Albert Camus

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Albert Camus (1913-1960) foi um escritor, jornalista, dramaturgo, romancista e filósofo argelino. Recebeu o Prêmio Nobre de Literatura em 1957 por sua importante produção literária.

Respiro a única felicidade que sou capaz - uma consciência atenciosa e cordial. Passeio o dia todo(...) cada ser que encontro, cada cheiro dessa rua, tudo é pretexto para amar sem medida. Jovens mulheres supervisionam uma colônia de férias, a trombeta do vendedor de sorvetes, as barracas de frutas, melancias vermelhas com caroços negros, uvas translúcidas e meladas - tantos apoios para quem não sabe ser só. Mas a flauta ácida e terna das cigarras, o perfume de águas e de estrelas que se encontram nas noites de setembro, os caminhos aromáticos entre as árvores de pistache e os juncos. tantos sinais de amor para quem é forçado a ser só.

Sempre acabamos adquirindo o rosto das nossas verdades.

Albert Camus
O mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2019.

(...) Mesmo sentado em um banco dos réus é sempre interessante ouvir falar da gente.

"É-nos impossível saber com segurança se Deus existe ou não existe. Por isso, só nos resta apostar. Se apostarmos que Deus não existe e ele existir, adeus vida eterna, Alô, danação! Se apostarmos que Deus existe e ele não existir, não faz a menor diferença, ficamos num zero a zero metafísico"

Não ser amado é uma simples desventura. A verdadeira desgraça é não saber amar.

O sinal da juventude talvez seja uma extraordinária vocação para as felicidades fáceis.

Compreender e sentir são inseparáveis.

Ela refletia tudo sem nunca refletir, e que, com tanto silêncio e sombra, conseguia ficar à altura de qualquer luz.

Talvez devamos amar o que não conseguimos compreender.

No meio do inverno, aprendi que existia em mim um invencível verão.

Por que sou um artista e não um filósofo? É que penso segundo as palavras e não segundo as idéias.

"Da caixa de Pandora, na qual fervilhavam os males da humanidade, os gregos fizeram sair a esperança em último lugar, por considerá-la o mais terrível de todos. Não conheço símbolo algum mais emocionante do que este.

Julgavam-se livres e nunca alguém será livre enquanto houver flagelos.

Nada no mundo vale que nos afastemos daquilo que amamos. E, contudo, também eu me afasto, sem que possa saber porquê.

Mas os meus escritos são as minhas horas de felicidade. Mesmo naquilo que eles tiverem de cruel. Preciso escrever assim como preciso de respirar, porque o corpo me exige.

Não desejo mais ser feliz, e sim apenas estar consciente

Como deve ser duro viver somente com o que se sabe e que se tem lembrança, privado do que se espera.

Criar é dar forma ao próprio destino.

Já se disse que as grandes idéias vêm ao mundo mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com atenção, escutaremos, em meio ao estrépito de impérios e nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança, jaz numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário, que ela é despertada, revivificada, alimentada por milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho, diariamente, negam as fronteiras e as implicações mais cruas da história. Como resultado, brilha por um breve momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo homem, sobre a base de seus próprios sofrimentos e alegrias, constrói para todos.

Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. - Acho que tudo está bem-, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe.