Amor entre Pais e Filhos
SEM TÍTULO
Ora, pronto.
Justo a mim, coube ser eu: um poema sem título!
"SEM TÍTULO!" - já está me retirando algum prêmio sem eu nunca ter ganhado um.
Ora, sem título. Sem título não dá direção! Sem título pode ser... qualquer coisa!
Qualquer coisa que não tenha título, domínio, vida, cor.
Sou sem.
Queria ter um título bonito como os outros poemas têm.
"Carrossel", e a tratativa seria sobre, o giro da morte. O lento e colorido toque
suave da vida em Paris que te mata em praça pública.
Quem sabe, "Pégaso", e recitaria sobre um romance onde seus cabelos escuros me
lembravam a constelação que meu avô me mostrava enquanto um cheiro doce de bolo
quente de cenoura com cobertura açucarada de um chocolate pretíssimo (como era
possível aquilo? tal como a constelação, e seus cabelos...) invadia nossos
narizes, meu e de meu avô, apontados pra Pégaso.
"Sol". E escreveria qualquer besteira quente, laranja, tropical, caribenha com
alguma decepção terrífica em alguma parte. "As águas eram tão claras que deu pra
ver que tudo era dor."
Em "Acetona", eu diria como meus pais removeram todos os meus sonhos de esmaltes
coloridos, e é por isso que você nunca vai me ver fora de uma paleta terracota.
Em "Plot Twist", declamaríamos que, no início, eu era quase uma crônica e fui morto por meus pais, armados de acetona, que me dissolveu em um poema lírico
tenebroso.
Mas quando você me coloca SEM TÍTULO, os olhos que me percorrerem jamais vão
ter lido sobre a ilusão de Paris, sabido qual constelação meu avô me ensinou,
qual era o bolo de minha avó, a cor dos seus cabelos, o que a clareza das águas
caribenhas revelavam, qual arma meus pais usaram pra me matar, e qualquer
reviravolta minimamente interessante sobre ser crônico-lírico.
Conviver intimamente com a fome dentro de casa, e ter de superar todas as intempéries da vida... e, ainda assim, ser grato aos seus pais por terem feito tudo que estava ao alcance deles para a sobrevivênciade dos filhos, isso, é bagagem para poucos.
"Somos eternos reféns dos nossos pais".
Como esponjas absorvemos, desde cedo, os resultados das ações praticadas pelos nossos pais. Até à adolescência utilizamos estas vestes como nossas, sem notar o quanto, algumas, podem nos sufocar, mas mesmo assim continuamos absorvendo e vestindo, o que inconscientemente recebemos.
Quando adultos, é nossa obrigação, romper amarras, desnudar-nos daquilo que percebemos que não nos faz bem, jogar fora todo o lixo emocional que carregamos em nossa bagagem e permanecer, APENAS, com aquilo que nos pertence.
Se tentarmos escrever dez coisas, que sentimos que são resquícios das ações dos nossos pais sobre nós e que certamente não gostamos, é muito provável que lembremos de cinco ou seis, apenas.
Então, se livre delas agora mesmo. Mas tenha certeza que as outras que não lembrou, continuam em você e provavelmente passará para frente, nos filhos teus...é o clico da vida.
Se você acredita que pelo menos grande parte do seu fracasso se deve a sua criação, que é culpa de seus pais ou de algum trauma pode se dar por feliz em ter uma desculpa. Imagine você nascer e crescer em um ambiente totalmente favorável, ser um fracassado e não poder culpar nada e nem ninguém!
"A Cultura de um povo, é muito mais poderosa que uma ideologia temporária, entretanto a ideologia pode destruir uma Nação que só a Cultura pode reconstruir"
Não importa onde você esteja, que idade você tem ou o que está acontecendo com você, seus pais sempre estarão prontos para sacrificar tudo o que têm por você, sem se importar se o sacrifício deles será conhecido por VOCÊ ou não.
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