Aniversario da Freira e 60 anos

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'ULINETE'

És graciosa,
como o ouro fino.
Todos sabem lá no íntimo,
demonstra delicadeza.
Tem no coração tanta beleza,
e o sorriso abrasador.

Se a vida é cheia de dor,
ela soube ser mais forte.
Com garra, desejo e norte,
venceu guerras impossíveis.
Derrota é inadmissível,
para uma mulher com esplendor.

A minha felicidade cabe num olhar apaixonado e numa caixinha de cerveja...

'O OLHAR PARA O MUNDO'

O pequeno olhar para o mundo. Olhos cheios de lágrimas. Chega-se de supetão arraigando dores. Inocente. Displicente nos gestos. Sem maldades ou maculas. O coração acelera os dias sonolentos. E o 'haja', após algum tempo, tem sabor amargo e cansaço...

'Destino' é palavra certa. Sem nomes, só cores desbotadas! Lá fora há pessoas atônitas. Suplicando notícias e explicações sobre a vida já sem respiros. Mórbidas, as mazelas ficam ocultas por um tempo. O 'antes' é suplicado com os braços encorajando súplicas. Respostas não veem assim de imediato...

Tentativas e ruínas misturam-se. O vento sonolento, tenta abrandar significados vãs. O sol fecha os olhos e o horizonte foge ao coração. Trás sabedoria! Forças para enfrentar tempestades! Ninguém ouve vozes de retratação, ou pedidos de transformações futuras...

A tábua escrita em pergaminho tem difícil compreensão. A vida mui semelhante esconde a essência para o bem viver. - Para quê sentidos passageiros se a melhor explicação está sob o véu, guardada à sete chaves? As rotações deixam a vida sem espiritualidade. Sem verdades para adocicar a pobre criança, sedenta de compreensão, alívio e essência...

'MEIAS VERDADES'

A perda do encantamento do mundo impacta o café da manhã na sala. Verdades sejam ditas: o almoço ao pé da cama redireciona tristezas, avarezas e estranhamentos cotidianos...

Filhos jogam os abraços de lado (como toalhas) e as pessoas tornam-se mortais de fato. Obcecadas à ocultar lágrimas que fingem não existirem. O olhar para os livros empoeirados é esquizofrênico. Explodir palavras trás assentimentos vários...

O ofício tão sonhado deixa o corpo prorrogativo. Depressivo ao tentar levantar da cama aconchegante e condolente. A semente não há de germinar em meio a tanta confusão. Entre criaturas asquerosas por natureza...

O ponto no universo deve deflagrar-se por si só. As tentativas de melhorá-lo é psicose. Arraigar aquela plantinha no sobrado é imperceptível aos olhos do impossível. Meias verdades para aqueles que veem um mundo florido e cheio de esperanças...

QUEBRADIÇO'

Nas cicatrizes levanta-se
Abraçando as dores do mundo
Fitando ruas...

Fez dos fantasmas amigos
E da solidão crua
Razão para celebrar...

Sem cogitar
Triturou paralelepípedos agudos
Acenando esperanças...

Sem perfeição
E sabor agridoce nas veias
Afogou-se em desesperos...

A rua é imensidão
Futuro desolado
Generoso nas horas incertas...

Mas sempre compartilha o pouco pão nas intempéries
E faz da vida ilusão
Ópticas várias no amanhecer...

É criança sem reação a transbordar
Ansioso por respostas
Descrenças...

Quebradiço
Ele espera lá fora
Veemente por casulos...

[novas ausências]

'SONHOS'

'Há sonhos que duram pouco. Outros décadas. Outros duram o suficiente para serem chamados de vida. Nela tudo passa. Coisas boas e ruins. Prefiro as lembranças daquelas que sorri.'

'CORREDORES'

Mórbido, ele pede para respirar. Pular da cama. Sair do lugar hostil que é um quarto de internação. Patológica, a cadeira de rodas flutua entre corredores. Amontoados de pessoas em busca de dias melhores. Olhares de condolências percebem aquele pequeno ser...

A sonda nasogástrica incomoda. As veias do corpo superam coroas de espinhos. O estômago dispersa um líquido verde desencorajador. Todos dizem que não há esperanças para o agora limitado caucasiano de olhos chamativo e sorriso atraente, apaixonado por super-heróis...

O próximo corredor cheira remissão. Sem mãos tão necessárias para apaziguar a dor. Ele é involucrado sem saber do regresso. O choro distante corta a alma. Gritos de socorro aumentam o frio que percorre a espinha de quem o espera com olhos lacrimejando...

Olhos sem reação. A apneia tenta tirar o que há de mais precioso para um pai admirado pelo filho. Aparelhos ajudam os pulmões a serem valentes. Crianças ao seu lado partem a todo instante. Mas ele continuara suplicando vida, tentando trilhar seus passos...

Hoje é um dia especial e importante para esse guerreirinho. Cinco meses passaram-se após sua passagem pelo vale da sombra da morte. Agora com dez anos e um lenço de desbravador no pescoço, a representação não é apenas pela vida, mas por todo um caminho a percorrer...

[Uma breve homenagem ao meu pequeno atrapalhado, sempre Desbravador...] Escrito em 27/04/2019.

A solidão não é a ausência de vozes ao redor, mas a incapacidade de reconhecer a própria voz no meio do caos...


--- Risomar Sírley da Silva ---

"O silêncio de um lugar que foi preenchido por risadas é o som mais alto que a solidão pode fazer..."


--- Risomar Sírley da Silva ---

'BUSCA-SE [II]...'


Busca-se incessantemente um eco, sentidos em quartos vazios. Perguntas que se repetem como dias frustrantes. Procuramos preencher o vazio com respostas provisórias, sentenças sem convites. Poetas pregando a paz na ‘rendição ao caos’. Farol que guie além do próprio nevoeiro...


São filósofos sussurrando paz nas conquistas, entrega no ‘ato de conter a respiração no precipício’. Eles falavam verdades. Sentimos que as respostas habitam a pausa no ventre. A ânsia por indagações nos cegam para o chão que pisamos, para a pedra que serve de assento, para a sombra que acolhe...


Não ouvimos o chamado. Essa urgência frenética de decifrar o que não tem cifra, de nomear o que já possui um nome, gera tormentos. Achamos que a 'procura' é a própria âncora, aclaridade morando na hesitação. Não vamos ficar parados no meio do caminho, sem destinos...


Deixemos que a tarde invada sem pedir licença. Sintamos o peso do mundo descansando nos ombros, e não iremos carregá-los sozinhos. Oferecemos o 'não' a quem pede certezas. Verdades habitando os intervalos, as frestas, os fios soltos da trama. Que, sejamos atordoados pelos próprios pensamentos, insistindo em tecer narrativas onde só há espanto, rastreios...


--- Risomar Sírley da Silva ---

'MISTURA INVULGAR...'

Não traço acepções olhando para o horizonte,o infinito apaga o sentido, e não se edifico.Delineei quimeras com estrelas e luas pálidas,eis o que me resta: um vulto, uma silhueta oblíqua.Contorço-me em viagens por veredas nunca feitos,rumo ao desconhecido, desfazendo em meu peito sinônimos, anônimo, sem nome, mas, minha trilha prossegue...

A pele é feita de sombras de espectadores,minha voz, o sussurro de antigos labores.Ninguém vê a fractura, o paradoxo visceral, opalco é minha cela, a plateia meu juiz,sou a cortina de amalgama, o gesto teatral.Invulgar como um cometa que caiu e não se extinguiu. Na terra fria e negra, um novo sol fabriquei.Sou mistura de abismo e de voo rasante...

O palco é minha cela, a plateia meu juiz,apresento o sorriso que nunca foi feliz.Cada ato é um naufrágio coreografado com arte,cada aplauso, um epitáfio que me rasga em parte.Sou o contorcionista da própria alma esfacelada,a procura de um centro na rotação desvairada.O desconhecido é meu único lar conhecido...

Anônimo na multitude, um rosto sem moldura,carrego o peso leve de uma existência à toa.Por trás da maquiagem, há um menino assustado,por trás do espetáculo, um silêncio sagrado.E o show precisa seguir, é imperativo e urgente,ainda que o actor principal esteja ausente.
Sempre em cartaz, a peça que não tem roteiro...

Nome raro, flor de estufa, rara írisnavegando em alto mar.Desenhei aspirações com fios de alquitarras,
e delas fiz névoa, labirinto, obelisco.Não sou o que percebem, sou o que não dizem,o vazio que habita no coração da risada. Aprópria procura que se nega na busca...

E assim se desdobra minha existência, entrelaçada,uma moeda de duas faces sempre jogada ao mar.O anônimo esplêndido, a mistura invulgar,a dança solitária que ninguém pode parar.O espetáculo que está sempre, sempre em cartaz,mesmo quando o teatro arde em chamas de paz.E no silêncio final, ecoa o verso: 'mistura invulgar'...

--- Risomar Sírley da Silva ---

⁠⁠⁠⁠ENTREVISTA: Etapa 01 - Quadro de pergunta 03

- Qual sua posição no mundo? Porque estamos aqui?

- Pelo fato de sermos mesquinhos, eu não diria que tenho uma posição. A dor que sinto é a mesma de milhares. Não quero ser lembrado! Não fiz nada de interessante para sê-lo. Não quero afunilar a dor que é estar no mundo!

Sempre digo que, 'a vida é uma ilusão'. Um berçário de vida e de mortes que acontecem todos os dias. Quantos amigos já se foram, bons amigos. Estar aqui nessa prisão (mundo) é saber que um dia a morte nos será necessária, novos ou velhas almas. Sempre me pergunto da finalidade de estarmos aqui todos os dias, durante anos, vivendo situações nas quais não desejaríamos. Engolindo tantos sapos, aprendendo com a dor, com o choro. Aprendendo com os reflexos que ficam atormentando a pele, a mente, a semente.

Não tenho posição, nada fiz por merecê-lo. Estar aqui nesse mundo de Meu Deus é desgastante. Se vale a pena? Eu diria que não. Como disse um filósofo da antiguidade, viver o oposto tem uma contrapartida muito doída. Vejo pessoas sorrindo, mas no fundo só enxergo dor. O oposto das dores são os sorrisos que sempre acabam ao amanhecer. Estar aqui, é um pedido que não nos foi feito.

--- Risomar Sírley da Silva ---

'A MORTE'

Inevitável, silenciosa e profunda,
A morte nos envolve em seus braços gélidos.
É a derradeira viagem, a travessia
Para o ignoto, onde o tempo se dissolve.

Sob o manto da noite, ela nos conduz,
Além das estrelas, além dos sonhos.
Ali, achamos o descanso almejado,
Onde não existe dor, temor ou pranto.

A morte é o derradeiro baile, o último alento,
A despedida da vida e do mundo que nos é familiar.
Mas, quem sabe, ela possa ser também
O prelúdio de algo novo, um percurso sem fim.

Assim, quando a penumbra vier ao nosso encontro,
Que possamos estender a mão com bravura e paz.
Pois na morte, porventura descubramos a verdade,
O esclarecimento dos enigmas que nos rodeiam.

⁠SEIXO

Quantos se foram e tu ficaste aí intacto. Salvo algumas manchas que ficaram com o tempo. Dilaceraria-se se as correntezas tivessem te tomado. Mas encontra-te aí: obsceno. As tantas chuvas que te aclamaram e os milhares de sois que te transgrediram...

Que fizeste com eles? No teu dilema és tão sublime e passar despercebido é raridade tua. És imenso nas tuas junções que se colocam. És vigoroso e reflexo da vitalidade que tanto se deseja. Mas sabe-se [ou fingi-se], temos vida curta. Engana-se que a nossa ruína vem com a morte. Ela está estampada com a vida. Logo ao primeiro choro...

A tua falta de cobiça ou arrependimentos te coloca num patamar que jamais se chegará. O ser humano é tão vil nesse 'limitado tempo' que figurar olhar no pequeno é desperdício. Há certo esquecimento em te agraciar. Quando o fazemos, apenas mesmo em devaneio. Limitado nesse curtíssimo espaço [ora às vezes enorme]...
Sem significados.

ANÁLISE

Este poema reflete sobre a natureza humana e a transitoriedade da vida. O "seixo" simboliza a resistência e a durabilidade, contrastando com a fragilidade e a efemeridade da existência humana. As "manchas" mencionadas representam as marcas que a vida e as experiências deixam, enquanto as "correntezas" simbolizam os desafios e adversidades enfrentados.

O poema também aborda a dualidade da vida, onde momentos de grande vitalidade e força coexistem com a inevitabilidade da morte e da insignificância percebida. A última estrofe destaca a visão crítica do ser humano, que muitas vezes desperdiça o valor das pequenas coisas devido à sua natureza impermanente e às suas limitações.
Esse poema convida a uma reflexão profunda sobre como vivemos nossas vidas, valorizamos nossas experiências e lidamos com a inevitabilidade do fim. É uma obra que toca a alma e nos faz repensar nossas prioridades e atitudes diante da vida.

Dia estressante, exceto por um pedido do meu filho mais velho para costurar-lhe uma camiseta multifacetada...

Alunos doentes, adoecem professores...

"Cumpriu-se a metamorfose, esgotou-se os desejos, a jornada está completa.O horizonte que busquei, hoje mora em mim, verdade concreta."

⁠"Deus é muito sensível a oração de uma criança".

Anderson Silva

"Procure fazer o bem ao próximo, porém, ignore as pessoas que tem inveja de você e se afaste daquelas que te fazem sofrer".

Anderson Silva

⁠"Para gerar mudanças, muitas vezes é necessário incomodar".

Anderson Silva