Amor Textos de Luis Fernando Verissimo

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"Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora."

Para falar de pessoas especiais, as palavras, por mais bonitas que sejam, nem sempre vão descrever realmente aquilo que se passa, no mais íntimo de um coração, que sente um enorme carinho por alguém.
Falar de você é parar o tempo, é deixar a emoção falar mais alto, é perceber que nada é por acaso. E esse carinho especial que sinto por ti é um sentimento lindo que surge da simplicidade de um olhar, de um gesto encantador, de um pensar em comum.
Sua presença forte que encanta e deixa saudades na ausência, faz querer estar perto o tempo todo. Uma voz suave, um olhar sincero, um sorriso lindo que reflete a magia e a beleza de um ser único. Um coração que pulsa na velocidade dos seus sonhos e te faz admirável e querida por mim e por todos.
Enfim, por mais que eu busque palavras para definir o quão especial você é, sei que sempre vai faltar alguma coisa, pois pessoas como você não definimos, apenas sentimos e amamos. Simplesmente te adoro, linda.

Meninas são bruxas e fadas,
Palhaço é um homem todo pintado de piadas!
Céu azul é o telhado do mundo inteiro,
Sonho é uma coisa que fica dentro do meu travesseiro!
(...)
Velhinhos são crianças nascidas faz tempo!
Com água e farinha eu colo figurinha e foto em documento!
Escola é onde a gente aprende palavrão...
Tambor no meu peito faz o batuque do meu coração!

E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.
Não vejo, sem pensar.
Não há sossego - e, ai de mim!, nem sequer há desejo de o ter.

(Livro do Desassossego - Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa)

Se às vezes eu disser que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam
Não é porque eu julgue que há sorriso nas flores
E cantos no correr dos rios.
É porque assim faço, mais sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real das flores e dos rios.

Porque eu escrevo para eles me lerem, sacrifica-me às vezes,
À sua estupidez de sentidos.
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Por que eu sou só essa coisa séria uma intérprete da natureza,
Porque os homens não percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma.

Na casa defronte de mim e dos meus sonhos,
Que felicidade há sempre!

Moram ali pessoas que desconheço, que já vi mas não vi.
São felizes, porque não são eu.

As crianças, que brincam às sacadas altas,
Vivem entre vasos de flores,
Sem dúvida, eternamente.

As vozes, que sobem do interior do doméstico,
Cantam sempre, sem dúvida.
Sim, devem cantar.

Quando há festa cá fora, há festa lá dentro.
Assim tem que ser onde tudo se ajusta —
O homem à Natureza, porque a cidade é Natureza.

Que grande felicidade não ser eu!

Mas os outros não sentirão assim também?
Quais outros? Não há outros.
O que os outros sentem é uma casa com a janela fechada,
Ou, quando se abre,
É para as crianças brincarem na varanda de grades,
Entre os vasos de flores que nunca vi quais eram.

Os outros nunca sentem.
Quem sente somos nós,
Sim, todos nós,
Até eu, que neste momento já não estou sentindo nada.

Nada? Não sei...
Um nada que dói...

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Poesias de Álvaro de Campos. Lisboa: Ática, 1944 (imp. 1993).

ANIVERSÁRIO

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

Fernando Pessoa
Poesias de Álvaro de Campos. 1944

Nota: Trecho do poema Aniversário, escrito por Fernando Pessoa usando o pseudônimo de Álvaro de Campos.

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Tabacaria

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.

Névoa

A névoa envolve a montanha,
Húmido, um frio desceu.
O que é esta mágoa estranha
Que o coração me prendeu?

Parece ser a tristeza
De alguém de quem sou ator,
Com fantasiada viveza
Tornada já minha dor.

Mas, não sei porquê, me dói
Qual se fora eu a ilusão;
E ha névoa em tudo o que foi
E frio em meu coração.

As sete verdades do bambu

Depois de uma grande tempestade, o menino que estava passando férias na casa do seu avô, o chamou para a varanda e falou: Vovô, corre aqui!

Me explica como esta figueira, árvore frondosa e imensa, que precisava de quatro homens para abraçar seu tronco se quebrou, caiu com vento e com chuva, e…

…este bambu tão fraco continua de pé ? Filho, o bambu permanece em pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. A figueira quis enfrentar o vento. O bambu nos ensina sete coisas. Se você tiver a grandeza e a humildade dele, vai experimentar o triunfo da paz em seu coração.

A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele, o único, o princípio da paz, aquele que me chama, que é o Senhor.

Segunda verdade: o bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima ele tem para baixo também. Você precisa aprofundar a cada dia suas raízes em Deus na oração.

Terceira verdade: Você já viu um pé de bambu sòzinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasça outros a seu lado (como no cooperativismo). Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre grudados uns nos outros, tanto que de longe parecem com uma árvore. Às vezes tentamos arrancar um bambu lá de dentro, cortamos e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos, para que desse modo se livrem dos predadores.

A quarta verdade que o bambu nos ensina é não criar galhos. Como tem a meta no alto e vive em moita, comunidade, o bambu não se permite criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida tentando proteger nossos galhos, coisas insignificantes que damos um valor inestimável. Para ganhar, é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.

A quinta verdade é que o bambu é cheio de “nós” ( e não de eu’s ). Como ele é ôco, sabe que se crescesse sem nós seria muito fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos. Os nós são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam sendo força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles.

A sexta verdade é que o bambu é ôco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos preenche, que rouba nosso tempo, que tira nossa paz, não seremos felizes. Ser ôco significa estar pronto para ser cheio do Espírito Santo.

Por fim, a sétima lição que o bambu nos dá é : ele só cresce para o alto. Ele busca as coisas do Alto. Essa é a sua meta.

Eu te amei muito. Nunca disse, como você também não disse, mas acho que você soube. Pena que as grandes e as cucas confusas não saibam amar. Pena também que a gente se envergonhe de dizer, a gente não devia ter vergonha do que é bonito. Penso sempre que um dia a gente vai se encontrar de novo, e que então tudo vai ser mais claro, que não vai mais haver medo nem coisas falsas. Há uma porção de coisas minhas que você não sabe, e que precisaria saber para compreender todas as vezes que fugi de você e voltei e tornei a fugir. São coisas difíceis de serem contadas, mais difíceis talvez de serem compreendidas — se um dia a gente se encontrar de novo, em amor, eu direi delas, caso contrário não será preciso. Essas coisas não pedem resposta nem ressonância alguma em você: eu só queria que você soubesse do muito amor e ternura que eu tinha — e tenho — pra você. Acho que é bom a gente saber que existe desse jeito em alguém, como você existe em mim.

Dizem que a gente tem o que precisa. Não o que a gente quer. Tudo bem. Eu não preciso de muito. Eu não quero muito. Eu quero mais. Mais paz. Mais saúde. Mais dinheiro. Mais poesia. Mais verdade. Mais harmonia. Mais noites bem dormidas. Mais noites em claro. Mais eu. Mais você. Mais sorrisos, beijos e aquela rima grudada na boca. Eu quero nós. Mais nós. Grudados. Enrolados. Amarrados. Jogados no tapete da sala. Nós que não atam nem desatam. Eu quero pouco e quero mais. Quero você. Quero eu. Quero domingos de manhã. Quero cama desarrumada, lençol, café e travesseiro. Quero seu beijo. Quero seu cheiro. Quero aquele olhar que não cansa, o desejo que escorre pela boca e o minuto no segundo seguinte: nada é muito quando é demais.

Fernanda Mello

Nota: Texto publicado em agosto de 2008. Sua autoria tem vindo a ser erroneamente atribuída a Caio Fernando Abreu.

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Ou me quer e vem, ou não me quer e não vem. Mas me diga logo pra que eu possa desocupar o coração. Avisei que não dou mais nenhum sinal de vida, e não darei. Não é mais possível. Não vou me alimentar de ilusões. Prefiro reconhecer com o máximo de tranquilidade possível que estou só do que ficar à mercê de visitas adiadas e encontros transferidos.

Caio Fernando Abreu
Cartas, Ed. Aeroplano

Olha, eu estou te escrevendo só pra dizer que se você tivesse telefonado hoje eu ia dizer tanta, mas tanta coisa. Talvez mesmo conseguisse dizer tudo aquilo que escondo desde o começo, um pouco por timidez, por vergonha, por falta de oportunidade, mas principalmente porque todos me dizem que sou demais precipitado, que coloco em palavras todo o meu processo mental (processo mental: é exatamente assim que eles dizem, e eu acho engraçado) e que isso assusta as pessoas, e que é preciso disfarçar, jogar, esconder, mentir. Eu não queria que fosse assim. Eu queria que tudo fosse muito mais limpo e muito mais claro, mas eles não me deixam, você não me deixa.

Caio Fernando Abreu
Caio 3D

Nota: Trecho de "Carta para além do muro" de Caio Fernando Abreu

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É, eu confesso que não é exatamente a realidade que eu esperava encontrar. Talvez isso mude. Talvez você entre na minha vida sem tocar a campainha e me sequestre de uma vez. Talvez você pule esses três ou quatro muros que nos separam e segure a minha mão, assim, ofegante, pra nunca mais soltar. Talvez você ainda possa pular no rio e me salvar. Ou talvez eu só precise de férias, um porre e um novo amor. Porque no fundo eu sei que a realidade que eu sonhava afundou num copo de cachaça e virou utopia.

Há sempre um perigo no amor que tem utilidade. Enquanto o outro exerce uma função na nossa vida, corremos o risco de não experimentar o amor gratuito(...) A utilidade pode parecer amor, mas não é. Amor que se fundamenta na utilidade que o outro tem corre o risco de se transformar em abandono num futuro próximo.

Padre Fábio de Melo
Tempo de esperas - O itinerário de um florescer humano

Eu te esqueci no dia que ao pisar num dos cacos do meu coração partido feri meus pés e ao vê-los sangrando decidi que não queria mais sofrer por você.
Deslembrei de ti quando conheci outra pessoa que não me magoava como você me magoou. Que não faria o que você me fez, que me respeita e me queria bem. Ainda que você também me quisesse bem eu sei, mesmo sabendo que você me amava, sim, mais de uma maneira que não era o jeito que eu esperava que você me amasse.
Deixei você sair da memória do meu coração quando cansei de lutar, quando percebi que você não seria o meu futuro e sim apenas o meu passado. Eu te amei, muito, mas você abusou de mim, abusou da minha paciência. Abusou do meu amor mais puro.
Rasgo o verbo assim que é para que você saiba que já não me lembro mais de você, isso que você lê são apenas ecos de sentimentos que povoam meu inconsciente, eu não penso mais em você, mas uma parte de mim ainda se lembra, vagamente. A fila andou e meu orgulho foi sempre algo que me protegeu das dores do mundo.
Como alguém disse um dia “O vento apaga as velas, mas atiça as fogueiras.”
Você é essa vela apagada. Há certas pessoas na vida da gente que vem para nos ensinar através da dor. Você foi mais uma delas. Amanhã você será apenas uma lembrança nos meus olhares distantes e perdidos quando eles estiverem percorrendo as estradas do passado, mas apenas por alguns momentos, porque já estarei aconchegada nos braços de outro e voltarei sã e salva ao meu presente.
Aprendi a viver sem você, melhor, aprendi a viver por outra pessoa. Saiba que é apenas uma lembrança mesmo e que dia após dia está se tornando mais apagada e apagada.
Foi assim que me esqueci de você, espero que você também já tenha se esquecido de mim. O martírio talvez seja pra ti a melhor forma de me esquecer. Pague o preço.

Se não for você, eu desisto. Desisto de procurar alguém, desisto de tentar amar. Desisto dos beijos sentimentais. Desisto do corpo a corpo passional. Largo de mão dos meus planos pro futuro com alguém. Desisto de tudo. Não penso mais em vida a dois e muito menos em amor eterno. Se não for você, não vai ser ninguém. É o que eu sinto agora. Sinto que não posso e não dá para viver sem você. E se não for para te ter, eu chuto o balde. Eu largo o mundo e nunca mais penso no que planejamos juntos. Passaria a desacreditar no futuro. Se não for você, eu deixo de ser eu. Se não for você, meu amor, se não for você, a minha vida deixaria de fazer sentido.

Eu me preocupava muito com o que eu queria ser quando crescer. Quanto ganharia ou se e tornaria alguém importante. Às vezes as coisas que você mais quer, não acontecem. E às vezes, as coisas que jamais esperaria acontecem. (...) Você encontra milhares de pessoas e nenhuma delas te tocam. E então encontra uma pessoa e a sua vida muda. Para sempre.

Amor e Outras Drogas

Nota: Fala do filme "Amor e Outras Drogas" (em inglês "Love and Other Drugs").

Agradeço o interesse pela minha alma e as centenas de textos, mensagens e vídeos para eu reencontrar a Deus. São gestos de carinho, eu sei, mas creiam-me: quanto mais vejo estes vídeos e textos, mais sólida fica minha posição. Agradeço também os salmos diários e os trechos bíblicos enviados. Não é por falta de contato com a Bíblia que eu sou ateu. Hoje eu passei duas horas e meia relendo cartas de Paulo em função do que estou escrevendo. Enviar trechos bíblicos para mim é como enviar pornografia para um senhor de 96 anos: eu lembro daquilo, já gostei, mas não provoca nenhuma reação mais em mim há muito tempo.

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