As Palavras Ditas em um Momento de Raiva

Temos na filosofia uma medicina muito agradável, pois, nas outras, sentimos o bem-estar apenas depois da cura; esta faz bem e cura ao mesmo tempo.

A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa.

São curtos os limites que separam a resignação da hipocrisia.

Morremos quando não há mais ninguém por quem tenhamos vontade de viver.

Nunca devemos dizer tudo, pois seria tolice; mas é indispensável que aquilo que se diz corresponda ao nosso pensamento; de contrário, é maldade.

O pobre lastima-se de querer e não poder, o avarento ufana-se de que pode, mas não quer.

Se, por vezes, o juiz deixar vergar a vara da justiça, que não seja sob o peso das ofertas, mas sob o da misericórdia.

Quando não podemos gozar a satisfação da vingança, perdoamos as ofensas para merecer ao menos os louvores da virtude.

Não existe nada igual ao sabor do pão partilhado.

A demasiada atenção que se emprega em observar os defeitos dos outros, faz que se morra sem ter tido tempo de conhecer os próprios.

Nenhum animal é mais calamitoso do que o homem, pela simples razão de que todos se contentam com os limites da sua natureza, ao passo apenas o homem se obstina em ultrapassar os limites da sua.

O compromisso multiplica por dois as obrigações familiares e todos os compromissos sociais.

A ausência é a causa de todos os males.

A igreja é o único lugar onde alguém fala comigo e não tenho de responder.

O dinheiro só é poder quando existente em quantidades desproporcionadas.

Poucos homens foram admirados pelos seus criados.

Os anos que uma mulher subtrai à sua idade não são perdidos. Ela acrescenta-os à idade de outras mulheres.

O mal do nosso tempo é a superioridade. Há mais santos do que nichos.

Todo o universo poderia ser conduzido por uma única lei, se essa lei fosse boa.

Os maiores males infiltram-se na vida dos homens sob a ilusória aparência do bem.