.
Que ao invés de plantarem árvores, constroem mais e mais prédios. Mas eu sou a favor do progresso... Só que as pessoas esqueceram de progredir muito mais com o que nos alimenta. Um tempo em que deixamos de preservar a natureza, para preservar cimento e cal, este é um tempo em que estamos promovendo apenas o fim, que se acomoda muito bem na tal da ordem e progresso.
Desta vez não está sendo assustador e nem sinto a enorme vontade de acabar com tudo. É simplesmente paz. Paz essa que vem do seu sorriso, olhar e toque.
Pode ser assustador descobrir que estava errado sobre uma coisa. Mas não podemos ter medo de mudar nosso pensamento. Aceitar que as coisas são diferentes. Que nunca mais serão as mesmas. Para o bem… ou para o mal. Temos que estar prontos para abrir mão do que acreditávamos. Quanto mais estivermos prontos para aceitar os fatos… e não o que pensávamos… Nós nos encontramos no nosso lugar.
Essa coisa de tempo é mesmo assustador, vivemos anos tentando se entender, procurando bons motivo pra ser feliz, e nesta coisa de procurar não aprendemos que perdemos, perdemos a chance de ver que a felicidade é um bichinho simples que esta na ponta do nariz, perdemos a qualidade de bons sorrisos, perdemos a chance de se jogar nesta metamorfose e gostosa aventura de viver. Vai o tempo escorregando pelas mãos mais uma vez.
É assustador a forma como as pessoas desistem umas das outras hoje em dia. Os relacionamentos estão tão superficiais que temo me apaixonar por "alguém" e depois descobrir que a pessoa não passava de um holograma computadorizado.
Como se desiste de uma pessoa que nunca tocou, beijou, sentiu o cheiro ou viu pessoalmente?
Como se baseiam essas desistências?
De quê maneira se decide não querer mais alguém que não se conhece?
Em meio a tanta superficialidade, o real assusta mesmo. Espero viver o suficiente para encontrar alguém real e falho como eu mesma. Porque num mundo cheio de pessoas "perfeitas", não sobra muito para aqueles que não o são.
E a cada amanhecer, eu me renovo, me transformo e cresço. E isso não é assustador. Sempre esperei por isso. Quando você se liberta de toda negatividade humana, o coração e a alma falam pela gente. O dia seguinte, sempre fica melhor do que o anterior. Mesmo com todos os problemas e os apertos que a vida me proporciona eu não me entrego. Eu não me rendo. Eu não fujo. Encarar a vida de forma positiva, torna-se mais fácil qualquer guerra. E um bom guerreiro, não vence sem batalha. Renove-se, transforme-se e vença!
O silêncio, às vezes, soa assustador pra mim...
Como escutá-lo?
Como interpretá-lo?
É um não ou é um sim?
Sim, sim... eu sei o valor do silêncio.
Pra que errar se se pode evitar?
Pra que falar se se pode calar?
Pra que magoar se se pode resguardar?
O silêncio... estratégia inteligente
de muita.... muita gente.
