Assim sou eu Menina Mulher Deusa Menia
Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo...
Você pergunta: “todos os vernizes descascam?” Eu acho que para quem tiver a coragem de deixá-los descascar, sim. E isso é bom.
Pronto: agora tenho que sair correndo outra vez para ganhar a vida. Ganhar ou perder? Eu sei a resposta. Mas posso cantar baixinho um velho Roberto Carlos, aquele assim: “Querem acabar comigo/ isso eu não vou deixar”. Juro que não."
Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer minha casa nova?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.
Eu brigo, bato, implico, grito, esnobo, mas a verdade é que eu vivo pensando em você e todos os meus atos são desculpas para estar ao seu lado.
Meu Deus, nunca falhará. Eu sei que chegará minha vez. Minha sorte Ele mudará, diante dos meus olhos.
Não tem uma vez que eu esteja me sentindo a melhor pessoa em sonhar o impossível em cima de pequenas coisas, ou que eu esteja chorando desolada por pequenas decepções, que eu venha aqui e não comece a engolir o choro.
Se eu pudesse estar em paz, me livrar do pesadelo de vê-lo nesse estado, e não poder ajudá-lo não, mas triste é não poder mudar.
A nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir mais fundo, de não sentir medo desse mais fundo. Parece difícil de você enxergar que insistir nisso é perda de tempo, é perda de vida em uma causa perdida. Ouça aqui, mocinha. Não fique pensando que o mundo lhe pertence não. Não caia nessa onda. E outra coisa – não se esforce. Pelo menos não tanto, não fique aí remando contra a maré, dando murro em ponta de faca. Veja – se não fora pra ser, não vai ser. Acredite em mim. Coisa boba essa sua tentativa de ir além. E olhe, eu não estou pedindo pra você desistir não, não é isso. Eu só quero que você pense mais, que leia mais. Que tenha argumentos melhores. Você é muito imatura ainda. Cresce!
A felicidade não era senão uma infelicidade mais ou menos bem tolerada. Todas essas teorias eu as repetia para mim porque sabia que a coragem consiste em dar razão aos fatos quando não podemos mudá-los
A Maçã
Se esse amor
Ficar entre nós dois
Vai ser tão pobre amor
Vai se gastar...
Se eu te amo e tu me amas
Um amor a dois profana
O amor de todos os mortais
Porque quem gosta de maçã
Irá gostar de todas
Porque todas são iguais...
Se eu te amo e tu me amas
E outro vem quando tu chamas
Como poderei te condenar
Infinita tua beleza
Como podes ficar presa
Que nem santa num altar...
Quando eu te escolhi
Para morar junto de mim
Eu quis ser tua alma
Ter seu corpo, tudo enfim
Mas compreendi
Que além de dois existem mais...
Amor só dura em liberdade
Pra sempre eu vou sentir um elevador de gelo seco em todos os meus andares quando você aparece de alguma maneira. Quando tem foto sua, quando tem recado seu, quando tem você atravessando a avenida.
