As Palavras Ditas em um Momento de Raiva

As grandes livrarias são monumentos da ignorância humana. Bem poucos seriam os livros se contivessem somente verdades. Os erros dos homens abastecem as estantes.

A ignorância, lidando muito, aproveita pouco: a inteligência, diminuindo o trabalho, aumenta o produto e o proveito.

Paciência e nada de pressas fazem mais do que a força e a ira.

Sopra o vento
Segura-te borboleta!
Na pétala da flor.

Deus, arquitecto do universo, proibiu o homem de provar os frutos da árvore da ciência, como se a ciência fosse um veneno para a felicidade.

A vingança comprimida aumenta em violência e intensidade.

O vento é o tempo:
sopra varre levanta lambe
desfaz o que foi feito.

É na idade da ambição que se prova a têmpera dos homens.

O temor da morte é a sentinela da vida.

O meio mais eficaz de nos vingarmos dos nossos inimigos é fazendo-nos mais justos e virtuosos do que eles.

Cuide de vossa graça, pois aqueles ali não são gigantes, mas moinhos de vento, e aquilo que pensais serem braços são as pás que, girando o vento, movem a mó.

O receio aumenta-nos os desgostos, tal como os desejos os prazeres.

Queixam-se muitos de pouco dinheiro, outros de pouca sorte, alguns de pouca memória, nenhum de pouco juízo.

Quem não sabe nada, seja ele senhor ou príncipe, deve ser incluído no número das pessoas vulgares.

É uma infelicidade ser tão breve o intervalo que medeia entre o tempo em que se é jovem demais e o tempo em que se é velho demais.

Sabei escusar o supérfluo, e não vos faltará o necessário.

Uma coisa não é justa porque é lei, mas deve ser lei porque é justa.

Quem muito nos festeja, alguma coisa de nós deseja.

O poder é uma ação, e o princípio eletivo é o da discussão. Não há política possível com uma discussão permanente.

Pouco saber exalta o nosso amor-próprio, muito saber humilha-o.