As Palavras Ditas em um Momento de Raiva

Os moços de juízo honram-se em parecer velhos, mas os velhos sem juízo procuram figurar como moços.

A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.

A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.

Os que não sabem aproveitar o tempo dissipam o seu, e fazem perder o alheio.

Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.

Qualquer homem é capaz de fazer bem a outro homem; mas contribuirmos para a felicidade de uma sociedade inteira é parecermo-nos com os deuses.

Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.

Tememos a velhice, à qual não temos a certeza de poder chegar.

A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.

Uma casa sem mulher não tem tormentos nem glória.

As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.

Quem está ausente, teme e tem todos os males.

Há grandeza mais verdadeira numa boa ação do que num bom poema ou numa grande vitória.

Se a pobreza é a mãe dos crimes, a falta de espírito é o seu pai.

Podemos estrangular os clamores, mas como vingarmo-nos do silêncio?.

A dissimulação algumas vezes denota prudência, mas ordinariamente fraqueza.

A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.

De todos os sentimentos, o mais difícil de simular é o orgulho.

Ser-se livre não é nada fazer, é ser-se o único árbitro daquilo que se faz ou daquilo que se não faz.

O homem de palavra é aquele que menos fala.