Amo a Mim Mesma
Irmãs de criação
Rosa Pena
Saudade e solidão
Coloridas com a mesma tinta
Distintas só pelas sombras
Que uma na outra pinta.
O objetivo da moda é te fazer sorrir e se sentir bem com você mesma, não está se sentindo bonita em alguma roupa? Mude!
Todo mundo dizia que ele nunca foi com outra, o que era com ela.
E ele dizia a mesma coisa. E tantas outras bonitezas de se ouvir. Demonstrações públicas de um afeto que transbordava.
Eram tão diferentes, e se completavam mesmo assim.
Tipo encaixe perfeito. De bocas, de quadris e de vontades.
Ela bossa nova, ele rock and roll.
Ela Florbela Espanca, ele Friedrich Nietzsche.
Ela intensidade, ele equilíbrio.
Ela poeta, ele inspiração.
O tempo que cura, também afasta. As diferenças que completam, também minam um relacionamento.
A poesia virou rotina, as palavras bonitas faltaram, o que era doce, realmente acabou.
Ele ausência. Ela silêncio. Os dois, saudade.
Eu sou insuportável, às vezes nem eu mesma aguento ser eu. Eu mudo de humor assim como minhas conhecidas de atuais, e olha que eu daria tudo para ser ao contrário: queria desencanar na mesma velocidade que passo do alegre para o triste ou irritada. Se nem eu mesma me entendo, não me surpreende você não me entender. Eu realmente não sei o que eu quero da minha vida e não posso exigir que você pare a sua por isso. Estar mal realmente não me dá o direito de te tratar mal, concordo com você, mas tente entender que ser eu não é fácil. Tudo isso para mim é um grande desafio. Gostar de novo, me entregar de novo, matar o meu passado e exorcizar os meus fantasmas na velocidade da luz é doloroso, é reviver toda aquela agonia de novo. Seria mais fácil se eu estivesse sozinha para não pensar em simplesmente mais nada além de mim mesma, além do meu próprio bem estar, mas estar com você, muda todo o percurso. Eu sou pequena demais para carregar a responsabilidade de uma vida.
Oração pessoal
Que eu tenha a força de ser eu mesma, sempre...
Que eu possa fazer o bem, sem saber o porquê...
Que eu nunca pense que esse alguém irá me retribuir...
Que eu possa ouvir passarinhos cantando...
Que eu possa ver a imensidão azul do céu...
Que eu descubra, brincando, o formato das nuvens...
Que eu possa valorizar a alma da criança que existe em mim.
Que ao me levantar enxergue a luz através do sol...
Que diga com amor o bom dia de cada dia. Que a minha presença seja sentida, amiga.
Que eu possa me agasalhar no coração do meu amor quando sentir frio...
Que eu esteja ao seu lado nos dias alegres de verão...
Cristão que conclui estar acima da média em relação a outro cristão é a mesma conclusão que Lúcifer teve antes da queda.
...tive vontade de perguntar, como uma mesma coisa podia ser tão medonha e tão gloriosa, e ter palavras e histórias tão amaldiçoadas e tão brilhantes. Nenhuma dessas coisas, porém, saiu de minha boca.Tudo que pude fazer foi virar-me para Liesel Meminger e lhe dizer a única verdade que realmente sei. Eu a disse à menina que roubava livros e a digo a você agora.
• Uma última nota de sua narradora •
Os seres humanos me assombram.
Não tente me entender,
se nem eu mesma posso
me compreender.
Apenas caminho e tiro
de cada gota de vida
o que preciso para viver.
Quando você entende que ninguém tem a mesma consideração por você, e entende que aquilo não é algo recíproco, você para de ser bonzinho, você para de se importar com as pessoas. Não tem como evitar se tornar egoísta quando só você se importa com todo mundo.
Muitos querem ser muitas coisas, eu só quero ser eu mesma e isto me basta, o que sou já não tenho espaço em minha existência para tamanha carga, e tento dividir com merecedores de minha atenção um pouco desta carga que carrego comigo tão nobremente armazenada.
Sabe quando a gente tem um objeto na estante que já não transmite mais a mesma beleza? Aquele objeto empoeirado, que fica ali na estante, contaminando os outros objetos, mas que não tiramos porque ele nos trás algumas lembranças de quando ainda não tinha poeira. Pois bem, quando a gente tira esse objeto empoeirado, a estante fica bem mais bonita. E a lembrança? - A lembrança? A lembrança não é objeto. A lembrança não é palpável.
Mas tudo aquilo, meu Deus, tudo aquilo que era maior do que eu mesma, maior do que o mundo, que me soterrava, que me transportava pra outra realidade, que fazia meu corpo inteiro doer tanto de tanto sangue inchado que passava por ele, tudo aquilo, nossa, acabou. Já era.