Amor de Tios

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Ama-se com amor aqueles que não se podem amar de outro modo.

O amor-próprio dos homens é quase tão inflamável como a imaginação.

Como é insuficiente o coração humano! Um longo amor acaba por cansar.

O amor dá-se mal nas casas ameaçadas de pobreza. É como os ratos que pressentem as ruínas dos pardieiros em que moram, e retiram-se.

Camilo Castelo Branco
BRANCO, C., Anos de Prosa, 1863

Nada é mais difícil do que partilhar um amor.

O amor é essa maravilhosa oportunidade de outro nos amar quando já não nos podemos amar a nós próprios.

Como o amor, como a morte, a verdade precisa dos véus da mentira.

O amor sem desejo é uma ilusão, não existe na natureza.

Quando o amor excede, não traz aos homens nem honra nem virtude.

Arrufos de amantes, renovação do amor.

O amor e o seu reverso, o ódio, constituem o verdadeiro estudo da vida, porque só eles tiram as consequências dos outros indivíduos.

No amor o futuro faz esquecer o passado.

O desejo de agradar nasce nas mulheres antes da necessidade do amor.

O amor sozinho iguala todas as outras coisas.

O amor: uma fonte que tem sede.

Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmo se atormentaram com muitas dores.

Sabe, tá difícil amar, tá difícil esquecer, tá difícil achar alguém pra amar, mas que não seja você. Tá difícil chorar, tá difícil escrever, porque as lágrimas correm, na carta que escrevo pra você. Lagrimas malditas, que escorrem sem querem, chamam por teu nome, porque o que queria era te ver. Queria esquecer, e nunca mais lembrar, lembrar do teu sorriso, que ainda me faz viajar. Esquecer o teu olhar, queria esquecer você, mas é impossível esquecer, alguém que sempre vou amar, esse alguém sempre será você...

Uma coisa é citar versos, outra é crer neles.

Machado de Assis
Memorial de Aires (1908).

O casamento é a pior ou a melhor coisa do mundo; pura questão de temperamento.

Machado de Assis
Helena (1876).

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão,
faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para a Lua
desce cauteloso na Lua
pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
coloniza a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.

Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte — ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.

Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro — diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus,
vê o visto — é isto?
idem
idem
idem.

O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.

Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só para tever?
Não-vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.

Restam outros sistemas fora
do solar a col-
onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
(estará equipado?)
a dificílima dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
civilizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de con-viver.