Amor no Tempo Maduro- Carlos Drumond de Andrade

Eu sou muito desesperada quando o assunto é perder pessoas,

eu preciso parar de ter medo de perdê-las.

Tá tudo muito cansado e destruído para recepcionar outro vilão no coração.

Memoriza isso aí:
Trocar o esforço que faz para lutar pelas pessoas, por esforço para alcançar os seus objetivos. Pois ao menos, seja bem sucedido sozinho, ao invés de se lamentar sozinho.

A vida é assim, conhecemos pessoas boas que depois se tornam ruins para a gente.

Se amar começar a doer,

se cure.

Eu não desisti de nós,

desisti de insistir por nós.

E quem iria imaginar que a melhor sensação que iríamos sentir entre a gente era a superação,

superação de viver separados.

Estou em fase de negação, nego tudo aquilo que vá me destruir por dentro.

Quantas desistências têm numa vontade de continuar?

Algumas pessoas danificadas, quando recebem demonstração de afeto se assustam.

Eu sempre me culpei pelas partidas, mas a verdade é que não tenho culpa se as pessoas decidem ir. Elas são livres. Eu só dei um azar de todas elas partirem e em sequência.

A solidão me fez de morada permanente, mas eu queria que fosse você.

Vamos cuidar da nossa saúde mental com o mesmo esforço que insistimos em fazer a pessoa que a estraga ficar.

Aprendi que eu não faço nada para afastar as pessoas, isso mesmo, nada. É só ficar estática e elas vão.

Minha permanência e insistência acabam se tornando formas de me autodestruir.

Não posso ficar procurando lares e insistir em morar no inabitável.

Meu corpo é o lar para minha alma e coração.

O que resta é deitar e pensar sobre tudo, questionar tudo, pirar com tudo.

Enquanto você se isola por causa de alguém que te machucou, esse alguém está socializando por aí procurando outra vítima.

Os meus sentimentos nunca foram suficientes para segurar alguém, mas não penso que eu sou insuficiente. Às vezes o desejo carnal supera o da alma, e nada tenho a fazer a não ser continua sentindo.

As palavras de ódio têm efeitos mortais, mas a mente… ela transforma essas palavras na própria morte.

Agora imagina o efeito que a disseminação do amor não faria?

[Se as pessoas se importassem com os efeitos delas.]