Amor e Bondade
“Muitas pessoas multiplicam seus males porque vivem lamentando o passado e preocupando-se com o futuro, em vez de viver o presente.”
“Prepara-te, pois terás que seguir sozinho. O mestre só pode apontar a direção. Você tem que percorrer o caminho por si só.”
Abandonado, e em vão
Abandonado e tentando escapar desse caixão
Cavando fundo, vou lutando
Procurando por uma luz, um alguém
Na morte, ela vem
Uma vontade, um desejo
Mais um dia eu te vejo
Longe do seu cheiro
Carente do teu beijo
Perto, mas nunca o suficiente
Amado, mas nunca realmente
Com fé eu vou, mesmo cansado
Eu sigo, mesmo abandonado eu caminho
E caminhando, percebo então
Toda a minha trajetória foi em vão
Foi em vão te amar
Te beijar e te querer
Foi em vão pensar que um dia iria te ter
Foi em vão sonhar com você na minha cama todas as manhãs
Se foi o coração que acreditou
Se foi o amor que você tanto destratou
Nada sobrou.
O Trem das Cinco e Quinze
Na Suíça, os trens são pontuais como o bater de um relógio de cuco. Foi às cinco e quinze da tarde, precisamente, que ela entrou no vagão carregando uma mala de rodinhas desengonçada e um livro sob o braço. Ele já estava lá, sentado próximo à janela, com os olhos perdidos nos Alpes que desfilavam como pinceladas brancas e cinzas. O sol de inverno, baixo e pálido, fazia o lago de Zurique cintilar à distância, como um espelho quebrado.
Ele a viu primeiro tropeçar no degrau do trem, recuperar o equilíbrio com uma risada abafada pelo cachecol vermelho. Ela se sentou diagonalmente a ele, dois assentos de distância. Entre eles, apenas o silêncio alpino e o leve rangido do trem nos trilhos. Até que, em algum momento após St. Gallen, ele perguntou, em um alemão hesitante, se ela sabia a que horas chegariam a Lucerna. Ela respondeu em inglês, com sotaque francês: "Você fala como quem decorou as frases de um manual ontem à noite". Ele riu, confessando que era brasileiro, um arquiteto em fuga de um projeto mal resolvido no Rio. Ela, por sua vez, era belga, pianista, voltando de um concerto em Viena onde havia tocado Chopin para uma plateia de casacos de pele e suspiros contidos.
No vagão-restaurante, dividiram uma garrafa de vinho branco suíço tão seco quanto o humor dela. Ele falou de linhas retas e concreto; ela, de escalas menores e metrônomo. Quando o trem atravessou um túnel, a escuridão os uniu mais do que a luz: naquele breu repentino, suas mãos se encontraram sobre a mesa de mármore, e nenhum dos dois soube dizer quem havia se movido primeiro.
Em Lucerna, desceram juntos, embora ela devesse seguir para Bruxelas e ele para Milão. Na plataforma número 3, sob o relógio que marcava sete e quarenta e três, ele lhe deu um cartão de visita rabiscado com o número de um hotel em Veneza. Ela lhe entregou uma partitura improvisada no verso de um mapa de trem, com notas que subiam e desciam como os trilhos que os haviam levado até ali. Prometeram escrever, ligar, encontrar-se na primavera. O beijo foi breve — um sopro de vapor no ar gelado —, mas suficiente para que, anos depois, ambos ainda se perguntassem se o gosto daquele momento havia sido de vinho, neve derretida ou simplesmente de *quase*.
Ele seguiu para o sul, onde o concreto de seus projetos ganharia raízes. Ela voltou ao norte, onde as teclas do piano a esperavam, frias e pacientes. Escreveram-se por um tempo, cartas que levavam semanas para cruzar a Europa, até que uma delas se perdeu no correio de Berna, e a outra, por orgulho ou cansaço, nunca foi reenviada.
Anos mais tarde, numa estação em Genebra, ele reconheceria uma melodia ao piano distante — *Nocturne op. 9 nº 2* — tocada por mãos que já não usavam anel. Sentado num banco, deixaria o trem das cinco e quinze partir sem ele, paralisado pela doce crueldade de um destino que os reunia apenas em segundas estrelas, estações erradas, e em todas as versões não vividas daquela tarde nos Alpes, onde o amor foi tão preciso quanto um horário de trem, e tão fugaz quanto o vapor de seu hálito misturando-se ao frio.
Acredito na capacidade que cada um de nós temos em construir nosso próprio mundo, nossa vida e nossas regras. Acredito em um amor que supera e por si só se alimenta, luta e sobrevive. Um amor que vai além do que tentam lhe impor, um amor que não é modelo, muito menos que se molda, um amor que vale arriscar, sofrer e viver. Pena que poucos o vê assim como eu, e bem menos o vivem, e assim nem mesmo eu.
RESGATE
Tristeza no olhar e lembranças a me perturbar,
marcas e feridas de quem nunca vai me amar
Cansado de sofrer, resolvi me perguntar,
Que amor é esse que sempre me faz chorar
Olhando para o espelho minha pupila dilatou,
O amor da minha vida finalmente acordou
Lágrimas desciam
desta vez de alegria
O que sempre procurei
Estava em mim e não sabia...
O egoísmo e a mágoa são incapazes de preencher o coração da verdadeira felicidade. Porque nele estará faltando sempre o que é mais importante no ser humano: o amor e o perdão.
Infelizmente a religião dos homens e não a de Deus, continua impedindo a união entre um homem e uma mulher que se Amam.
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