Apagar a minha Estrela

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SOB AS LUZES DA RIBALTA

Sob as luzes da ribalta, nos afãs
dos espetáculos trágicos,
atores e artistas cênicos
aguardam para se exibir aos fãs.
A orquestra marca o compasso
bem atrás dos bastidores,
é aflição dos gladiadores
que se ataviam com embaraço.

Para não perderem a sua forma
eles se aquecem, relaxam
o plexo braquial e rezam
para não caírem da plataforma
elevada na gávea dos trapézios;
outros retraem os braços;
mascaram-se de palhaços
para se exibirem de gaudérios.

No entanto, as luzes da ribalta
que iluminaram o tablado,
ao terminar o seu reinado,
apagam-se no final e nada falta
para encerrar o triste panorama
que abruma o palco vazio.
Cessa então todo o desafio
que perfez o final de um drama.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

AS CALÇADAS DO DRAMA

Grandes astros do cinema, teatro, música, rádio e TV,
possuem seus nomes gravados nas calçadas da fama
de Hollywood. Em estrelas de mármore rosa, à mercê
dos olhos no passeio público, são como monogramas
pisoteados e idolatrados por admiradores num ateliê:
embora os contemplem, não sabem do seu amálgama.

As badaladas celebridades artísticas, no seu epigrama
crítico são julgadas e avaliadas dentro do seu clichê
carismático, mais pela promoção do que pela chama
inspiradora do talento, recebem o laurel dum comitê
que os propagam ao galardão deste trivial panorama,
assim ufanam-se pelo nome na calçada, o seu guichê.

Mas os astros do circo estão pelas calçadas do drama,
são estrelas anônimas, irreconhecíveis neste Panteão
de Glória, coexistem obscuras à memória, sem flama,
apagadas ao glamour da história, vagam na escuridão.
Porém, no meio dessa constelação que o piso aclama,
os astros elevados estão no céu e não fixados ao chão.

Desse modo, uma estrela ofusca-se em sua trajetória,
e o artista circense vive e subsiste mais pela vocação,
não deixa seu nome cravado pelas calçadas da glória,
nem se preocupa com o raro brilho visto na escuridão;
sabe que é melhor ser uma ínfima estrela na história,
do que um grande astro que não cintila na imensidão.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

CARROSSEL DE ESTRELAS

Em nossos sonhos de infância
onde jamais se apagam as chamas
rubras da charmosa inocência,
um carrossel de estrelas em flamas
girava com a dourada fantasia:
cavalinho à galope, alce que brama,
zebra pintada e girafa simpatia,
coloriam os traços desse panorama.


Tudo girava colorido, emoções
inesquecíveis e sorrisos galopantes,
no mundo de quantas diversões
tinha no parque de luzes brilhantes.
Ali havia paz e lindas canções,
guloseimas, brinquedos cintilantes,
incomparáveis às imaginações
das crianças em jogos fascinantes.


Eram sonhos reais, extasiantes,
a explosão de cores vivas, alegrias,
lazeres e músicas contagiantes.
Mas nesse mundo belo de euforias,
ainda não haviam degradantes
fantasmas que assombram os dias
no carrossel d’estrelas cadentes:
agora estão apagadas, tristes e frias.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O LEÃO, O DOMADOR E A ARENA

Na grande jaula em que o encerra,
um leão furioso, bem embriagado,
entre açoites e bramidos de guerra,
espera seu algoz para ser domado.

O domador se faz senhor da selva,
enquanto o animal urra e vocifera,
pois sabe que ali não existe a relva
a ocultá-lo de ser visto como a fera.

Mas numa arena a história se altera,
ao carrasco insensível que o espora,
o animal livre e pujante se arremete.

Devorá-lo ferozmente quem o dera?
Porém a fúria do leão não compete
contra o látego cortante que devora.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O LEÃO E A BAILARINA

Sob luzes vermelhas e holofotes brilhantes
uma galharda bailarina riscava seus passos
no tablado envernizado do Circo Radiante.
Malabaristas, mágicos e diversos palhaços
exibiam seus números em pleno picadeiro,
todos eles, conectados ao show extasiante,
não se deram que um leão escapou do laço
enquanto o seu domador oscilava o roteiro,
ele, ao notar a jaula aberta avisou ofegante,
que a fera estava solta e fora do compasso.

Foi um espavento para todo lado, à revelia,
no palco apenas o leão e a audaz dançarina
permaneciam frente a frente, com valentia.
Ela, sem vacilar afagou de leve a sua crina
e começou a bailar perante sua majestade;
o rei das selvas, atônito, sua dança assistia,
bem hirto no tablado, exibia sua disciplina
de espectador domado e sem agressividade,
urrou para ela não parar a dança que exibia;
pois até um leão aprecia uma bela bailarina.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O CONTORCIONISTA SEM CORAÇÃO

Ei-lo, o jovem magro que se curva no tablado,
dobra-se todo, contrai suas juntas e cotovelos,
na juntura de seus ossos, o esqueleto arcado,
encolhe-se a se retrair dos pés até os cabelos.

Ei-lo, a se contorcer, entrar na caixa quadrada,
e dentro dela, a sua pessoa se tornar delgada.
Seria crível que ali coubesse toda sua arcada
constrita numa lata igual sardinha e achatada?

Ei-lo, que fui achá-lo assim todo comprimido
num ínfimo espaço, apenas um pequeno vão
a ser preenchido com algum membro de fora.

Ei-lo, que caberia nela ainda para ser contido?
Isso eu indaguei ao contorcionista nessa hora:
frisou que naquela fresta iria por seu coração.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O SUBLIME MÁGICO

Ao toque dos solenes clarins na alvorada celeste,
anjos e arcanjo se exibem num palco do Nirvana.
São exímios astros envoltos por luzentes plumas,
cingidos ao fantástico trapézio de aura soberana
evoluem com asas de diamantes que as reveste,
voando no espaço sideral sob nuvens d'espumas.

No picadeiro do além, pégasos de suave brancura
cavalgam em círculos levando no dorso querubins,
fazem acrobacias em rodeio, com tons de músicas,
baladas e canções de amor com sonoros cornetins.
Esses seres alados e os serafins bailam na doçura
do celeste espetáculo a se descortinar em súplicas.

Ato contínuo, no fúlgido tablado, um varão mágico
exibe uma cartola estrelada à plateia do outro lado,
dela surgem auríferos passarinhos e saem voando
para o excelso trono ornado de um fogo fantástico;
e ao retumbar a trombeta nesse paraíso iluminado,
sai da cartola em forma de pomba o Espírito Santo.

Perante o magnífico trono cravejado de brilhantes,
o sublime mágico se apresenta ao Todo Poderoso,
ali resplandece sua glória de ouro com imensa luz;
para sua assistência de anjos e seres exuberantes,
ele exibe no seu peito a relíquia de artista glorioso:
a cartola é seu divino coração e o mágico é Jesus!

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

A MÁGICA DO MÁGICO

Com a sua leal varinha hipnótica,
o ilusionista, de fraque e gravata
preta exibe a cartola magitrônica
polarizando a plateia, estupefata.

Faz os truques sem tirar bravata,
com lances surreais da dinâmica
teatral num só toque o nó desata
com sua habilidade, supersônica.

E a mais sutil e impossível lógica
ocorre: e rápido se desembaraça
de seu pescoço, tal gravata preta.

Serpeando-a com a vara mágica,
ela vai criando asas de borboleta
e se transmuta a voar com graça.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O HOMEM TOCHA

Chamam-no de papa-fogo ou pirofagista,
soprando chamas boca a fora sem parar,
faz proezas incendiárias de se esturricar,
na coragem e talento de um performista.

As labaredas rubras e lançadas para o ar,
são quase iguais às línguas dos dragões,
fazendo ameaças com suas combustões,
querem bem rápido tudo lamber e tragar.

Será que o homem tocha é mesmo fogo?
Para ver se ele ardia mesmo de verdade
fui experimentar o seu corisco pirofágico.

E por desejar ser um intruso nesse jogo,
quase me chamusquei com esse trágico
zotismo: brincar com fogo, é insanidade!

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

MULHERES D’AÇO

São elas, belas e possantes, vibrantes,
ninfas galáticas, provocantes heroínas,
formosas mulheres d’aço de brilhantes
têmperas, suntuosas musas femininas.

São elas que detêm a força e genética
da vida, através das dores e vitupérios
voam suas vidas no talento da estética,
gentil magia na dinâmica dos trapézios.

São elas, as fabulosas mulheres d’aço,
maçãs d’amores, volúpia de conquista,
que aprisionam os homens no paraíso.

São elas que ocupam o nosso espaço
com a dança das bailarinas e o sorriso
no rosto do palhaço, cenário d'artistas.

Do seu Livro "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

A QUEDA DO EQUILIBRISTA

Na corda esticada que sustem o equilibrista
é preciso muita perícia e habilidade,
na arte de andar sobre ela, assaz se arrisca
o funâmbulo que aprecia a atividade.

Mas quem se eleva na causa por aventura,
ignora que a desgraça de cair implica
em inépcia de manter o equilíbrio na altura,
e se despencar, na certa se complica.

Na vida isso também faz quem não é artista,
sem avaliar o risco que a arte explica,
alça-se na corda bamba para andar no alto.

Por lhe faltar a experiência em tal conquista,
descamba lá de cima e se estrumbica,
então saberá que só o gato é bom de salto.

Do seu livro: "Sua Majestade, o Circo Lírico" - 2018

Inserida por Garfield789

O esperto contrata um advogado para resolver seus problemas. O sábio, para evitar que os problemas ocorram.

Inserida por victor_helio

Quando você decidir mudar,
trace uma linha,Olhe o passado.
E tente aprender a lição, ou
Viva o seu futuro com a eterna depressão.

Inserida por junior_ramos_2

O fim da mancha

Dias disperdiçados em nada
Noites insones devido às preocupações
Um mês inteiro reduzido a lamentações

Vida que me é estranha
Rotina que deteriora meu ser
Que aflora meus demônios a ponto de ser ver


Caminhando com pés tortos
Guerreando contra meus próprios demônios
Abraço minha dor e caio em prantos


Morto no cemitério de livre vontade
Escondo-me atrás de um semblante natural
E executo minha funções de forma habital

Dos céus caem sobre mim
Raios de calafrios vindos do inferno psíquico
Logo tremo-me com a dor que sinto


Sentado sobre a ponta do abismo
Imagino-me caindo em direção ao chão
Livrando-me das correntes de submissão

O que vira depois eu não presumo
Joguei-me a esmo na superfície da morte
Sem esperar a boa vontade da sorte

Inserida por Rodrigoimns

"Aquele que não acredita em felicidade, não acredita em sua própria existência".

Inserida por adelsonjr007

"Nenhum caminho te levará à Felicidade se não souberes sorrir no presente. O futuro ainda é oportuno; o passado agora jaz; o presente é você quem o faz...".

Inserida por adelsonjr007

"O Silêncio é algo Fabuloso, que embora Mudo corrige com Segurança Todo Aquele que fala demais".

Inserida por adelsonjr007

Seria exatamente o fim, porém melhor situação é apenas fazer uma pausa e deixar viver o cotidiano que me cabe...
Todavia, tornar possível o resquício do que ainda pode ser real sempre será vivido.
Vivo, mas agora como um beija-flor por volta de outros jardins, até vivenciar somente envolto a uma e tão somente uma flor...

Inserida por adelsonjr007

"Não importa o caminho que sigas para tentares de imediato alcançar um objetivo complexo... é necessário tempo para que virtudes e defeitos se mostrem naturalmente!"

Inserida por adelsonjr007

"Mais vale em teus braços desabafar as minhas emoções a viver uma vida fria".

Inserida por adelsonjr007