Arnaldo Jabor Politica
“Não existiu e não existe espaço público no Brasil para ser reinventado. Estamos ainda nas projeções de uma possível vida pública livre”.
"A estrutura do Estado brasileiro foi produzida no século XVI, em pleno absolutismo. Desde aquele período, vivemos sob o signo da diferença entre cidadania e operadores do poder".
"Os partidos brasileiros não passam de balcões negocistas. Quando surge a ideologia entre eles, é a mais regressiva e despótica possível".
"Não existe (sobretudo após duas ditaduras ferozes que ceifaram lideranças civis e impediram a experiência da invenção democrática) espaço público no Brasil".
As massas são instrumento de manobra em eleições ou campanhas contra os direitos civis. Resumindo, o feto do espaço público e democrático, no Brasil, está sempre à beira do aborto.
"É preciso incentivar a prática da população tendo em vista a partilha do político. Educar, não para o mercado como dizem os que defendem o privatismo, mas para o exercício consciente da soberania popular. Assim, é imperioso o emprego de tecnologias de ponta na educação das massas brasileiras. Precisamos democratizar a sociedade e o Estado, federalizando a suposta república brasileira".
"No Brasil, o PT e o PSDB chegaram a tal ponto… quando eles terminarem de destruírem uns aos outros, o caminho estará aberto a um candidato de direita. E lembre-se de que a direita não conversa com ninguém; ela manda. O meu medo é que a direita se aproprie das novas tecnologias de marketing".
"Portanto, para Spinoza qualquer um que quisesse controlar os pensamentos e os corpos estaria indo contra Deus”.
"Os partidos, a cada vez mais oligarquizados, só aceitam líderes que distribuam o espólio da riqueza nacional em benefício dos financiadores de campanhas, quase sempre empresas industriais e financeiras. As lideranças são marionetes nas mãos daqueles verdadeiros donos do poder".
"Ainda aquela falsa opinião de quem está na rua é de direita ou esquerda. Um erro basilar de análise política é restringir o debate sobre o caráter ideológico dos manifestantes, se eles são de esquerda ou direita".
"O Brasil vai sair da UTI à medida que a população se manifeste, se precaveja, se prepare e exerça seu papel".
"É preciso exigir a democratização dos partidos políticos porque eles são oligarquizados, constituem propriedade de grupos ou pessoas que lá estão há anos, conhecem todos os segredos partidários e não respondem aos militantes de base.
"Precisamos de um diálogo cada vez maior, ao contrário dessa guerrilha de ódio estabelecida no cotidiano entre as facções políticas. Precisamos que o debate político seja canalizado para os problemas nacionais, atenuando o lado supostamente ideológico, porque estamos diante do velho desafio, conhecido desde a Roma antiga, de salvar a República".
É urgente: todas as pessoas que se consideram republicanas e democráticas devem lutar pela convocação de uma assembleia nacional constituinte da qual surja um documento que respeite a soberania popular”.