Amiga Mensagem Ana Maria Braga

Cerca de 30277 frases e pensamentos: Amiga Mensagem Ana Maria Braga

⁠Litígio -

Vejo o tempo a passar
passa a vida
passa o tempo devagar.

Vai a Vida já cansada
cansada vai a vida
pobrezinha não tem nada.

Nesta vida é impossivel
impossivel ir além
ir além do que é visivel.

E meus olhos de mortal
de mortal são os meus olhos
num eterno vendaval...

Inserida por Eliot

⁠Dia de Dezembro -

Tranquilamente invade-me nesta hora
o sossego de um dia de Dezembro
cheio de sussurros por dentro, ardências por fora
e aromas esquecidos que não lembro!

Tranquilamente penetra-me o sossego,
o sussurro dessa hora, mais um dia por viver!
E somos passo, demencia, somos água, apego
a que nos damos com vontade de morrer ...

Tranquilamente somos brisa universal
no eco de um segredo, oculto, por dizer,
somos amor, extenso, absoluto, intemporal,
somos sede, espaço e voz à procura de saber.

Tranquilamente somos "pó, cinza e nada"
em busca de um caminho que nos rasgue a solidão
e procuramos sulcar a vida como escada
esquecendo tantas vezes os degraus do coração!

Inserida por Eliot

⁠Rosa de Maio -

És berço que embala
quem nasce do amor
um cheiro que exala
no abrir de uma flor!

És silencio nos montes
és criança a chorar
és a água das fontes
um romeiro a chegar.

És tímida Garça
que mal se deixa tocar
és a tarde que abraça
que chega a pairar.

És a Rosa de Maio
que nasce em Agosto
no teu colo desmaio
e adoro o teu rosto.

Inserida por Eliot

⁠Revelação Intima -

Ser Poeta é exilio
num pais de condenados
um tormento infinito
de olhos rejeitados.

Ser Poeta é ser em vão
num mundo que não é seu
mendigo sem ter pão
loucura a que cedeu.

Ser Poeta é amargura
estar só no meio das gentes
procurar numa ternura
entender o que se sente.

Ser Poeta é noite escura
com uma candeia mão
andar na vida à procura
de matar a solidão.

Inserida por Eliot

⁠Frente a uma Cruz -

Minha mãe quem é aquele
pregado e morto numa cruz?!
Aquele - meu filho - é Jesus!
Vê a triste imagem dele! ...

E quem é Jesus minha mãe?
É Deus que nos dá o trilho ...
E Deus? É Jesus também?!
Sim meu filho! Sim meu filho!

E porque está morto numa cruz?!
P'ra dizer que a morte não existe,
que o amor sempre persiste
e que das trevas se faz Luz!

Quero segui-lo minha mãe!
Vai meu filho, dá-lhe o coração,
segue o seu caminho, faz o bem,
vai p'lo mundo fora, destrói a solidão ...

Inserida por Eliot

⁠Pintura (de um ideal) -

Sou um quadro mal pintado
numa tela já esquecida
sou o sonho inacabado
de um pintor que perdeu a vida!

Fui o sonho idealizado
de um artista em fim de vida
que p'la morte trespassado
não queria a despedida!

Fiquei preso e incompleto
estou só e condenado
não há nada no meu peito
que me livre do Passado!

A parede que me esperava
era branca, nada à vista,
mas agora até a casa
já morreu com o artista!

Sou a obra interminada
sem poiso nem destino
que ficou abandonada
nos sótãos do caminho!

Inserida por Eliot

⁠Diferença -

Quem nasce diferente
não o é porque quer
e esta gente não entende
que também isso nos fere!

Quem nasce diferente
não entra no álbum
até a dor que se sente
não tem lugar algum!

Quem nasce diferente
neste mundo de iguáis
nem sempre se entende,
entre tantos, demais!

Quem nasce diferente
leva pedradas no corpo
e por vezes até mente
p'ra sentir que tem Porto!

" - Coitado, é diferente,
devia estar morto,
antes morto, presente,
que um Ser, vergonhoso!"

Inserida por Eliot

⁠sete -

Sete facas se perfilam
à luz do firmamento
e sete feridas me fuzilam
no vazio do pensamento!

Sete anos se passaram
no passar dos dias vãos
e sete mortos me falaram
com sete pedras na mão!

Sete amores me deixaram
foi verdade sem razão
e sete vidas me largaram
no vazio da solidão!

Sete ausências me ficaram
do sabor de sete bocas
e outras bocas me beijaram,
mais de sete, foram poucas!

Foram sete desilusões
tinham gosto d'acidez
e ai dos sete corações
que perdi de uma só vez!

Sete orgulhos engoli
como o mar engole o rio
e sete versos escrevi
na demência do vazio!

Eram sete horas da tarde
sete dores eu senti
no meu corpo sem alarde
sete facas e morri!

Inserida por Eliot

A Vida Chega Tarde -

⁠A vida chega tarde
quando breve vem a morte
e sem fazer alarde
vem num golpe de má-sorte!

Entre a vida e a morte
quem escolhe nunca pensa
estar vivo é ter sorte
porque aos mortos só lamenta!

Quando vi no teu regaço
amortalhada, sem esperança,
tanta mágoa, só cansaço,
morreu em mim a confiança!

E em silêncio fui embora
dei à morte a minha vida
e num segundo se fez hora
de partir sem despedida!

Inserida por Eliot

⁠Que eu saiba bem-viver a vida,
para que, quando a morte venha,
não mate em mim um morto!

Inserida por Eliot

⁠Máscaras -

Nesta calha da vida
o que ser afinal
quando a esperança é vencida?
Ser bem ou ser mal?!

Quantos somos num só?!
De onde vem connosco?
Porque vivem em nós
no silencio do corpo?!

São mascaras, Senhor,
que trazemos no rosto
e um eterno pavor
de lembrar das ter posto!

Quando a vida nos pede
que as tiremos, é tarde,
estão coladas à pele,
entranhadas na carne!

E à boca calada
quem somos não sabem!
Quando queremos tira-las
por vezes não saem ...

Inserida por Eliot

⁠Ardência -

Penetra-me uma ardência
meu amor das hora vãns
dor que me devora em pemanência
dia-a-dia a cada hora da manhã.

Penetra-me um silêncio
meu amor das madrugadas
que não durmo, que não venço,
quando as tuas mãos me tocam hirtas e geladas.

Trago em mim a dor dos amores que não foram
trago a morte adormecida no meu leito
e os amantes separados que não choram.

Trago junto a mim o lirio que me deste e não secou
trago o teu olhar adormecido no meu peito
trago tudo o que já fui e já não sou.

Inserida por Eliot

⁠Zimbro -

No alto desse monte
há um Zimbro que se levanta,
e ali mesmo, ali de fronte,
há um pássaro que lhe canta!

Diz a voz das gerações
que esse Zimbro é encantado
cura a dor dos corações
e traz paz aos condenados!

Quando um dia eu morrer
que o meu corpo já cansado
junto ao Zimbro possa ser
para sempre sepultado!

Inserida por Eliot

⁠Em Momentos -

Em momentos de abandono
a dor nos turva o pensamento
sentimo-nos entre escombros
e padecemos mil tormentos ...

Em momentos de perigo
quando nada já nos salva
o impossivel é castigo
e nada, nada nos acalma ...

Em momentos de cansaço
quando a morte desejamos
recordamos o passado

lembrando tudo isto,
mas quando perdoamos
encontramos Fé em Cristo!

Em memória de Santa Ritta de Cássia.

Inserida por Eliot

⁠Na Verdade dos Sentidos -

Na verdade dos sentidos
há palavras que se escutam
e há sonhos proibidos
que ao falar 'inda se ocultam!

Há punhais que se entre chocam
no passar dos dias vãos
e há pessoas que não choram,
não levam nada nas mãos ...

E há quem leve só cansaços
ou apenas solidão
no silêncio dos seus braços ...

E há quem tenha nostalgia
e leve a noite no coração
na esperança de outro dia ...

Inserida por Eliot

⁠Janeiro e Sol -

Janeiro, manhã cedo,
o Sol invade o horizonte
e a noite traz o medo
num poema dissonante.

Janeiro, tarde fria,
copas sem ramagem
vem a noite, vai o dia
e o amanhã é só miragem.

Num silêncio que me abriga
em tarde de mil escolhos
se é Janeiro alguém me diga!

E num Inverno que castiga
é Janeiro nos meus olhos
tão cansados pela Vida!

Inserida por Eliot

⁠Josefa -

Pôs no corpo negro linho
por enlutado coração
e eis que vê-la no caminho
parecia ver a solidão ...

Ó Josefa d'olhos tristes
lábios finos, sequiosos,
Senhora porque partiste
tão cedo de meus olhos?!

E da casa do Outeiro
lembro a calma de seu colo
pelas tardes de Janeiro ...

Pois na dor qu'inda persiste
sou saudade sem consolo
ó Josefa d'olhos tristes!

À Tia Josefa Francisca Louro
irmã de meu Avô.

Inserida por Eliot

⁠Punho dos Poetas -

Nascem do meu punho versos tristes e chorosos,
sem arte nem beleza, cheios de dor e solidão,
úrdidos pelas culpas de assassinos desejosos
de matar em cada um a liberdade e o coração.

Crescem do meu punho relicários de veneno,
excesso do cansaço de um Poeta já cansado,
balsamo que mata mas não temo
porque ambos convivemos lado a lado.

Vivem no meu punho mil Poetas rejeitados
num mudo esquecimento em triste sepultura,
Eles, que os eruditos leram sem ternura
mas que leem com alento os desgraçados!

Inserida por Eliot

⁠Esta Vida -

Esta vida que Deus me deu
na indiferença e na saudade
fez-me Poeta que viveu
no silencio da cidade.

Passa o tempo de corrida
passa a vida e a vaidade
nas horas da nossa vida
fica sempre uma saudade.

Choro a vida num minuto,
numa hora, num segundo,
das palavras que não escuto
dos cansaços deste mundo.

E embora goste da vida
do Poeta que sofreu
não esqueço a dor sentida
desta vida que Deus me deu.

Inserida por Eliot

⁠Não me Esqueço -

Entre facas, entre espadas e punhais
corto este silêncio com o gume dos sentidos
e não me esqueço dos meus olhos diluídos
em terramotos, tempestades e vendavais.

Não me esqueço desse inferno que vivi
das angustias, dia-a-dia, que me deram
não me esqueço da mocidade que perdi
chorando por tudo o que um dia me fizeram.

Não me esqueço das palavras como espadas
não me esqueço de como em mim foram punhais
não me esqueço de senti-las como facas
na minh'Alma que não tocam nunca mais.

Inserida por Eliot

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