Amizade Vale mais que Ouro
Tenho uma vontade absurda ultimamente de dormir e mais nada, acho que espero que as coisas aconteçam mais rápidas enquanto durmo, ou que as coisas voltem a um tempão atrás, de certa forma faria coisas diferentes, ou não, na verdade acho que faria e me entregaria aos meus erros mais uma vez. Levanto cedo pra cumprir minhas obrigações por obrigação mesmo, sem nenhuma vontade de levantar da cama, sair da ‘paz’ e cair nesse mundo. Tento sorrir pra ver se as coisas melhoram ao meu redor e até mesmo dentro de mim, pra vê se tem menos gente perguntando se eu to bem sem nem se importar. Chego durmo, durmo e por mim só dormiria, mas não dá, o mundo não quer parar pra me esperar, ta tudo rodando e se eu não acordar quem roda sou eu.
Acho que nunca mais irei olhar-los da mesma forma, me senti estranha em compreender coisas que pareciam incompreensivas. Não sei como me sentia, sei que não estava bem, não totalmente pelas passagens tão rápidas, por tudo, tudo que pensei ser e não foi, e nem será. Pela decepção que senti de um ‘cara’ que eu já sabia que ia me decepcionar. Por ‘ele’ ter vindo tão cheio de graça me tirar da mesmice, de toda aquela chatice que em mim habitava, parecia como nunca me aturar, e mesmo que eu dissesse e repetisse pra ele e pra mim mesma que aquilo lá não era nada muito serio, acabei me jogando no mar das ilusões entre poucos dias, imaginando algo gostoso de se viver, de se sentir. Ele passou a mudar, coisa de instantes, dias, e não doía, mas incomodava saber o que iria acontecer, mesmo que ele negasse pra si mesmo, eu sabia antes dele que entre a distancia entre nós dois, mútua, incomoda, e incomum, ela iria aparecer, e apareceu o levou sem que tivesse tempo para me explicar me abraçar e dizer você me entende não é ? E mesmo que ele tenha ido sem ter feito o que eu esperava, o entendi, deixei ir, não resisti, não briguei, não chorei, não o implorei pra que ele ficasse, vi que seria o melhor pra ele ou o certo, não sei na verdade o porquê, só deixei. E aí vem do nada ‘aquele’ me oferecer aventura e romance, as palavras firmes dele me passava segurança, e por mais que eu achasse todos e quaisquer argumentos para dizê-lo, ele conseguia mostrar que os meus argumentos não serviam de nada entre nós dois, e então minhas pernas inquietas descontrolaram-se a bater rapidamente e sem força no chão, sem fazer barulho, minhas mãos viraram água uma espécie de distonia descontrolada, e meu riso, foi saindo de mim inseguro, tenso, sem que eu quisesse até. Não demorou muito para que todos aqueles sintomas que a tanto tempo eu havia deixado de sentir se entrelaçasse em um beijo, e aí eu perdesse todos e qualquer argumentos que eu pensara ter. Resolvi de novo dizer pra mim, calma, não se envolva, não se envolva. Fiquei boba em lembrar em como chegamos ali, fiquei boba em sentir aqueles sintomas de menina boba. Mas não demorou muito para que as coisas começasse a tomar um rumo diferente do qual eu não havia imaginado, mas que em um certo momento eu já sabia tudo o que estava acontecendo sem que ele precisasse me dizer. ‘Aquele’ também estava tentando me explicar que precisava ir, e eu ? Eu entendi, de certa forma apoiei, senti angustia, mas fiquei feliz, nós sabíamos que o que tivemos foi uma certa brincadeira, apesar de pensar em mais. E se há um amor a espera dele, eu não poderia de forma, de jeito, de modo algum deixá-lo preso a mim, por apenas um capricho. As coisas não andam fácil, não por eles apenas, por todos outros e vários problemas freqüentes e que ainda não se resolveram, estão se acumulando aqui. Mas eu entreguei nas mãos de Deus a minha vida e ele resolverá, não quero pensar em problemas, insatisfações, não quero aquela dor que doía com aquele ‘cara’ mais, estou aliviada por não senti-la, não quero sentir angustia de vê ‘ele’ ou ‘aquele’ indo, como se eu fosse só ponte de passagem, estrutura mal encaminhada para que eles chegassem onde deviam. Parei com isso tudo, e resolvi pensar mais ainda antes de torna real os meus delírios, sou mulher e não criança, brinco de vida e não mais de boneca.
Mas agora que você cismou de querer permanecer, eu não te encontro mais aqui. Em nenhum canto...
Não tem como permanecer o que nunca entrou. Eu participei, eu compartilhei, eu me doei, você nunca tentou...
Certa vez uma pessoa que você gosta muito te magoou, no fundo você sente que ela se arrepende, mais no fundo ainda você está precisando do pedido de perdão dela, para que a confiança volta de uma forma natural.
Não vou desistir
Isso não é do meu feitio
Começarei tudo novamente...
Agora, me sinto mais leve
Mais eu, dona do meu passo
Da minha estrada
Da minha vida.
Amar é contemplar a mais plena felicidade não se restando nenhum espaço vazio, nada mais será tão necessário em nossa vida.
Velocidade é a bola da vez. Não sei bem se é isso, mas não tenho mais tempo para errar. Há alguns meses, numa mesa-redonda em Belo Horizonte, o professor Eugênio Trivinho (PUC-Santos) falava em "dromoaptidão". Nunca mais me esqueci. Ele fala difícil, a platéia de estudantes de graduação em Comunicação ainda não sabia o que fazer com aquelas palavras. Muita gente riu baixinho, pensou logo no dicionário. "Dromoaptidão" era um conceito que Trivinho desdobrava ali para aquela "galera". E era mais ou menos a aptidão que nós (e os próximos habitantes desta Terra) devemos ter para lidar com a velocidade.
Além do professor de Santos, capítulos de livro trazem pesquisas sobre o tal do "tempo real" e a perseguição de um intervalo cada vez menor entre os fatos, os fatos e as idéias, os fatos e os textos, os fatos e o jornalismo. Uma correria que aparece na vida de todo mundo das mais variadas formas. Gerações que se sucedem e ficam sem o que fazer cada vez mais cedo.
A geração dos meus professores universitários fazia doutorado aos 45-50 anos. A minha geração é de doutores antes dos 30 ou pouquíssimo depois. Inventou-se, para dar conta disso e manter a "linha de corte", o pós-doutorado. E deste se pode ter um, mas é pouco. Há jovens estudiosos com cartelas de dois, três ou quatro, antes dos 40 anos, uns dentro e outros fora do país.
Vou pelo mesmo caminho, mas não sem me perguntar: para quê estou correndo tanto? Onde vou parar? Para quem quero falar o que eu aprendo? Turmas cada vez menores? Poucos indivíduos que querem fazer carreira na ciência? Embora haja vasta comissão de ressentidos que vão mal na profissão ou que apenas repetem a crítica infundada àqueles que fazem da pesquisa a profissão (muitas vezes a vida), é nisso que este país se fia, com o pouco que ele é, para atravessar camadas e camadas de ignorância reverberada até por quem estuda.
Em todas as grandes universidades deste país (não estou falando de faculdades), há equipes grandes de pessoas de variado nível de formação questionando, examinando, estudando e propondo o que se faz do lado de fora daquelas cercas. Em qualquer região do Brasil, pessoas dedicadas ao conhecimento (e não apenas à informação replicada, muitas vezes mal replicada) fazem seminários para ver o que é possível para melhorar isto ou aquilo.
Fico observando aquelas equipes da Engenharia de Materiais. Eles têm de pensar em tudo, no presente e no futuro, e de fato alteram as perspectivas do que acontece dentro de nossas casas. Ou aquela turma de jaleco branco que acaba de passar por ali. São biólogos e vão almoçar. Um pouco mais cedo, estavam discutindo alguma coisa sobre meio ambiente. Os cientistas da Computação estão ali trancados resolvendo o que fazer com a pesquisa de um tal ex-aluno de doutorado que inventou algo muito importante para isto ou aquilo. E a turma da Faculdade de Educação entregou hoje cedo as matrizes que direcionarão o ensino de Matemática nos próximos anos, se os professores deixarem.
E para quê corro tanto? Para ver a banda passar. Para chegar na frente. Para que minha vida aconteça à minha revelia. Para que meu filho tenha um futuro bacana. Para ter grana. Para aprender coisas que pouca gente sabe. Para contribuir. Posso dizer tanta coisa para me justificar, mas prefiro ficar cansada. No final, estaremos todos vizinhos nas mesmas covas. Para quê correr?
Uma moça me contava, há duas semanas, a experiência de morar no exterior. Não em Londres ou em Nova York, mas em Moçambique. Antes disso, fez um estágio no interior da Amazônia e depois concorreu a uma vaga na África. Lá, não tinha quase onde morar. Pegou malária duas vezes. Depois de três anos, resolveu voltar para o Brasil porque ficou grávida. Não fosse isso e teria curtido mais a missão. Dizia ela: "Aprendi muito com esses povos. Lá você dizia ao cara para pensar no futuro, guardar a comida, conservar o peixe e ele dizia: para quê?". Quando ela argumentava: "Para você ter um dia melhor amanhã". O africano dizia: "Mas aí eu posso ter um dia melhor hoje". Caça, pesca, coleta. Isso mesmo, vida de quem está, não será. E se for, melhor.
Ela dizia isso e sugeria a alunos de Letras que concorressem a vagas oferecidas por agências nacionais de fomento para viagens ao exterior. Não para Milão ou para Lisboa, mas para Moçambique ou para qualquer outro canto do mundo onde não haja uma vida, no fundo, muito parecida com esta. Ela dizia isso e refletia: correr para quê?
Não quero viver da coleta. Não sou caçadora e nem estou preparada para o "carpe diem" dos filmes americanos ou dos poemas árcades, mas bem que eu queria um descanso. Não este descanso falso dos finais de semana que começam no sábado à noite. Não a pseudoparada dos que dormem de dia. Ou a noite exausta de quem trabalha sem parar. É isso o que se tem feito. Eu queria o descanso de viver este dia do moçambicano sertanejo. De quem não conhece, simplesmente não sabe o que é, o celular, a televisão, a caixa de e-mails ou a luz elétrica. Impossível.
Faz tempo que a velocidade vem mudando de jeito. Não por conta da internet, que esta é apenas a etapa que nos soa mais fresquinha. Desde o telégrafo, o trem a vapor, o telefone. Desde que a distância pareceu ser relativa. Desde que os burricos que atravessavam montanhas pararam de trabalhar. O tempo vem sendo manipulado. As pessoas vêm delegando suas reflexões e seus desejos a outras. Se gostam ou não, se querem ou não, se são ou não, tanto faz. Terá sido tudo uma imensa onda de práticas meio espontâneas.
Sem ler sobre o assunto, mesmo sem freqüentar aulas de "Análise do Discurso", seja de que linha for, é possível parar para ouvir os ecos de tudo o que se diz. Aqui, neste Digestivo, é possível ler uns textos que ecoam outros; tantos que expressam bonitamente a conversa do boteco, com mais elaboração, é claro; outros tantos que conversam entre si e nem sabem. O que importa é saber o quanto estamos presos a uma rede invisível de sentidos que já vêm meio prontos. Uma teia de relações que já chegam feitas. Uma onda transparente de significados que carrega os ditos e os não-ditos. Sem ter como escapar. Os dizeres estão sempre presos a outros, mesmo que não se saiba se alguém já disse aquilo antes. E principalmente por isso.
Pensar deveria ser a coisa mais importante de tudo. Da vida em família, da escola, da convivência. Saber pensar deveria ser a habilidade mais almejada de todas. Antes de saber envergar roupinha de marca ou saber inglês, antes de conhecer música ou ler Machado de Assis. Antes de ser "do contra" ou de apoiar a "situação". Pensar deveria ser obrigatório. Não sei pensar. Não aprendi direito. Antes que eu consiga (porque eu até tento, há quem nem isso...), vêm logo essas redes de sentidos me carregando. Que antídoto há para isso? Pensar de novo, ler mais, conhecer os textos (falados, inclusive) que já rolaram nesta correnteza e tentar ao menos me localizar. Saber que ecos tem minha voz. Pensar de novo e assistir aos efeitos do que eu disser.
Em 2002 eu tinha um blog. Ele era até conhecido. Fazia resenhas e entrevistas com escritores. Depois me cansei dele. Hoje tenho preguiça dos blogs, assim como de outras coisas e pessoas. Lá no meu blog era assim: eu mal pensava e já havia escrito. Muitas vezes funcionava. Mas isso não tem a menor importância para mim mais. No blog, no site, na mesa de bar, a velocidade eclipsa uma série de coisas mais importantes. Muito do que se escreve é de uma irresponsabilidade exemplar. O Digestivo já foi texto de prova de vestibular várias vezes. Imagine-se o que isso ecoa nas práticas de muitos lugares? Parece bobagem? Não é. Muito do que se toma como verdade é irrefletido, bobo, superficial, reelaborado, tolo, restrito, mas se quem escreve só faz escrever sem pensar, imagine-se o que fazem os que apenas lêem, e lêem mal?
A velocidade com que as coisas podem ser feitas e ditas tem trazido à luz o que deveria ficar guardado em tonéis de carvalho. Há produtos da cultura que jamais, esteja a tecnologia como estiver, sairão dos barris antes do tempo. Ainda bem.
'Para vocês, meus amigos, e amigas, jovens de mais de 50 ANOS, e para os de menos também, ‘UM GRANDE ABRAÇO’...
A vida é, de verdade, maravilhosa, mesmo que tenhamos encontrado alguns entraves durante nosso percurso, se chegamos até aqui, é porque vencemos...
Quando todas as minhas palavras
não fizerem mais sentido;
Quando todas as minhas ações
negarem o que eu sinto;
Lembre-se de que lá no fundo existe um bobo
que não sabe como dizer:
Eu te amo.
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