Amiga Mensagem Ana Maria Braga

Cerca de 30123 frases e pensamentos: Amiga Mensagem Ana Maria Braga

⁠Os Astros -

Dos Astros o movimento
é a força do meu andar
é saber deste meu tempo
tempo de estar e não estar!

Roda que roda no espaço
rasto d'um Astro a passar
no cansaço do que faço
só faço por me encontrar!

Passa um astro e outro astro
p'ra tudo o que me acontece
no meu Céu fica um lastro
mas minh'Alma permanece!

Inserida por Eliot

Desencontro -

⁠Caminhava pela rua lentamente
sentindo pelo ar muitos cheiros,
quando vi o teu andar tão indiferente
que mal assentava os pés ligeiros!

Caía chuva fria do Céu triste,
entravas imponente na Igreja,
viraste o rosto mal me viste,
ainda assim, Deus te proteja!

E Eu, um Poeta quente a quem seduzem
rimas estranhas, sem razão,
recordei as tristes palavras que dizem
"... talhas com teu machado as tábuas
do meu caixão!"

Procurava a rima certa, bem intensa,
p'ra findar meus versos com Amor,
ficou o desencontro da tua indiferença
na minha lista de pobre pecador!

Inserida por Eliot

⁠Sobressalto -

Vem, adormece em mim
esses teus medos,
entrega-te sem fim,
revela os teus segredos!

Abandona os teus desertos,
vem de mim sonhar,
deixa os pantanos secretos
que nos fazem desencontrar ...

Mas não te percas ou apresses
em olhares tão vazios,
porque o peito onde adormeces,
não é meu, é do Frio!

E quando ao despertar,
num longo sobressalto
perceberes que não sou Eu,
correrás p'ra me encontrar,
e num voo mais alto,
estarei Eu, neste Poema, a Sonhar ...

Inserida por Eliot

⁠Interrogação -

Percorrem-me ainda
no sangue-dos-sentidos
células-de-solidão.

Cavalgam-me medos,
lentas e poderosas dores ...
... agonias ...

Todas as veias do corpo
se me entopem de lamentos!

Sinto-me ainda desgarrado,
distante de um porto de abrigo
onde a face-de-Deus
como límpida água
sacia qualquer sede,
liberta toda a dor.

Onde, neste Universo tão dual,
poderei Eu encontrar
a verdadeira Natureza
do Coração-de-Deus?! Onde?!

Inserida por Eliot

⁠Senhor, estas rosas que vos trago
são 'inda espasmos de quimera!
Saudade tão profunda,
feita de fria espera,
intima cera ...

Derretei-a Senhor, derretei-a!
Queimai-a neste altar!
Sequem-se as rosas,
rosas nascidas do meu penar ...

São Rosas, Senhor,
simples rosas, bem o sei!
Vermelhas, escarnecidas
ensanguentadas ...
Rosas que vos trago,
'inda presas-entre-silvas,
por tristes caules,
à brancura do luar!

Colhei-as Senhor!
Colhei-as ao passar!

Mas cuidai,
cuidai que são pejadas
de picos-d'ilusão!
Minha fria-e-funda ilusão ...

E mais do que minh'Alma vos diz,
só o que vós sentis
em meu peito sem chama.

Porem,
já ardem em mim as rosas, Senhor,
ardem, ardem mas não queimam
meu intimo chorar ...

Guardai Senhor, eternamente,
a prece das rosas que vos trago, a sangrar,
junto aos pés da Cruz do Vosso Altar!



(Prece ao Senhor Jesus dos Passos da Igreja da Graça em Lisboa onde deixei um molho de Rosas encarnadas sobre o Altar ...)

Inserida por Eliot

⁠Suprema Ângustia -

Sinto que ausência é falta,
lástima, vazio,
solidão aconchegada!

Sinto que morte é nada,
e que nada é saudade,
angustia, silêncio e nostalgia!

E nada falta na ausência,
só o que não dói!
E o que dói sempre está em mim,
tão presente na ausência
num nada que não tem fim ...

Mas se o vazio fosse nada
não teria escrito estes versos!
Porque estes versos estavam contidos
na nostalgia do nada
que há em mim.

E sempre fico num vazio poético
de intima ternura, intensa espera
que m'aglutina os sentidos ...

E sou ferida fera que consome
aos poucos em fria espera
tantos Poemas perdidos ...


(Sobre as angustias que nos povoam os sentidos da Alma ...)

Inserida por Eliot

⁠Monsaraz da minha Infância -


Monsaraz da minha infância, clara estância,
céu azul, verdes campos, negra bruma,
no horizonte desse monte com distância
revejo minha Vida que se esfuma ...

Fica na memória! A Alma alcance-a,
guarde Monsaraz, branca como a espuma
na solidão do velho barco da infância,
porque a amo tanto, mais que mulher alguma!

Foi lá onde nasci, lá me irei a enterrar,
e se vivê-la é um imenso recordar,
recorda-la também é triste sofrer!

Aí Monsaraz dos olhos meus que trago nos sentidos,
devo-te quem sou, quem tenho sido,
da alvorada em que nasci ao meu triste anoitecer!

Inserida por Eliot

⁠Olhos aos Céus -

Ergue teus olhos aos Céus, Poeta,
se vives adormecido na imensidão da Vida,
deita teu olhar no firmamento,
e nele, deleita tua Alma enternecida!

Deixa divagar teu pensamento
em calha de Terra Prometida,
e se tua Fé se perde, nesse momento,
sente que essa Terra é a Alma enaltecida.

Então, a luta, a ilusão, a dor de cada passo,
quer subas, quer desças teu Calvário,
é amparada por um braço ...

Será Deus que te envolve num abraço
sepultando a Cruz que tua Vida encerra?!
Talvez! Então, ergue-te Poeta, transcende a ilusão do espaço!

Inserida por Eliot

⁠LIÇÃO.

Precisamos nos concientizarmos que: nós seres humanos, estamos num processo contínuo de aprendizagem.

Inserida por Mariapatriolino1

⁠Meu Anjo -

Que a força da Fé nunca me falte
para saber dia a dia o caminho
a seguir ...
Que a vida me não leve a vontade
de amar, meus sonhos e virtudes!
Porque metade de mim é muito
mas a outra é pouco!

Que a protecção do meu Anjo
paire sobre mim para me sentir vivo ...
Que o calor das Suas asas nunca falte
ao meu corpo e embale a minha Alma!
Porque metade de mim é vida mas a
outra é morte!

Que a vontade que trago de viver
se transforme num acto de contrição ...
Numa entrega, num silêncio,
numa oração profunda e sagrada!
Porque metade de mim invoca São Miguel
mas outra também!


Para São Miguel Arcanjo.

Inserida por Eliot

⁠Cão Vadio -

Cão vadio, vem que te faça
uma festa. Já que somos desta raça,
ser vadio, é o que nos resta.

E este súbito cansaço,
morte calada e discreta
é o peso do meu braço
quando te faço – Uma festa.

Inserida por Eliot

Noite de Gelo -

⁠Longe, embora perto,
o murmurio rouco e confuso
de vozes na noite
num Porto sempre por achar!

Estranha noite aquela,
noite em que me vi só,
tão só ...

Poço! Onde mãos, corpos,
Almas se confundem, se tocam,
se contaminam ...

Distancia imensa,
dolorosa e sangrenta.
Coitos de morte,
onde gestos amargos,
inquietos, obcessivos
nascem da memória de outros gestos.

- Esses, onde a Vida corre
e a ternura é o fio.

Em mim, uma plena consciência
do marulhar desse pantano humano
e distante.

- Uma fracção de voz,
um grito, um gemido.

Em mim, um imenso desidério,
cósmico, Lunar afastamento.

- Misto de Luz e frio,
proximidade real,
lonjura sem alcançe!

Inserida por Eliot

⁠Noite I -

Não há nada! Ninguém!
Só o pó do dia que passou.
As pedras congeladas, ao frio,
num imenso Céu aberto.
Nem o vento se ouve ...
Não há nada! Não há gentes!
Só solidão! Saudade!
Folhas caídas no chão.
Casas sem idade.
Mas onde? No Além?!
Lá também não há ninguém!

Inserida por Eliot

À Ophélia de shakespeare -

⁠Está morta Ophélia
em ataúde fechado - matou-se!
Seus olhos selados, longínquos,
rasos d'água dois pássaros caídos
vindos do passado.
Suas mãos em flôr dois barcos sem amarras,
sem côr.
O crepúsculo seu corpo inteiro, imóvel,
parado...
Ophélia matou-se! Matou-se!
E de braços em Cruz sobre o peito,
segue Ophélia pela morte, sem jeito,
como segue um romeiro ...
E aonde irá?!...
Qual será seu mote?!
Lívida a face.
Leva nos olhos a morte!
Dois pássaros caídos dum céu aberto.
Um céu que é longe mas que já foi perto.
Ophélia matou-se! Matou-se!
E com estrelas repousando no regaço,
botões de esperança a cada passo,
procura ainda sem descanso,
jaz morta arrefecida, no abraço do rio,
p'la face do seu amado ...

Inserida por Eliot

⁠Mãos Cansadas -

Mãos cansadas
da vida qu'inventei
do olhar que ceguei
dos gestos que não fiz
das palavras que calei ...

Mãos-feridas
em corpos qu'enterrei
braços que fechei
palavras que não disse
beijos que não dei ...

Mãos-frias de coração quente
amor-morto por punhal-ardente!

Ninguém vê o que minh'Alma sente!
E quem diz que me vê mente!
Porque apenas pensa, não me sente!

Inserida por Eliot

⁠Passo de Solidão -

Eu sou no mundo
um intenso respirar d'angustias!
Sou na vida um imenso passo-de-solidão...

E rasgo a noite sem dizer que vou ...

Choro e escrevo poemas de dentro da Alma.

Mas ninguém me vê como realmente sou
porque eu só passo á hora estranha
de ninguém!

Sou aquele que está onde ninguém passa ...
Sou o que passa onde ninguém está!

Eu sou no mundo um intenso respirar d'ângustias!
Sou na vida um imenso passo-de-solidão!

Inserida por Eliot

⁠Elegia a Monsaraz -


Ó minha terra!
Terra minha, tão perto
e tão distante ...
Navio imerso nos meus sonhos!
Berço onde desci
ao mar da vida sem ternura.
Deixa que te veja, hoje e sempre
entre noite escura.
Monsaraz,
senhora minha,
madre,
raiz!
Diz-me onde te feri!
Teu semblante me proteja!
Teu olhar, sombras e recantos,
me afague, sossegue, recolha ...
Não há planura sem horizonte
ou pátria sem Alma,
não há prados como os teus
cobertos por um véu ...
Monsaraz, aia dos meus dias,
senhora dos meus cedros,
madre do meu tecto,
raiz do meu loureiro.
Diz-me onde te perdi!
Ai, quanto me dói em ti meu coração!
Talvez por magoa ou saudade, angustia
ou solidão ... aquela solidão,
a nossa solidão!
Solidão imensa de quem é teu!
E eu sou-o sem demora.
Desperta Monsaraz, vila morta!
Que o tempo passa e com ele passo eu,
fecha-se-me a porta ...
Acorda! Desperta! Recorda!
Tu ficas, intima, infinita ... eu parto,
poeta, errante!
Ó minha terra-fria,
tão perto, tão distante ...

Inserida por Eliot

⁠O que nos Separa -

Entre mim e ti
há um vazio suspenso
que nos separa!
Um espaço imenso manchado
de saudade.
Vontade que não domino,
solidão a que pertenço!
E repara, eis a verdade:
cruel, dura, fria!
Lamento que assim seja,
mas é mais forte o que nos afasta
do que o que tu queres que nos una!

Inserida por Eliot

⁠Eu sou Noite -

Eu sou noite!
E vim de parte incerta.
Espaço que não existe ...

Eu sou noite!
Sou vento que resiste - que insiste ...
Vim amar-te - sem meta!

Cheguei e estou aqui!

Eu sou a tua noite, agora,
sem tempo, nem hora ...

Inserida por Eliot

⁠Um Gin apenas -

Porque serão as noites tão sombrias
quando não estás em mim?!
Porque serão os dias tão claros?!
Os Mares tão fundos?!
As gentes tão normais?!

Tudo passa tão igual,
tão intenso, tão discreto!
Mas nada é igual ...

Não te vejo.
Não te sinto.
Não te encontro.
Porque não estas aqui?!

És um Gin - apenas!
Este Gin!
Um pobre Gin ...

Mas nada é igual! Nada!
E onde estarás tu nesta noite
tão fria?!...

És um Gin ... um Gin apenas ...
... um pobre Gin ...

Inserida por Eliot

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