Amigo Leal
Eu sinto, eu sei. Luzes piscam lá no fundo como vagalumes insistentes no escuro.
Essa forma de calar é cobrir os olhos, a pele, a vida.
Acalentar a alma, acalmar o coração, é um risco... é eu sei, eu sinto.
Cartas duplas, viradas, uma história, escolhida, acomodada.
Tocar as luzes, soltar as rédeas, permitir a dor de um novo nascer.
Não toco, mas vejo... é eu sei, eu sinto.
Imobilidade, ombros amarrados, rosto fechado.
Esperar o dilema, adiar a cicatriz, é eu sei... tudo está aí, sentindo-se, remexendo-se, revirando-se.
Que o mistério tenha fim.
Que o sonho seja real.
Quando está apaixonado não vale a pena dormir para sonhar, porque a realidade é melhor que qualquer sonho!
A experiência só tem me machucado ultimamente, sabe? Escuto palavras de motivação, penso no que está por vir... E não tenho fé.
Mesmo ocupada uma mente é capaz de arquitetar horrores, mas quando desocupada põe em prática em tempo record.
Muitos se sentem num processo de elevação e mudança interior, mas não percebem que no cotidiano continuam fazendo as mesmas coisas.
Louvável são as instituições religiosas que conseguem unir seu seguidores, verdadeiramente, pelo coração e não pelo hábito.
O Brasil não precisa de politiqueiros que se promove com polêmica. Cale-se menos, execute mais e ganha meu voto.
Eu perdoou e "re-perdoou". Eu tento e "re-tento". Eu amo e "re-amo". Agora, não tem como "re-confiar". É difícil.
Não vista as lentes da cegueira, não perca tempo colorindo o mundo, mas doe lápis de cor a quem precisa.
Se até a máscara da realeza britânica está caindo, porque alguém que tem a liberdade de ser e não precisa se submeter à pressão social, resolveu não pactuar com a hipocrisia que serve de fachada do castelo para enganar a plebe, por que os meros mortais, súditos da verdade e da realidade, são obrigados a poupar os mascarados reis da camaradagem, que, sorrindo, jogam geral no calabouço da própria vaidade?
