Alberto Caiero

Cerca de 86 frases e pensamentos: Alberto Caiero

⁠Talvez quem vê bem não sirva para sentir
E não agrada por estar muito antes das maneiras.
É preciso ter modos para todas as coisas,
E cada coisa tem o seu modo, e o amor também.
Quem tem o modo de ver os campos pelas ervas
Não deve ter a cegueira que faz fazer sentir.
Amei, e não fui amado, o que só vi no fim,
Porque não se é amado como se nasce mas como acontece.
Ela continua tão bonita de cabelo e boca como dantes,
E eu continuo como era dantes, sozinho no campo.
Como se tivesse estado de cabeça baixa,
Penso isto, e fico de cabeça alta
E o dourado sol seca a vontade de lágrimas que não posso deixar de ter. Como o campo é vasto e o amor interior. . . !
Olho, e esqueço, como seca onde foi água e nas árvores desfolha.
Eu não sei falar porque estou a sentir.
Estou a escutar a minha voz como se fosse de outra pessoa, E a minha voz fala dela como se ela é que falasse.
Tem o cabelo de um louro amarelo de trigo ao sol claro,
E a boca quando fala diz coisas que não só as palavras. Sorri, e os dentes são limpos como pedras do rio.

Inserida por andreza_oliveira_1

⁠A neve pôs uma toalha calada sobre tudo.
Não se sente senão o que se passa dentro de casa.
Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.
Sinto um gozo de animal e vagamente penso,
E adormeço sem menos utilidade que todas as acções do mundo.

Inserida por andreza_oliveira_1

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia

Alberto Caeiro
“O Guardador de Rebanhos”. In: Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.
Inserida por ericfbarros

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.

Alberto Caeiro
“O pastor amoroso”. In Poemas de Alberto Caeiro. Lisboa: Ática, 1946.
Inserida por portalraizes

A tristeza bate coração adentro;
Estou perdido, seco e sem alento;
Triste sem ela do meu lado;
Meu coração de quente, está gelado.

Uma paixão sem limites de estação.
Sinto em meu coração;

Meu coração bate acelerado, como o de uma criança com medo dos trovões na tempestade!

O meu time preferido é o amor;
Meu jogador favorito é a paixão...
Só que eu que sou o campo;
A trave é meu coração.

Uma dor forte me consome...
...pela presença de sua ausência...
...Já estou a pedir aos céus, e implorar tanta clemência...

Sinto uma grande tristeza, por não poder ouvir tua voz, a saudade me consome, eu fico meio algoz...

Petrifico a minh'alma, junto à ela meu coração,
Que como um jogo de cintura embala, minha ignição...

Estou frio e duro feito o gesso, longe de mim está a emoção...
Choro feito uma criança sem a sua atenção...

Sinto o que nem sei que sinto, confuso está meu coração, nem sei o que realmente sinto, essa é a concepção...

Comigo minto, por não querer dizer-te, nem mesmo eu sei o que falar. É como o verlaine em mim confirma, a chuva está a me matar...

Pessoa sabe o que sinto, mas eu mesmo sei não, talvez verlaine e pessoa decifrem o que sente meu coração...

Álvaro, sabe me falar o que está a me matar?

Alberto, Me ajude a entender o que está a fazer morrer o meu "eu" que ainda existe em mim...

... Eu não sei como estou, caeiro talvez saiba, o que sinto é só calor? É ou não é um mal de amor?

Ricardo Reis me compreende, sabe o que pesa em meu ser?

Tento falar, o que pesa, mas nem eu mesmo sei expressar, essa tortura entediante que está a me matar...

Se é que já não morri..."

Inserida por diogopantoja

"O espelho reflete certo; não erra porque não pensa".