As Atitudes Destino
AO PROFESSOR QUE NASCEU PARA SER PROFESSOR
Agradeço todos os dias ao destino, pela graça de ser educador. Arte-educador. Inserir-me nesse contexto como profissão me fez mais do que um profissional: alguém que se reconhece como quem nasceu para isso. Tenho, evidentemente, minhas angústias relacionadas a proventos, condições ideais de trabalho e as grandes dificuldades externas que acompanham nossos alunos até os espaços formais de aulas, oficinas e projetos educativos, tanto no conceito pedagógico, especificamente, quanto nos conceitos da arte e da cidadania.
Sou um professor que não dá nota. Que pode mudar, todos os dias, as estratégias para vender suas ideias e seduzir os alunos. Atraí-los para contextos mais prazerosos do que a obrigação de alcançar notas e pontos para passar de ano. Às vezes, adulá-los. Talvez por isso, eu não tenha nem condições de alcançar a grandeza dos esforços diários dos professores em disciplinas obrigatórias, que têm a dura missão de preparar pessoas para o mercado de trabalho. Para disputas mercadológicas e a sobrevivência em uma sociedade competitiva e cruel, devido à falta de espaço confortável para conquistas.
Não tenho a mínima condição de avaliar precisamente a realidade total das salas de aula, mas sempre que vejo um professor de pelo menos alguns anos de profissão, admiro-o profundamente por ter atravessado esses anos, diante do que vejo. São muitos e muitos os professores que portam condições plenas de abraçar profissões muito mais rentáveis, e o fariam competentemente, mas não fogem do que escolheram, porque seriam somente profissionais. E como nasceram para ser professores, não seriam felizes se não fossem profissionais e seres humanos, como tem que ser, mais do que ninguém, quem nasceu para ser professor.
Reitero, portanto, meu profundo respeito e minha admiração aos que trabalham com amor e sofrimento; com revolta e dedicação; com sorrisos muitas vezes salobros, porque se misturam ao pranto, mas logo se sobressaem, porque o amor ao que fazem tem sempre reserva de otimismo.
Ao mesmo tempo, meu desprezo profundo e a não admiração aos patrões da educação tanto particular quanto pública e aos cidadãos de má vontade responsáveis pelo sofrimento, a revolta e as lágrimas do professor que nasceu para ser professor.
“A dor que você sente pelo desprezo dos outros não define seu destino, apenas revela quem eles são.”
Escravo do destino
O campo, o mar, a casa com chaminé e duas cadeiras postas na direção do horizonte, mas apenas uma está ocupada,
O medo as vezes se comporta como o guardião das madrugadas silenciosas,
Em meio a grande perda encontrei no céu nublado o peso das lágrimas que timidamente insistiam em não cair,
Rasos desejos, raros momentos, asas na superfície não dão âncoras a profundidade,
Sentado na cadeira a beira mar olhei fixo para o oceano e de tanto olhar vi que você deixou rastros de sentimentos espalhados pelas ondas,
Na minha penitência moral já escrevi mil cartas com pedidos de perdão e as lancei no mar para que através de garrafas navegantes elas pudessem chegar aquela que um dia foi minha e jurou não ser de mais ninguém.
“Com amor fati, celebro cada instante da minha vida, abraçando meu destino com gratidão, pois cada experiência, feliz ou triste, é uma parte essencial da minha jornada.”
Busco uma morte honrosa e uma vida simples. Não aceito o destino de morrer trabalhando como minha mãe. Minha maior homenagem a ela será morrer vivendo.
Quando o teu verbo mudar, o teu destino mudará. Troca a frequência do sofrimento pela da gratidão e do amor. Que assim seja!
