Amigo sem Vc Nao sei o que seria de Mim

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Noturno

Lá fora o luar continua
E o trem divide o Brasil
Como um meridiano

Oswald de Andrade
ANDRADE, O. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971

Em grande parte, os maridos são como as mulheres os fazem.

A ambição sujeita os homens a maior servilismo do que a fome e a pobreza.

Velho pássaro, este mundo
dorme como um menino
e se renova cada manhã.

Seja no que for, apenas poderemos ser julgados pelos nossos pares.

A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns.

A avareza começa onde termina a pobreza.

O amante é um arauto que proclama onde existe o mérito, o espírito ou a beleza de uma mulher. Que proclama um marido?

Que o papel fale e que a língua se cale.

Cada um é como Deus o fez, e muitas vezes até pior.

Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam.

O invejoso é tirano e verdugo de si próprio: ele sofre porque os outros gozam.

Nunca a polícia terá espiões comparáveis aos que se colocam ao serviço do ódio.

Condenados à morte, condenados à vida, eis duas certezas.

Quando puder ser temido, ainda mais me quero fazer amar.

A maior parte dos homens utiliza a melhor parte da vida para tornar a outra infeliz.

Os bons conselhos desagradam aos apaixonados como os remédios aos que estão doentes.

Não te confessarei o meu sofrimento, porque ele te faria desgostar de mim. Não te farei censuras: elas irritar-te-iam justamente. Não te direi as razões que tu tens para amar-me, porque não as tens. A razão de amar é o amor. Também não me mostrarei mais, tal como tu me desejavas. Porque tu já não desejas esse.

Soneto de Montevidéu

Não te rias de mim, que as minhas lágrimas
São água para as flores que plantaste
No meu ser infeliz, e isso lhe baste
Para querer-te sempre mais e mais.

Não te esqueças de mim, que desvendaste
A calma ao meu olhar ermo de paz
Nem te ausentes de mim quando se gaste
Em ti esse carinho em que te esvais.

Não me ocultes jamais teu rosto; dize-me
Sempre esse manso adeus de quem aguarda
Um novo manso adeus que nunca tarda

Ao amante dulcíssimo que fiz-me
À tua pura imagem, ó anjo da guarda
Que não dás tempo a que a distância cisme.

Não te rias de mim, que as minhas lágrimas
São água para as flores que plantaste
No meu ser infeliz, e isso lhe baste
Para querer-te sempre mais e mais.

Não te esqueças de mim, que desvendaste
A calma ao meu olhar ermo de paz
Nem te ausentes de mim quando se gaste
Em ti esse carinho em que te esvais.

Não me ocultes jamais teu rosto; dize-me
Sempre esse manso adeus de quem aguarda
Um novo manso adeus que nunca tarda

Ao amante dulcíssimo que fiz-me
À tua pura imagem, ó anjo da guarda
Que não dás tempo a que a distância cisme.

⁠Sei que quer viver comigo. Me quer nos seus braços. E quer se divertir comigo. Sua boca pode mentir, mas seus olhos não.