Oca. Colchão no chão, Com fezes, saliva E lençol de flores.
Roda. Girava E rodopiava, Até passar a fome.
Vértebras. Inocente, Brincando com ossos, Não sente.
Manhê? Crias, tantas, No braço, no chão, Arrasta a vida.
Prosti...lão? Sem dente, Cedendo Seu ventre.
Às moscas. Na rede, Barriga cheia De vermes.
Janta. Fogo no chão, Alumia o barraco E os sonhos.
Até mais... Passagem no chão, Trem se afastando, Saudade chegando.
Fome: zero. Criança sem leite, Mamando garapa, A mando da nata.
Sociedade limitada. Nata. Enquanto isso, Nada.
Abaixo. Baixo peso. Alto clero. Alto, aí!
Ser tão... Terra batida. Barrida d'água. Seca, a vida.
Vaga. Madrugada, Um trem distante, Sem chegada.
Silêncio. Noite longa, Rua deserta, Mente aberta.
Fulo. Nega dor, Nega morte... Eu te amo, nega.
Real. Um dia não serei, Um dia não terei... E o dia de ser rei?
Deságua. Tuas pernas, Cisternas De ternuras.
Perfil. Teu rosto, Pele sedosa, Face saudosa.
Ocaso. Fim de tarde, O peito arde De verdades.
Estações. A vida é rio, Com secas e Inundações.
Ajude-nos a manter vivo este espaço de descoberta e reflexão, onde palavras tocam corações e provocam mudanças reais.