Alma do Guerreiro
Eu sou burro, dizem.
Não aprendi a ser hipócrita.
Não sei sorrir com o fígado doendo,
nem elogiar quem me envergonha.
Nasci torto pra esse mundo liso,
onde a esperteza é se calar,
e a virtude é caber na média.
Não sei me vender.
Não sei bajular.
Não sei.
Só sei ser inteiro.
E isso, hoje, é burrice.
Vejo os que vencem —
sabem o tom, a pose, o disfarce.
Sabem dizer sim sem concordar.
Sabem pedir desculpas sem culpa,
elogiar sem respeito,
defender sem acreditar.
Eu não.
Eu sangro na frente de todos,
falo o que penso,
perco amigos,
perco oportunidades,
perco o conforto.
Mas durmo.
Durmo sabendo quem sou.
E isso, talvez, seja o que ainda me mantém
vivo — mesmo fora do rebanho.
Eu sou burro, dizem. Não sei me posicionar, não sei me calar na hora certa, não aprendi a jogar o jogo. Nunca entendi o valor de um elogio falso, nem a importância de um aperto de mão estratégico. Não sei fingir respeito, não sei sorrir com o fígado amargo. Nunca aprendi a ser hipócrita — e isso me custa.
Enquanto outros sobem, eu permaneço. Enquanto fazem alianças por interesse, eu perco oportunidades por lealdade. Enquanto moldam a voz ao que o outro quer ouvir, eu falo o que penso, mesmo que doa, mesmo que afaste. Eu não me adaptei. Não consegui. Há quem chame isso de orgulho, de teimosia, de burrice mesmo. Eu só sei que não consigo ser outro pra agradar. Só sei ser eu — e isso, hoje, é visto como falha.
Não é que eu goste da solidão. Nem que me orgulhe da minha margem. É que a conta que me pedem pra pagar pra caber no mundo — ela custa minha alma. E isso, não. Prefiro perder, prefiro errar, prefiro andar só. Mas durmo. Durmo sem vergonha. Durmo em paz com o homem que carrego dentro. E isso, talvez, ainda seja o que me salva de virar o que todos esperam.
Nada me inspira mais do que a raiva. Não essa raiva histérica, superficial, que grita sem saber por quê. Falo da raiva que nasce do abuso, da injustiça cotidiana, do silêncio imposto aos que ainda têm alma. A raiva que surge quando vejo gente boa sendo engolida por um sistema que premia a mentira, que endeusa o disfarce, que trata a hipocrisia como virtude social.
A indignação me dá vida. Me acorda. Me empurra pra escrita. Não sou movido a paz interior, nem a frases de autoajuda. O que me move é o desconforto. O que me guia é a vergonha de ver o mundo como está e fingir que está tudo bem. Eu não me adapto, não consigo. E não quero.
Escrever, pra mim, não é florescer: é rasgar. É reagir. É cuspir de volta o que me enfiaram goela abaixo. Minha arte não é gentil — é necessária. É a forma que encontrei de não enlouquecer. Porque se eu me calar, se eu aceitar, se eu sorrir junto, aí sim estarei perdido. A raiva me lembra que estou vivo. A indignação me prova que ainda sinto. E enquanto isso durar, ninguém vai me domesticar.
A paz... essa promessa que, silenciosa, se esconde no amor que carregamos por aqueles que partiram. Às vezes me pergunto se a mereço, se um dia poderei repousar nos braços da tranquilidade. Mas sei, em cada batida do meu coração, que a paz vive no amor que permanece. Ela se esparrama nas lembranças, nos sorrisos que compartilhamos e na saudade que agora me envolve como um abraço distante.
Talvez a paz não seja um fim, mas um caminho. Um caminho que percorremos com a certeza de que, ao final dessa jornada terrena, o reencontro nos espera. Como uma brisa suave, ela toca nossas almas, prometendo que nada foi em vão. Que todo amor vivido é eterno. E que, após uma longa viagem, aqueles que amamos estarão lá, à nossa espera, como o pôr do sol que se esconde apenas para ressurgir, mais belo, no amanhecer.
E assim, sigo... Sigo com a certeza de que a paz não é apenas para quem se foi, mas para quem ficou, carregando no peito um amor que jamais se apaga.
A Maturidade Espiritual não é algo que se alcança pelo conhecimento teórico ou com a idade. Ela é Fruto de um Coração cheio de Fome e Sede de Deus.
O orgulho, a inveja, a falta de interesse e a falta de compromisso são alguns dos fatores que tornam a maturidade um alvo distante.
Nosso amor é como o instante presente, onde o tempo se dissolve e o mundo se apaga. Ontem são lembranças que dançam ao vento, e amanhã é apenas um sussurro distante, uma promessa que se perde na bruma. Mas agora, meu bem, somos fogo e poesia, somos o toque suave e o desejo ardente.
Que nossos beijos se façam eternos no tempo suspenso, onde cada segundo é um pulsar do nosso amor. Não quero a pressa do futuro nem o peso do passado; quero apenas este momento, onde teus olhos encontram os meus e o universo se curva para nos ver dançar.
Que sejamos hoje, que sejamos agora — porque o amor não conhece espera, apenas o instante de sermos infinitos juntos.
Em nossa breve passagem pela vida, cada ato em prol da humanidade é como uma semente lançada ao vento. Na segurança pública, protegemos vidas, mantemos a ordem e zelamos pelo bem-estar da sociedade. Na administração, organizamos recursos, lideramos pessoas e criamos estruturas que sustentam o progresso. No direito, defendemos a justiça, asseguramos a dignidade e equilibramos os pesos da balança social. Na medicina, aliviamos dores, prolongamos vidas e restauramos a esperança. Na docência, transmitimos conhecimento, formamos mentes e inspiramos futuros. Na pesquisa, desvendamos mistérios, impulsionamos o conhecimento e pavimentamos o caminho para inovações que transformam vidas. Nas artes, expressamos a essência humana, damos forma aos sentimentos e preservamos o que é eterno no efêmero. Tenho feito a minha parte em cada uma dessas áreas, deixando marcas no mundo e contribuindo para que ele seja um lugar melhor. Tudo o que fazemos para melhorar o mundo é um eco de nossa própria busca por sentido, uma prova de que estivemos aqui e que nossas mãos tocaram o coração da vida.
A pérola da noite escura.
O teu brilho branco me faz viajar
Por lugares que nunca achei querer estar
O teu contraste com a noite estrelada
Consola minha solidão alada
Tua distância quilometrada
Fortalece minha paixão platonizada
Se a paz estivesse disponível em mercados, e muito dinheiro eu tivesse, creia-me que dela faria estoque.
(FBN, 12.07.2024)
A C R Ó S T I C O - S A U D A D E.
Perguntaram-me : o que é a saudade ? Refleti bastante e escrevi este acróstico. Saudade para mim é um
S entimento de constante sofrência
A nte a ausência de um ente querido
U ma dor recorrente que traz no peito um ardência
D esejo recriador na mente da recordação do tempo ido
A gora sim, a lembrança é o lenimento
D e manter viva no pensamento
E sta tão grata vivência de nosso entretenimento.
Ou como diria um bom mineiro :
Saudade é saudade, uai...
Nas sombras dos morros, histórias cruas,
De uma cidade que dança entre luzes e breus,
Violência oculta nas vielas, ruas,
Rio de Janeiro, onde o sonho perdeu.
No alto, palácios de zinco e saudade,
Onde a vida resiste, à margem do olhar,
Em becos estreitos, o grito da cidade,
Ecoa silencioso, difícil de calar.
As crianças brincam, sem medo do perigo,
Num mundo que esconde, um caos desmedido,
Entre balas perdidas e o amor bendito,
Semeiam esperança, num terreno erguido.
Nos olhos dos jovens, a revolta brota,
Uma guerra invisível, sem fim, sem derrota,
Onde cada esquina, guarda uma história rota,
De um futuro incerto, que a fé não adota.
O caos social, um monstro adormecido,
Desperta a cada aurora, faminto, destemido,
Na luta diária, um povo esquecido,
Busca na poesia, um refúgio perdido.
O Rio de Janeiro, ferido, encantado,
Contrastes que brilham, num cenário desenhado,
Onde o belo e o feio, num quadro mesclado,
Retratam a cidade, num verso apagado.
Os morros que cercam, são guardiões da verdade,
Espelhos de um Rio, que clama liberdade,
Entre becos e tiros, mora a realidade,
De uma cidade partida, em eterna dualidade.
ESTRELA CADENTE
Brilhante estrela cadente,
Atenda um pedido meu.
Me livre do peito ardente,
A saudade imarcescível
De um amor que já morreu.
Brilhante estrela cadente,
Atenda este pedido meu.
Sombrios passam os anos,
Mais forte sopram os ventos,
E veja o que sofro são danos,
De tê-la entronizada na flor
De meus pensamentos.
Brilhante estrela cadente,
Atenda este pedido meu,
Apague do tempo a lembrança,
Dos beijos, abraços e dos anos
De amor vivido,
Assim me devolves a esperança,
De que extinta tua flama,
Num átimo a terei esquecido.
Obrigado estrela cadente
Por ter meu pedido atendido.
Porque como um rio que corre,
Solerte em busca do mar,
Já sinto aos poucos que morre,
E que já não me arde no peito,
A sina de nela pensar.
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