Areia
Mesmo as estrelas, que parecem tão numerosas, são como areia, são como poeira – ou menos que poeira – na enormidade do espaço.
É manhã e eu caminho sobre a areia e sob o sol
Vendo a maré-cheia, pensando no canto do rouxinol
Lembrei da pergunta, que jurei nunca esquecer
"Como pode falar do amor, se nunca o pôde viver?"
Um tanto consternado, assumo sem temor
Nunca fui apaixonado, mas sei coisa ou duas sobre o amor
Sei que vem na primavera, com a ascenção das flores
Corre, brinca, se diverte, e se esvai em muitas dores
Afinal, se o amor fosse bom não haveria sofrimento
A amar prefiro a vodka, que me dá entendimento
Pela praia vou andando, passeando e bebendo sem demora
E vejo que o amor é como o mar, chega, molha, e vai-se embora
A lua já subiu, e eu continuo a andar sem pressa
O amor é como a criança atrevida, teima, corre e tropeça
Mas, afinal, eu não sinto o amor para que dele possa falar
Não sei mais o que digo, sinto muito meu amigo, já estou bêbado demais para acabar
Algumas coisas eu não sei, como, por exemplo: quantas estrelas há no céu, quantos grãos de areia existem na praia ou qual a distância até o infinito; mas isto não me preocupa, porque o que realmente importa é que eu lhe amo e você me ama também, e isto eu sei!
Pedro Marcos
O melhor calmante natural que existe: pés na areia, a brisa da praia e os olhos na imensidão do mar!
Antes de proferir pense: pois palavras ditas, pedras atiradas e ondas quebradas na areia não tem mais volta.
Náufrago
Perdido, desperta desalentado,
Com o corpo aspergido da água, salgado do mar
A areia conglutinada na face e nas partes nuas do corpo
Em meio à angústia proporcionada pela cena,
Vagarosamente coloca-se de pé,
Na busca da compreensão do que fazia ali.
Olha o entorno e vê uma ilha
coberta de vegetação mista, com árvores enormes e verdes
exala o perfume das flores: gardênias, jasmins, lavandas, cravos...
Sobressai-se o cheiro inconfundível de mel das álisso...
O silêncio ruidoso de sua mente é quebrado pelo canto dos pássaros: pintassilgos, canários, corrupiões, azulões e corruíras - uma mágica sinfonia.
O céu azul, cintilante, reflete nas águas mansas
Sente uma leve brisa...
Um náufrago, confuso, à procura de uma saída.
Mesmo que sua alma sinta a doçura do lugar,
Como desvendar o mistério e partir?
O que era eu? Pergunta-se
E o que é essa saudade de alguém, de qualquer coisa que angustia?
Busca explicações, mas só encontra um vácuo dentro de si:
Uma ilha cheia, mas ninguém para lhe fazer companhia.
Como aquela, existem outras ilhas desconhecidas,
Construídas por mãos divinas...
Vê seu reflexo nas águas...em seus olhos uma dolorosa instabilidade, sem sentido.
A brisa é fresca, monta uma fogueira
Nela coloca as impurezas da ilha,
Aqueles gravetos, as lascas sem razão.
Espera encontrar alguém, embora ainda não saiba quem...
Sentado imóvel, olhando na direção do horizonte,
Ouvindo os pássaros, sentindo o perfume das flores,
ainda sente como estivesse naquela ilha cheia de vida,
Que embora tão real dentro de si,
é um tesouro abstrato da sua imaginação.
Pés no chão, areia quente
Vento bate indicando a direção
O remo ajuda a conduzir a liberdade de escolher para onde o barco vai.
Quem dera fosse fácil toda terra à vista. Mas que graça teria navegar sem emoção?
Às vezes o remo quebra, o barco vira
Mas de uma forma ou de outra ele sempre chega a terra firme. Se o barqueiro não desistir de prosseguir ou ter sabedoria que algumas tempestades não precisamos enfrentar correndo o risco do barco afundar.
Sejamos corajosos para seguir, e sábios para, quando necessário, saber atracar.
Às vezes é preciso fugir da onda
Seguir sem olhar pra trás
Ali, depois da marola
Tem areia fofa em terra firme
É preciso deixar a maré baixar
É preciso se sentir seguro
Para conseguir entrar e mergulhar de cabeça
A mão que movimenta águas em um riacho,
joga areia aos ventos,
afaga os cabelos,
alimenta de limão minha bebida.
faça sua própria história ou será um pequeno grão de areia nesse vasto mundo.
Combinado de trevas e dores
"A vida no seu entusiasmo nos vemos como um simples grão de areia no fundo do oceano, onde cada vez vamos nos afundando em meio a tantas lembranças, sempre querendo volta onde começamos"
Meu nome não foi construindo em castelo de areia, pode botar fé! Cochicho, invejas e falsidades vão voltar de ré! Faço o meu de cabeça erguida, sem incomodar ninguém! Pela honra ao sobrenome, da Dona Maria posso ir muito mais além...
O educador de jardins
O educador prepara a areia.
Tira as pedras e as madeiras.
Prepara a base.
Que é o que determinará.
O tamanho da planta.
Para no futuro.
Não exeder no peso.
Nem na medida.
Sabe-se que uma planta bem cultivada.
É sempre uma obra prima conquistada.
Do esforço de semear.
Da cuidado pra germinar.
Da dedicação em se regar.
Sabe-se que o jardim.
Foi um trabalho a longo prazo.
Semeado pelos sopros dos bichos.
Mantido com lágrimas de chuva.
E aquecido com temperamento caloroso de Deus.
Admirado, copiado e passado.
De cultura a cultura.
De amor por amor.
Por um educador.
De jardins.
Deitar numa rede para relaxar,
Sem nenhum motivo para chorar.
Quero sentar na areia e admirar,
a boa vista que tenho do mar.
Quero ficar bem tranquila,
e saborear essa doce paz.
Quero o sol para iluminar,
Me sinto tão renovada lá.
Preciso sentir o sol na pele,
Não me canso de admirar.
Então me deixe bem à toa,
Aproveitando a brisa do mar.
Ouvir o canto do bem-te-vi
Sentir o perfume das flores.
Quero sentar na areia branca,
E apreciar o sol beijando o mar.
TEU NOME NA AREIA
Eu escrevi o teu nome
Na areia do mar
Mas foi tão facinho
Da onda apagar
Oh, onda bendita
Que apenas levou
Levou o teu nome
Mas não me lavou
Escrevi o teu nome
Na areia do mar
Mas foi tão facinho
Da onda apagar
Oh onda maldita
Que vem pelo chão
Apaga-o na areia
E não no meu coração.
O sol esquenta a terra, a areia, e o mar, e se encarrega de iluminar o dia, esquentar nossos corpos, e nos fortalecer a cada dia, como é bom acordar, ver o Sol, e saber que ele vai embora no fim da tarde, mas que já já torna a aparecer, vamos esquentar nossos corações com mais amor, e fraternidade, hora de olhar para o lado, e perceber que algo está sendo dito, e não estamos escutando, Deus fez todos nós pararmos para olhar ao lado, mas cegos inúteis continuam sem ver, estacionados todos esquecemos que um simples olá, como está? está bem? Precisamos ouvir sem que ninguém fale nada, porque não é preciso palavras, para entendermos que é hora de olhar para natureza, para coisas simples, deixarmos a luxúria de lado, e encontrarmos aquilo que não estávamos procurando.
