Anoitece
Todo infortúnio que bate à tua porta com a chegada do anoitecer, são sonhos disfarçados, que se revelam e devem ser realizados com o nascer do sol
Como é doido chegar o anoitecer e sentir que nada é para frente, nossos avós se vão e tudo que fica é oque eles fizeram e como agregaram em nossas vidas em vida.
O tempo passa e os pais de nossos amigos próximo se vão, uma dor que eles vivem embora sabemos ser o ciclo da vida.
Os pais deveriam ser eterno, afinal nós existimos graças e eles, eles poderiam ser imortais, vamos à reflexão.
Virou pai, se tornou imortal. Digo iisso, pois os pais dariam suas vidas para salvar a vida dos filhos. Acredito que aqueles que foram bons pais e criaram bons filhos poderiam sim, ter a dadiva de serem eternos.
Sabemos que isso não passa de uma mera imaginação, e que sim, de fato eles são eternos, talvez não em carne e osso, mais sim, em espirito daquele que em vida amou seus filhos para que a corrente do amor, da bondade prevaleça..
Caminho em direção ao silêncio do prenuncio do anoitecer levando comigo toda esperança de poder amanhã ver nascer o mesmo Sol que hoje desaparece diante dos meus olhos.
Sinto a solidão anoitecendo
O frio escorrendo pelo cerrado
O silêncio já se emurchecendo
E o olhar no caixilho debruçado
A lua então querendo se abrasar
Na aridez do chão cascalhado
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
A noturna
Sinto a solidão anoitecendo
O frio escorrendo pelo cerrado
O silêncio já se emurchecendo
E o olhar no caixilho debruçado
A lua então querendo se abrasar
Na aridez do chão cascalhado
É breu solitário e ressequido
Onde não há capa nem blusa
Para aquecer o espírito doído
E amparar a solidão reclusa...
É um vil rugido diluído no ar
É uma agrura na alma infusa
Não sei com que me agasalhar.
Luciano Spagnol
Início de julho, 2016
Cerrado goiano
LUAR DO CERRADO
Quando, no cerrado, vem o anoitecer
O seu luar prateia as várzeas quedos
Num silêncio de fúnebres segredos
Numa tal beleza por assim merecer
É o Criador vazando o belo entre os dedos
Enfeitando a noite para não mais esquecer
Ladeando a lua com estrelas a resplandecer
E pondo a prova os nossos sentidos tredos
É tanta intensidade da luz, tátil é o perceber
Que nos faz pequeninos, eternos mancebos
Pasmado, que quase não se pode descrever
A imaginação migra para vários enredos
Numa rutilante e bela experiência no viver
Numa total plenitude e sentimentos ledos...
Luciano Spagnol
Junho, 2016
Cerrado goiano
SONETO MINGUANTE
Procurei por ti, ó lua, neste anoitecer
E tu estava sem sair à rua, silente
Nenhuma estrela estava reluzente
Tal qual a solidão aqui no meu viver
Noite de inverno, um vazio ingente
Cerrado seco, melancolia a verter
O silêncio no quarto a transcender
E a saudade ousando ser confidente
Escuto o vento na vidraça a bater
Querendo vir me abraçar contente
Se possível fosse sua privança ter
Neste minguante sentimento poente
Nas lembranças eu tento me aquecer
Pois, até a ilusão de mim está ausente
Luciano Spagnol
Julho, 23 de 2016
Cerrado goiano
NOITE
Cai a noite no planalto
Vinda de lugar algum
Estrelas lá no alto
O anoitecer no dejejum
De um quarto vazio
Além da janela, a cidade
Brasília, num luzidio
A magia é divindade
Ruas desertas, silêncio vadio
O dia foi embora, majestade
Sentado num canto, já é tardio
Cai a noite na cidade!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Brasília
ANOITECER (soneto)
Desmaia o dia no árido cerrado
Num adeus de luz e esplendor
É Deus com o seu recompor
Do céu azul ao negro estrelado
E eu, aqui num mero espectador
Sob este tão espetáculo, admirado
Não sei se rio, choro ou fico calado
Inerte... no âmago belo do criador
É um rosário pelo encanto desfiado
Conta a conta, infinito e acolhedor
D'amor, benção, no tempo denodado
Está hora, do ângelus, do cair multicor
Enteando saudades, dor ao enevoado
Vem a noite, para vida por ela transpor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
SONETO INDOMÁVEL
Ó pranto! À dor, quando, entranho
Fico sem rumo certo pelo cerrado
O anoitecer, quando, chega calado
Tudo é solidão, e em nada é ganho
Tristura, fria, que pesa no passado
O vento é poeira de ardor estranho
E a hora lenta e tão sem tamanho
Que o olhar vazio, alheia, fissurado
No meu alvo silêncio, rude insônia
Clamo por todo o arrimo, em vão
Nada escuta, indigente cerimonia
Invento um verso, tento, e tento
E rasgo-o, continuas sem demão
Tudo é indomável no sentimento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 de março de 2020 – Cerrado goiano
FAZ-SE NOITE
Embrulha-se o cerrado no véu negro
Num descorado manto de melancolia
O anoitecer parece sussurrante canto
Ressoando as ladainhas da Ave-Maria
E neste espetáculo de um mimo tanto
O completar do clarão de mais um dia
Esvai-se o feito num contínuo encanto
Pra encenar a lua tão cândida e luzidia
No terreiro, vaga-lumes, tão distantes
No seu bailado cintilantes e delirantes
Decoram as tardes pra na magia tê-las
Faz-se noite, que nos seja bem vinda
Linda, leve e de tranquilidade infinda
Balsamado com o cheiro das estrelas
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
25 janeiro, 2022, 20’44” – Araguari, MG
O anoitecer vestido de ternura e coroado de silêncio me cogita a pensar se o amanhã se levantará na mesma cumplicidade.
Anoiteceu, enluarou-se, penerou orvalho nas pétalas recém nascidas, realçando ao rubor cores e vida.
●Tem gente que é anoitecer.
●Outras são meia noite.
●Algumas são madrugada.
●Mas tem aquelas pessoas raras que são alvorada.
●Essas tem luz no olhar e palavras acesas, capaz de transformar toda a nossa dúvida em certeza iluminada.
Anoiteceu...
Feche os faróis dos teus olhos e estacione.
Pois a noite tem a arte de fornecer o combustível há dia (ativado) pra você.
Agora o dia sangra no anoitecer
E você não está aqui para me ajudar a passar por tudo isso
Eu baixei minha guarda e então você puxou o tapete
Eu estava me acostumando a ser alguém que você amava
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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